– Oi, sou Camilla – me apresentei chegando mais perto deles. – Sou uma amiga do Yago.

– Oi Camilla, eu sou Vera, a mãe dele – ela sorriu gentil.

– Como ele está?

– Eu não tenho certeza, cheguei hoje um pouco depois dele ter vindo para o quarto e ainda não conversei com o médico – ela suspirou e voltou a olhar o filho. – Aquele irmão dele acabou de sair daqui, mas sequer foi capaz de me explicar o que houve.

– O Yuri?

– É, ele é filho apenas do meu ex-marido, tão arrogante quanto o pai. Tantas vezes pedi para o meu filho vir morar comigo na Europa, mas ele sempre quis ficar aqui desde que ele tinha 15 anos, quando eu me separei e fui embora.

– Eu não sabia que ele morava só com o pai... na verdade, ele é mais próximo do meu vizinho, Jonas.

– Ah, o Jonas – ela sorriu novamente. – Conversei com ele algumas vezes por vídeo chamada, é um bom menino.

– Sim – concordei devolvendo o sorriso.

– Foi ele quem me avisou do acidente e eu vim o mais rápido que pude. Se dependesse do Tadeu ou do Yuri provavelmente eu nem ficasse sabendo.

Encarei-a em silencio sem saber bem o que dizer.

– O que consegui saber pelas enfermeiras é que o quadro dele estabilizou – ela continuou. – Trouxeram ele para o quarto hoje, mas devido aos remédios ele ainda não acordou. Me disseram que precisamos aguardar até amanhã.

– Ele vai se recuperar – disse como forma de consolo.

Ela agradeceu com um sorriso.

– Vera, eu preciso ir. Meu namorado está aqui na outra ala, eu me disponibilizei a ficar com ele.

– Sim, querida. Vá, obrigada pela visita. Quando o Yago acordar aviso a ele que você veio.

– Foi um prazer conhece-la.

– O prazer foi meu, Camilla. Mande um abraço para o Jonas.

– Claro, eu mando – disse já passando pela porta.

O segurança que aguardava na porta voltou a me acompanhar, informei a ele que estávamos voltando ao quarto de Bernardo, ele assentiu caminhando próximo a mim para a outra ala. Bernardo estava sozinho no quarto quando cheguei, os policiais já haviam ido embora há um tempo.

– Você demorou – comentou ao me ver entrando.

– Eu soube que o Yago saiu da UTI para o quarto e resolvi ir lá – expliquei enquanto me sentava na borda da cama.

– Como ele está?

– Apagado por conta dos medicamentos. Eu conversei um pouco com a mãe dele. E você? Como está se sentindo?

– Cansado de ficar deitado, mas se eu me mexer o braço dói – ele deu um sorriso fraco.

– Trate de ficar quietinho aí, vou ficar do teu lado para garantir que não saia.

– Cami, se você ficar ao meu lado posso passar o mês nesse exato lugar – essa fala me fez corar.

– Muito lisonjeiro, senhor Bernardo. Ainda assim espero que seja só até amanhã.

– Eu também – ele admitiu.

– Como foi a conversa com os policiais?

– Eles ainda não têm muitas pistas, vieram ver do que eu me lembrava, mas não é muito. Conseguiram as câmeras do prédio e vão vasculhar o que conseguirem.

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