Refúgio

Capítulo 4 - Pai, és tu?

Sexta, 7 de abril.

Hoje vi a minha mãe na escola, estava a entrar para o gabinete do diretor, não sei para fazer o quê, também não me interessa, mas vou lhe perguntar quando e se ela chegar a casa. No intervalo estive com o Ricardo e sim ele está mesmo diferente, tentei descobrir porquê mas como não me dou bem com ninguém lá na escola não tenho "fontes de informação". Vou perguntar ao Miguel, pode ser que ele me ajude a descobrir. Por falar em descobrir, estive a arrumar a casa, típica sexta-feira, e encontrei umas cartas numa gaveta da minha mãe, umas eram do meu pai e outras são anónimas, ainda não ganhei coragem para as ler, talvez quando for para a cama. Devem ser lamechices dela e do meu pai de quando se davam bem (há milhares de anos atrás), as anónimas devem ser do meu pai também, não sei, podem ser de um dos amantes dela, de qualquer maneira depois vejo. 

No fim de semana o meu primo vem para aqui porque a minha tia vai a Londres. Porque é que eu não posso ir com ela em vez de ficar com o rapaz? Acho que a sorte é monetária. A minha mãe que o ature, caso impossível porque se não conseguiu criar uma filha de certeza que não consegue tomar conta de um sobrinho. "Eu vou ao cinema com o Miguel", foi o que lhe disse, é só um pretexto para não ficar em casa porque ele nem sabe da "nossa ida ao cinema".