Come back to me - Supercorp

Capítulo 2

• POV's Lena

Arrumei a bomba de luz solar para mandar energia para Kara e apertei os botões necessários. Todos se aproximaram da entrada para vê-la e eu aproveitei para sair dali sem que ninguém percebesse. Óbvio que eu queria ver Kara outra vez, eu estava com saudades dela, mas queria um tempo sozinha.

Fui para uma das últimas salas da nave e sentei em um canto ao lado de um móvel. Encolhi minhas pernas e as abracei, deixando com que meus sentimentos viessem. E eram muitos sentimentos ao mesmo tempo; raiva, culpa, felicidade... acabei deixando as lágrimas rolarem, coisa que não faço normalmente.

Eu sempre tento me manter forte, guardar meus sentimentos em caixinhas, como eu aprendi ao longo dos anos. Ser traída por todos que você confia e ama te faz perceber que você só tem a si próprio e que só pode confiar em si mesma. Não que eu não confie em Kara novamente ou nos outros da equipe. Porém eu tento não demonstrar todos sentimentos, tentei não chorar ou parecer fraca na frente deles.

Porém, agora, eu estava sentindo como se eu estivesse traído a mim mesma. Foi a minha tecnologia que fez com que Kara fosse para a Zona Fantasma, e se algo tivesse acontecido com ela lá, se não tivéssemos conseguido resgatá-la, eu carregaria essa culpa em mim para o resto da minha vida. E ainda sinto isso, por mais que Alex tenha me dito que Kara não me culpava por nada, não é um sentimento que você consegue apagar de um minuto para o outro.

Eu estava tão perdida em meus pensamentos enquanto chorava, que nem percebi quando a loira abriu a porta, só notei sua presença quando ela me chamou.

— Lena, o que houve? — a loira perguntou de pé a minha frente e eu a olhei rapidamente, desviando meu olhar novamente para o chão.

— Nada, eu tô bem. — Respondi puxando o ar com força, meu nariz estava entupido. Baixei as pernas, deixando-as dobradas e de lado no chão, deixando minhas mãos em meus joelhos.

— Lena! Eu te conheço, sei quando não está bem. — Ela se abaixou em minha frente e me deu dois tapinhas nas pernas, eu as estiquei e ela sentou ao meu lado. — Eu até achei que não tinha vindo junto, porque não te encontrei na sala principal. O que aconteceu? Por que tá chorando? — perguntou e, mesmo sem olhar para ela, eu sentia seu olhar sobre mim, sabia que ela estava me observando.

Ela limpou uma lágrima que escorreu pelo meu rosto. Eu continuava olhando para os meus pés.

— Isso... Isso foi minha culpa... O que você passou, ter ido pra Zona Fantasma. — Baixei o olhar para minhas mãos.

— O quê? Por que seria sua culpa? Você não fez nada. — Ela colocou a mão em minha perna e começou a acariciar.

Era bom sentir seu toque outra vez. Saber que aquilo era real e não uma alucinação causada pela Zona Fantasma como mais cedo daquele mesmo dia.

— Eu ajudei o Lex com os experimentos, foi com a minha tecnologia que ele te enviou para lá. — Olhei para ela dessa vez enquanto falava. — Se eu tivesse entendido antes o motivo de ter guardado segredo sobre sua identidade, não teria passado por tudo isso. — Mais algumas lágrimas escorreram pelo meu rosto, mesmo eu tentando segurá-las.

— Ei, não, não é sua culpa. — Ela passou o dedo delicadamente pelo meu rosto, limpando as lágrimas, e desceu sua mão até a minha, entrelaçando nossos dedos e acariciando o dorso da minha mão. Desviei o olhar para elas e dei um sorriso discreto. Era uma sensação tão boa estar ali com ela outra vez. — Você não sabia pra que o Lex queria aquela tecnologia, diferente de você que estava tentando fazer o bem, o Lex queria para o mal. Olha pra mim! — Ela falou e eu a olhei outra vez. — Você não é seu irmão, e eu não te culpo por ter ido parar lá, você está se culpando por algo que você não fez. Você acha que se eu te culpasse estaria aqui agora?