Desliguei.

– Quem era? – Jonas perguntou.

– Não sei, número privado e não falou nada.

– Estranho – deu de ombros.

Continuamos nossa pesquisa por mais alguns minutos e meu celular tocou outra vez, Jonas pegou o aparelho e disse que ele mesmo ia atender.

– Alô? – Ele disse irritado. – Quem é? O que você quer?

Do outro lado da linha começou um barulho muito alto e agudo como uma microfonia. Jonas afastou o celular da orelha fazendo uma careta e encerrando a chamada logo em seguida. Jonas me encarava assustado.

– O que foi isso, Cami?

– Eu também não entendi – devolvi seu olhar aflito.

– Vamos dar um tempo nisso aqui, vai. Vou ver o que a Glorinha tem para o café da tarde.

– Ok, eu vou organizar isso aqui e amanhã continuamos.

Jonas saiu em direção a cozinha e recolhi os arquivos que estávamos olhando, coloquei os vídeos de volta nas caixas e fechei meu notebook tomando o cuidado de salvar os documentos de anotação apesar de não termos escrito mais que três linhas. Quando terminei de liberar a mesa de centro, ele voltou com dois copos de suco.

– Glorinha disse que o bolo ainda não está pronto – explicou.

– Tudo bem, não estou realmente com fome.

Jonas assentiu e voltou a se sentar no chão ao meu lado deixando os copos na mesinha. Enquanto eu tomava o primeiro gole do suco, meu celular tocou pela terceira vez, agora um número de telefone aparecia na tela, eu atendi já tremula.

– Quem é? – Falei com a voz aguda pelo medo.

– É melhor parar de investigar, patricinha. Eles já sabem – ouvir aquela voz foi como um soco em meu estômago e eu me coloquei em pé.

– O que você quer? Como tem meu número?

– Isso não vai acabar bem, avisa para o teu namorado tomar cuidado.

– O que tem o Bernardo? O que você... – ele desligou.

Congelei por alguns segundos com o telefone ainda em mãos.

– Cami, quem era? – Jonas estava em pé ao meu lado.

– Era o sequestrador, era o Soares – respondi ainda em choque.

– O que ele queria?

– Que a gente parasse de investigar – senti as lágrimas correrem em meu rosto.

– Ele te ameaçou?

– Eu não, o Be...

– Precisamos avisar a polícia! – Jonas alertou.

– Precisamos avisar o Bernardo também.

– Eu vou falar com os seguranças, você liga para o Bernardo e depois para a polícia.

– Certo.

Disquei o número de Bernardo e aguardei que ele atendesse, o telefone chamou diversas vezes até que caiu na caixa postal, enviei uma mensagem para ele pedindo que me ligasse com urgência e depois disquei para a detetive Samantha, essa me atendeu em pouco tempo.

– Samantha – ela atendeu.

– Detetive, sou eu a Camilla Borges.

– Camilla, aconteceu alguma coisa?

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