57 - Tornaste o meu pranto em regozijo.

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Sem fôlego e envergonhado Michael separou sua boca da dela, ela estava com os olhos arregalados, toda vermelha os lábios levemente feridos onde ele passara os dentes, os cabelos despenteados, mas com certeza linda!

- "Que Deus me ajude". - Pensou passando as mãos na cabeça - Perdoe-me! Eu passei de todos os limites, não imaginei que... - Ela o interrompeu.

- Eu não sei porque você está me pedindo desculpas, mas com certeza não foi nada como 'eu' imaginei, e...e... - Passou a mão pelo cabelo, percebendo que estava despenteado, soltou-o amarrando novamente. - Desculpe-me, se não foi como você imaginou. - Disse magoada.

- Acho que não me expressei direito. - Começou assim que percebeu o que ela estava pensando. - Eu não imaginei que eu iria perder o controle desse jeito que ao beija-la eu iria agir como um adolescente e querer fazer amor com você no meio da sua sala, nem quando eu tinha dezesseis anos eu era tão descontrolado. Desculpe-me, por feri-la.

- Ferir-me? - Perguntou confusa. Ele tocou de leve o lábio inferior dela, ela passou a língua sentindo arder.

- Eu sinto muito, vou tentar controlar-me. - Disse ofegante, tremendo encostou a testa na dela.

- Eu sinto muito! Eu não sei como agir.

- Não sinta! E você pode ficar à vontade comigo, estamos juntos nessa, eu também não faço ideia do que fazer. - Disse constrangido, ela o abraçou.

- Engraçado, minha maior preocupação era que eu não te deixasse me tocar, agora parece-me que terei problemas porque eu quero que você me toque.

- Não é nenhum problema você querer meu toque, e admito que estou feliz e honrado por isso, e eu também quero muito te tocar e que você me toque, mas eu acho que precisamos ir com calma.

- Você namorou alguém depois da separação? - Perguntou sem graça.

- Não. Estou sozinho há mais de onze anos.

- Não quis ninguém durante todo esse tempo? Não sentiu falta? - Perguntou desconfiada.

- Eu não quis ninguém e também não senti falta.

- Então não será difícil para você. - Disse passando as mãos no peito dele, ele engoliu seco.

- É mais fácil quando não tem uma mulher linda, que eu quero muito, em meus braços. - Disse acariciando o rosto dela. - É melhor eu ir embora, boa noite minha doce senhora. - Disse beijando os lábios dela de leve, ela fechou os olhos derretida.

- Boa noite meu bom senhor. - Respondeu apertando os braços ao seu redor.

Ficou na porta até o elevador chegar e acenou para ele, fechou a porta pegando o presente no sofá, as lágrimas desceram por seu rosto ao ver o conteúdo, um porta-retratos, sentou olhando a foto que Katherine tirara no jantar que sua mãe promovera, Claudia e Michael estavam conversando um com o outro e a menina os chamara e quando ambos viraram-se para ela, ela tirou a foto, mas dissera a eles que a foto ficara embaçada e que apagaria, e ela não pensara mais no assunto.

Ela ficou alguns segundos olhando para a foto, o olhar dos dois, principalmente o olhar dela, se jamais passou pela cabeça dela que alguém olharia para ela daquele jeito, também jamais imaginou que ela olharia para alguém daquele modo, ambos sorriam e seus olhares demonstravam o quanto o outro era especial e importante.

Pegou a bolsa e abraçada ao porta-retratos foi para o quarto, agora ela sabia o que as mocinhas dos livros que lia queriam dizer com "estou flutuando ou estou nas nuvens", sorrindo como a mais boba das românticas abriu a porta de seu quarto, e Carla dormia em sua cama.

Deus também estava lá.Donde viven las historias. Descúbrelo ahora