30- PAGHERAI PER QUELLO (Vai pagar por isso)

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[...]

Ontem, todas as luzes e aquelas pessoas aleatórias aplaudindo a gente foi algo diferente. Admito que curti meus cinco minutos de fama, porém depois passei a odiá-los. Eles não eram realmente meus, eram de Piero. Para aquelas pessoas eu só era a mulher de um empresário rico ou do Don, dependendo de que pessoa estamos falando. E não me casei para isso, para ser um enfeite na imagem do moreno. Já passou da hora de pôr o plano em prática e nada melhor do que reabrir as Joalherias Caccini para dar início a isso.

Depois de chegar da faculdade, a minha raiva tinha cessado um pouco, mas ainda queria esganar meu marido. Como o tédio me consumia. Nada melhor do que irritar Piero, pelo resto do dia.

Quando cheguei a sala, lá estava ele. De calças social e camisa de gola alta azul marinho, sentado no sofá com as pernas cruzadas enquanto degustava um drink e mexia no celular.

- Não devia estar na faculdade? - Perguntou assim que me viu.

- Já fui e já voltei, querido.

- Hum.

- E você já encheu a cara de novo? Está calminho agora.

- Não começa Lucrézia. O que você quer? - Largou o celular para olhar para mim.

- Estou entediada.

- Vai fazer compras ou sei lá o que as mulheres fazem.

- Seu nível de conhecimento sobre as mulheres me fascina tanto. - Satirizei.

- Se quiser podemos resolver seu problema lá em cima ou aqui na sala mesmo. - Deu um sorriso malicioso.

- Dispenso, mio amore.

Piero riu.

- E o que você quer de mim, core mio?

- Essa casa parece uma prisão e como estou entediada a minha principal diversão vai ser te irritar.

- Não ouse! - Fez aquela cara ameaçadora.

- Viu, já está funcionando.

- Hoje não é um bom dia para me provocar. Capisce?

- Claro. - Sorri de canto.

- Não vai me deixar em paz, não é?

- Adivinha?

- Sabia que poderia te trancar num quarto escuro e te deixar por lá.

- Seria extremamente corajoso da sua parte. - Cheguei perto dele e me inclinei quase tocando sua boca e senti o cheiro de álcool.

- Lucrézia. - Rosnou.

- Que foi?? - Me afastei, fingindo desentendimento.

O desejo, em seus olhos, ficou nítido.

- Para com esse joguinho. Já chega! O que você quer?

- O que aconteceu com a papelada das Joalherias Caccini? - Fiquei rodando o anel de noivado no meu dedo ao falar de frente para ele.

Ele demorou alguns segundos para processar a pergunta e desfazer a cara de dúvida.

- Não sei.

- Piero. - O encarei da maneira mais firme que conseguia.

- Eu realmente não faço ideia. Por que isso agora? - Levantou e chegou mais perto.

- Não faz diferença.

- Qual o problema? Você já é rica. O quer tanto com prédios caindo aos pedaços?

- Aqueles prédios caindo aos pedaços, fazem parte da minha história, da história da minha família. - Bradei e me virei para sair do recinto

Vendetta di Lucrézia (Vingança de Lucrézia)Where stories live. Discover now