Capítulo 2

538 37 2
                                    

Fiquei ali por uns 5 minutos, mexendo no celular.
Ouvi uns passos no banheiro e alguém bateu duas vezes na porta da cabine onde eu tava.
— Tem gente — Fiz a voz mais máscula que consegui.
— Eu sei — Era o Léo.
Abri a porta e ele estava ali, morrendo de rir.
— Sua voz de homem é top.
— Isso é culpa sua, Leonardo — Falo brava saindo da cabine mas ele segura meu braço — O que você tá fazendo?
— Eu não sei como te falar isso mas... — Ele respira fundo, posso ver isso de longe — Quero ficar com você pra ver se a Fernanda para de me olhar daquele jeito.
— Leonardo — Tiro a mão dele do meu braço — Não sou apoio de ninguém.
— Eu sei, Manu mas você é minha amiga de anos e eu não quero ficar com ela e todo dia ela fica me encarando — Ele estremeceu — Por favor.
Olhei pra ele e vi um pouco de verdade no incômodo que ele tava sentindo, realmente ter uma menina perdida de amores, afastando as outras meninas que ele podia gostar de verdade e desesperada por ele o tempo todo devia ser estranho.
— Tudo bem — Falo soltando minha respiração — Mas você vai me pagar doce todo dia na saída.
— Tudo bem — Ele ri — Agora eu vou ter que fingir que gosto de você pra todo mundo, beleza?
— Uhum — Dou de ombros.
Eu só topei fazer aquilo porque realmente a Fernanda precisava se tocar, tinha o Gu e o Felipe além de outros muitos caras na sala e no mundo.
— O que vocês estão fazendo aqui? — Vejo o Gu atrás do Léo.
Na mesma hora o Léo me puxa pra um selinho e eu confesso que gelei, mas sentir a boca dele tão perto da minha era uma sensação esquisita.
— LEONARDO! — Gu grita.
— Cala a boca — Falo baixinho — Pode dar b.o.
— Cês tão ficando? — Gu pergunta.
— Sim — Léo diz.
— Não — Falo ao mesmo tempo que o Léo, ele me olha feio — Quer dizer, estamos ficando!
— Meu pai, quanto tempo eu dormi? — Gu pergunta e me olha — A Fernanda ama o Léo, você sabe que ela vai ficar pistola com você — Ele diz mas eu sinto que ele estava bravo.
— Mas sou eu que gosto dela, nada vai mudar por causa da opinião da Fernanda — Léo diz enquanto segura na minha mão me arrastando pra fora do banheiro masculino.
Na mesma hora a diretora passa por nós, me encarando sem entender.
— Tá tudo bem? O que a senhorita estava fazendo ali?
— Entrei no banheiro errado — Falo séria.
— Você acha mesmo que depois de quase 8 anos na escola eu vou acreditar que você não sabe onde é o banheiro, Manuela? — Ela dá uma risada — Se começarem a namorar e se assumirem, se beijem em outro lugar, no banheiro não.
Ela disse olhando pra mim e pro Léo, caramba. Era tão óbvio pra todo mundo que deveríamos namorar?

×××

— Não acredito que você realmente topou ir pro banheiro masculino — Fernanda diz enquanto encara o Léo — Ele é tão...
— Amiga, se toca — Ingrid fala séria — Para de ser tão iludida.
— Porque você é tão escrota? — Solto sem querer.
Ok, eu confesso que não precisava ter falado aquilo mas ela pressionava tanto a Fernanda, o Léo fazia tão mal pra ela e eu tava encobrindo tudo aquilo a 20 minutos e já tava com ódio.
— Vamo? — Era o Léo, que me abraçou de lado.
Nisso as duas me encararam estranho. Era anormal o Leonardo abraçar alguma menina que não fosse a Maria, talvez por dó ele fizesse isso. Mas comigo, isso definitivamente não rolaria mesmo nós sendo amigos de anos.
— Ficaram sabendo da novidade? — Era o Henrique com um sorriso falso no rosto.
— Qual? — Fernanda pergunta.
— Léo e a Manuela tão ficando.
Na hora que ele diz aquilo os olhos de todo mundo fica arregalado e eu me sinto pela primeira vez a pior pessoa do mundo, principalmente quando vejo a Fernanda sair correndo e o Gu ir atrás dela.
— Quem é a escrota agora? — Ingrid fala baixo, mesmo sendo alto o suficiente pra eu ouvir.

Destino - LeozinOnde histórias criam vida. Descubra agora