Capítulo XXV

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— PORQUE EU TE AMO, CECÍLIA! — ele grita enquanto segura os meus braços e eu paro de respirar, chocada demais com o que eu havia acabado de escutar. — Eu a amo, e acredite, eu me odeio ainda mais por não conseguir mais controlar esse sentimento. Eu estava cego e me afastei, mas nunca deixei de te proteger mesmo à distância.

— Você está mentindo! És o pior mentiroso dessa terra, soldado Carter. — sorrio sem humor, tentando controlar meu coração. — No dia do baile...

— No dia do baile, eu senti que iria enlouquecer se não a beijasse pelo menos uma vez na vida. Eu jurei a mim mesmo que você nunca descobriria, e que aquela seria a única vez em que eu poderia, por um segundo, deixar de ser apenas o guarda que observa a mulher que deseja de longe sem poder fazer nada!

— Não fizeste nada porque não quis! — grito desistindo de tentar segurar as minhas emoções. — Sabe quantas noites eu passei acordada pensando em nosso beijo?

— Nós somos de mundos diferentes. Como não vê que um guarda como eu nunca poderá se casar com uma princesa? Tens noção de como isso soaria em Beaumont? Você será a próxima rainha! Não deixarei que destrua seus sonhos por minha causa. — seus olhos começam a ficar marejados, e o vejo dar dois passos para trás. — Estás noiva, irá se casar com o príncipe de Várzea...

— Eu quero você, Apolo! — quebro a nossa distância e seguro em seu rosto, deixando mais uma lágrima cair. — Como não percebe que você é o único homem deste mundo com que eu quero me casar?

— Isso não irá acabar bem, minha Cecília... — ele sussurra em minha boca e cola a testa na minha, se rendendo ao momento que nos envolvia. Retiro a aliança de meu dedo e jogo ao chão, entrelaçando meus dedos vazios aos dele.

— Uma vez um certo guarda me disse que eu não deveria me casar com alguém que eu precisasse me esforçar para amar.

— Princesa...

— Esqueça quem eu sou e os meus títulos, estamos sozinhos agora, apenas seja sincero comigo. — engulo uma saliva, e ouço as batidas de meu próprio coração. A pupila do olho de Apolo de dilata, e eu pergunto o que cada parte de mim anseia por saber. — Você realmente me ama?

As mãos dele se encaixam em minha cintura, lentamente, e seus lábios se aproximam dos meus. Sua mera proximidade dava-me a mais peculiar das sensações, queimando cada parte do meu corpo como se houvesse algo que nos ligasse.

Sinto minha respiração travar enquanto eu refletia se estava com coragem o suficiente para escutar a resposta, mas já era tarde demais. Suas palavras saem firmes e convictas, me fazendo ter certeza de que, a partir de hoje, eu estava completamente vulnerável a ele.

— Com todo o meu coração.

Foi o estopim. Nossa boca se encontrou em um beijo ardente e intenso, como se fosse a primeira vez que nos entregávamos verdadeiramente um ao outro, sem medo ou receios. A sensação encheu o meu peito de forma imensurável, e a cada segundo que se passava, não parecíamos ainda estar perto o suficiente. Apolo me pegou no colo conforme os seus lábios aqueciam os meus, e me colocou sob o empoeirado e gasto colchão na cama de madeira que estava colocada no canto do esconderijo.

Sua boca percorreu um caminho que passou pelo canto de meus lábios, depois pelo meu queixo e desceu até chegar em meu pescoço, me fazendo arfar e segurar firme o seu cabelo. Minha pele queimava a cada local em que ele me tocava e beijava. Sem que eu me desse conta, abri os botões do seu uniforme encontrando uma camisa branca por baixo, e quando nos sentamos, ele começou a desamarrar meu espartilho. Seus dedos entraram em contato com a minha pele quente, e meus lábios se abriram soltando um som que até então eu não conhecia. Quando fechei meus olhos, Apolo parou e amarrou o laço de volta, soltando uma respiração profunda.

Inquebrável Coração Where stories live. Discover now