Religion🌹

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Bill Skarsgård, ator.

Nós nos encontramos, como se estivéssemos destinados

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Nós nos encontramos, como se estivéssemos destinados. Parece bobagem, um tanto inusitado de coincidências e escolhas bobas, mas não existe mero acaso quando o assunto é "nós". Somos o resultado de nossas decisões, e estranhamente, ainda continuo escolhendo você.

Costumava escrever quando precisava expressar o que sentia e assim me dei conta de que estava realmente sentindo algo por Bill. Vez ou outra, arriscava-me a ler novamente, torcendo para que aquilo não fizesse mais tanto sentido, como quando uma palavra é repetida inúmeras vezes e perde seu significado. Contudo, quanto mais pensava em ❝amor❞, mais a ideia era fortalecida.

Aconcheguei-me em meu casaco, suspirando. Eu tinha uma profunda aversão ao frio, quero dizer, a qualquer clima extremo, fosse frio ou calor. Estávamos no verão, mas vez ou outra, uma mudança repentina de clima chegava, fazendo com que os casacos fossem necessários e a melhor bebida fosse um café forte, ao menos para mim.

Bill ainda no estúdio, em alguma parte que não me ocorria no momento. Longe de mim, mas não de meus pensamentos como estivera nas últimas semanas. Era como estar em um vídeo game, sem chances de chegar a fase final, não sem antes repetir diversas vezes as mesmas fases.

— Ainda aqui, Cherry? Me esperando?

—  Não sei por que ainda insiste nesse apelido, Bill. — respondi, sem virar-me para encará-lo. — E eu não estava te esperando.

— Sabe, você ainda insiste nesse joguinho, mesmo depois de tudo. — ele fica à minha frente. — Você sabe e eu também sei.

Bati o pé, como se estivesse irritada, e não nervosa como realmente estava. Homens como Bill podem ter o que querem, mulheres como eu podem ter o que precisam, e no momento, precisava não cair em tentação, de ceder a ele ou de confessar o que realmente sentia.

— Já tivemos essa conversa. — disse por fim, encarando seu rosto. As roupas que usava, em um rápido desvio, percebi serem parecidas com a de um de seus personagens, Roman Godfrey. Roupas escuras e o característico sobretudo. — Não quero voltar atrás.

Para minha surpresa, ele não recua, muito menos parece inclinado a isso. Dois passos e ele está tão próximo que sinto como se precisasse respirar, e aprender como fazer isso.

— Não estou te pedindo isso. — ele acaricia minhas bochechas. — Estar tão perto de você e igualmente distante tem me deixado péssimo.

— Bill, nós não podemos continuar insistindo nisso. Não me parece certo, não quando você tem tudo de mim e eu sinto que tenho somente uma parte sua. — mantenho os olhos fixos aos seus, sentindo suas mãos quentes em minhas bochechas. — Quase alguma coisa nunca é suficiente.

Seu olhar passou de decepcionado para interessado, como se tivesse acabado de ter uma ideia.

— Posso te mostrar algo, algo que fiz para você. Você sempre preferiu os jogos... Mas acho que pode gostar disso.

Balanço a cabeça, não gostaria de admitir, mas a ideia me parecia surpreendente atrativa, e no fundo, eu mergulharia em qualquer ideia que ele tivesse.

— Vem comigo, prometo não insistir mais nisso se você não gostar.

Ele tomou minhas mãos que ainda estavam gélidas.

— Por que você não me diz?

— Porque você prefere atitudes, e não palavras, mesmo que ame poesias, sei que sua forma favorita de demonstração é com gestos. — respondeu, seu tom carregado de orgulho. — Acredite, eu conheço muitas coisas sobre você.

— Eu sei que sim. — suspirei. — Mas esqueceu da principal, Bill... Eu não gosto de enrolação.

— Bem, então vamos. — puxando-me consigo, seguimos em direção ao estacionamento.

O caminho que percorremos me pareceu estranhamente familiar, apesar da lembrança parecer de muito tempo atrás. Passei o trajeto todo observando a janela, me detendo às ruas, vez ou outra desviando o olhar para ele.

— Você está introspectiva, como costuma ficar quando está incomodada com algo. — ele abriu a porta para mim, mas continuei encarando a rua à minha frente. — Talvez não lembre daqui, não como eu lembro.

Inclinei a cabeça, quase em câmera lenta, desviando o olhar para o lugar atrás dele. O letreiro neon era chamativo, junto da música alta, era o convite perfeito para a diversão.

— Nós nos conhecemos aqui, ou melhor, nossa primeira interação mesmo foi aqui. - saí do carro. — Dançamos como se não houvesse amanhã.

— Foi naquele momento que as coisas entre nós aconteceram, não é?

Ele entrelaça os dedos aos meus, e sem esperar uma resposta, guia-me em direção à música. Eu podia sentir o nervosismo, mas não recuei. Quando chegamos ao centro da multidão, posso relembrar de tudo. Bill abraçou minha cintura, e então começamos a dançar.

Nossos olhares permaneciam fixos. Éramos duas pessoas bagunçadas, mas que de alguma forma encontravam paz e calmaria no outro. Sem aviso, Bill inclina-se em minha direção, encostando os lábios aos meus. Inicialmente, apenas uma carícia hesitante, quase como se estivesse tentando manter o controle.

Tomei a iniciativa, o puxando-me para mim, aprofundando o beijo, impulsionada pelos meus sentimentos até então contidos e pelas coisas que não havia dito. Ele abraçou-me fortemente, suspirando contra minha boca. Nos afastamos lentamente, e então recuamos em direção às mesas, para termos mais privacidade. A iluminação daquela parte do ambiente era mais restrita, o que me deixava aliviada, pois minhas bochechas já estavam adquirindo uma coloração avermelhada.

— Cherry, você ainda duvida que não tem nada de mim? — ele disse, afastando-se apenas alguns centímetros. — Você é minha religião, meu estilo de vida, e quero que entenda isso.

— Você tem noção do que está me dizendo?

— Sim... Que com todas as letras, inclusive a de uma das suas músicas favoritas, que eu amo você.

— Eu...

— Eu sei, estive tanto tempo preocupado em encontrar a maneira certa de te dizer, que não percebi que estava te afastando aos poucos, e mais que isso, te passando a impressão errada. — suas mãos acariciam meu rosto.

Sinto como se meu cérebro fosse uma esponja, e que precisaria de muito tempo para absorver aquela informação.

— Todo esse tempo?

— Sempre.

Então tive certeza, foi naquele momento que as coisas aconteceram.

Momentos: ImaginesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora