De volta ao quase normal

Začať od začiatku
                                    

- O meu pai também sabe? - Falei.

- Que você foi até a casa do Bernardo, não. Acho que ele teria um ataque se eu contasse, não acha? - Eu corei abaixando a cabeça. - Enfim, acho que é hora de vocês saberem o que viemos conversando.

- Vocês descobriram algo que possa me inocentar? - Be pergunto ansioso.

- Isso já faz um tempo - o investigador explicou. - As ligações que o mandante fazia com os bandidos foram feitas de uma torre próximo à casa do Bernardo, foi o que levou a polícia a determinar a prisão temporária. Ocorre que ele não saiu daqui da casa de vocês desde a noite que te levaram, ele estava sempre junto a alguém e mesmo que ele tivesse se ausentado vez ou outra de forma que conseguisse dar um telefonema, ele usaria a torre próxima a nós.

- E como a polícia não se deu conta disso? - Perguntei indignada.

- Eles estão cientes filha, as coisas são um pouco mais complicadas - ela deu uma pausa - Nós entramos em contato com o advogado do Bernardo para passar as informações que pudessem ajudar a inocentá-lo, o dr. Paschoal já havia pedido o habeas corpus e deixamos que seguisse dessa forma em termos oficiais. Acontece que o teu sequestro e a tentativa de incriminar o Bernardo podem estar ligadas ao pai dele.

- O que o meu pai tem a ver...? - Ele começou, mas foi interrompido pelo dr. Paschoal.

- Diretamente, nada. Mas você pode estar na mira dos mesmos criminosos que ameaçavam Osvaldo.

- Então quem planejou meu sequestro foi a quadrilha que fez o Osvaldo ser preso há dois anos? - Eu estava perplexa.

- Que merda, Cami. Desculpa te envolver nisso - Bernardo disse encarando o chão.

- Não é simplesmente uma quadrilha, Cami - minha mãe voltou a explicar antes que eu dissesse qualquer coisa.

- São pessoas muito poderosas e influentes que movimentam grandes quantias de dinheiro em ações criminosas. A polícia vem investigando a muito tempo, o pai do Bernardo não é o primeiro que acaba entrando no caminho deles e sofre alguma consequência - dr. Edson completou.

- Vocês não podem dizer nada disso para ninguém. É algo muito sério que envolve mais do que a gente possa imaginar - reforçou o advogado.

- Inclusive tivemos que suspender a investigação paralela, está sob jurisdição da Polícia Federal, eu não posso ir adiante - concluiu dr. Edson. - É por isso também que a Policia Civil não passou mais informações para vocês.

- Então continuamos de mãos atadas? - A angustia de Bernardo era palpável.

- Não exatamente, as acusações sobre você serão retiradas - dr. Paschoal explicou - só o que não temos é a identidade do verdadeiro autor.

- O que quer dizer que você ainda não está em segurança, Camilla - minha mãe reforçou. - Enquanto não tivermos certeza de que não há mais riscos para você vamos manter os guarda-costas.

- Tudo bem - concordei. - Tem razão, mãe.

- Foi muito irresponsável ter ido à casa do Bernardo sozinha - continuou. - Não é ele a ameaça, filha. É alguém que não conhecemos e que não sabemos do que é capaz que te oferece riscos. Por essa razão estamos passando essas informações para vocês, é melhor do que ficarem se encontrando às escondidas se colocando em perigo.

Assenti e olhei para Bernardo, ele me devolveu um olhar aliviado. Dr. Paschoal disse que iria à delegacia cuidar dos últimos detalhes sobre as acusações feitas à Bernardo, mas que não era necessário que o acompanhasse. Dr. Edson também estava de saída, portanto acompanhamos eles até a porta da frente.

Um Lugar para Nós DoisWhere stories live. Discover now