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O apartamento de Andrew é um conjunto de dois cômodos pequenos que se conectam por uma porta, as janelas da sala de estar/quarto são amplas e há a necessidade de precisar fechar as cortinas toda vez que o sol se torna insuportável às três horas da tarde. Os vasos de orquídeas suspenso no ar trazem um conforto para todo o ambiente, as pequenas suculentas no parapeito da janela continuam lá mesmo depois de anos que Pepper Potts as deixou, e os cactos que foram plantados em pequenos vasos ficam na prateleira acima da pia da cozinha. Andrew é um amante de plantas e jamais admitiu em voz alta, principalmente a parte de que cada uma tem um nome.

O sofá de dois lugares foi um presente de um antigo vizinho do apartamento ao lado, que precisava se mudar e ofereceu o sofá azul-marinho a Andrew. A mesinha de centro redonda é de madeira com quatro pedaços sustentando a tampa, uma das peças que vendia na feira de artesanato em Milão. Andrew teve dificuldade de trazê-la para Washington, mas o trabalho valeu a pena. A cama foi uma das poucas coisas que Andrew trouxe de casa, a pondo em cima de um patamar de madeira clara que encontrou na rua quando voltava do mercado.

Em geral, o apartamento é aconchegante e bem iluminado, sem grandes luxos pelos quais Andrew tinha direito desde que fora adotado por Tony Stark. Um lugar pequeno e que ele podia chamar de seu sem haver a necessidade tenebrosa de explicar a razão de ser tão simples para as pessoas de fora. Anthony gosta de reclamar do pequeno apartamento toda vez que visitava Andrew, ele parou de ficar chateado ao perceber que Stark só queria que ele voltasse para casa e essa era sua maneira de mostrar que ainda era bem-vindo.

Os raios de sol vazaram pelas frestas da cortina e cobriram as costas de Andrew, que acordou com o calor desconfortável que se reunia atrás dele. Algumas mechas do cabelo castanho grudaram em sua testa, o fazendo murmurar palavras estranhas enquanto usava a manta para limpar o suor da testa.

Hoje é o único dia da semana que Andrew tem folga no trabalho e na faculdade, o que significa que ele pode dormir até tarde e comer as sobras da noite anterior enquanto finaliza seu livro que combinou de ler com Pepper Potts – ele ainda se arrepende disso. Claro, ele poderia fazer isso se o som de alguém mexendo em sua cozinha não o despertasse completamente.

Andrew abre os olhos, colocando um braço acima deles para se proteger do sol que castigava suas costas, e os estreita para ver melhor.

Noite passada foi um desastre, Bucky não disse absolutamente nada quando Andrew perguntou se preferia pizza ou hambúrguer, o que resultou em um jovem Stark frustrado por ser ignorado enquanto tentava decidir o que comprar. O silêncio do jantar conseguiu ser mais insuportável, resultando em Andrew lavando a louça como se quisesse quebrar o prato na cabeça de Bucky. Dormir se mostrou uma tarefa difícil pelo sofá ser pequeno, e ele ainda estava irritado quando conseguiu adormecer.

Na cozinha, Bucky parece estar conversando sozinho, passando geleia nas torradas e intercalando em mexer os ovos na frigideira. É uma cena estranha, e Andrew sabe que jamais irá se acostumar com isso mesmo que saiba que os próximos dias serão igualmente estranhos.

Andrew pensa em voltar a dormir, seus olhos estão a caminho de se fecharem, mas é claro que não acontece. A porta do banheiro é aberta, Bucky continua na cozinha o que significa que é impossível ter sido ele, fazendo Andrew empurrar a manta com violência e pular para fora do sofá rápido demais para impedir que a vertigem o acertasse.

Ele cambaleia um passo antes de cair, sua pressão caindo junto a ele.

– Calma lá, garoto. – Natasha Romanoff fala, se apressando em direção a Andrew para ajudá-lo a se levantar. Apesar de estar profundamente confuso, Andrew aceita a ajuda e permite que seja levado de volta para o sofá. – Não morra, Stark vai matar Bucky se isso acontecer enquanto ele estiver aqui.

Lar, doce lar - Bucky BarnesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora