A Professora Do Meu Filho

epílogo- Alice

20 anos depois.

Estávamos na boate comemorando o aniversário de 20 anos do meu filho João e a volta de Miguel. Depois de alguns anos morando fora do país estudando, meu menino estava de volta como nos velhos tempos. Não poderia estar mais feliz.

Estávamos todos juntos de novo. Dani e Antônio, minha tia, Pedro e Rebeca com a Sophia. Eu, André e os meninos. Todos juntos. Enquanto os jovens dançavam na pista nós ficamos sentados conversando e rindo. Minha tia sempre implicava com o genro e fazia todos rirem.

Quem é aquela garota com quem Miguel está dançando? - perguntou Dani. Olhamos na direção deles na pista e minha prima respondeu.
Ah, é Clarice. Filha da Janete, ela é a nova professora da pré escola.
Será que a história vai se repetir?- perguntou André no meu ouvido, apenas ri.
Ah, e olha outra novidade. - apontou Dani na direção oposta a de Miguel. Era João e Sophia aos beijos mais afastados da pista.
Eu vou matar seu filho!- falou Pedro bravo.
Não vai não- retrucou minha tia o impedindo de se levantar.
Mãe!
Mãe nada. Deixem eles já são de maior sabem o que fazem. Eu não impedi vocês porque vão impedir eles?- Todos nós ficamos olhando uns para os outros perplexos.
Mãe, a senhora é tão conservadora. - falou Rebeca.
Sou sim. Mas para toda regra existe uma exceção,olha vocês aí pra provar isso. Coisa pior fizeram no sofá da minha sala!- falou minha tia sempre remoendo esse assunto. Parecia que nunca iria perdoar Pedro por isso.
Ah, não. A história do sofá de novo! - retrucou Pedro.
Sim, a história do sofá sim seu pervertido. Agora você vai pagar o que fez com a minha filha! - disse a minha tia com ar de zombaria. - posso morrer em paz agora. - Todos rimos das palavras da minha tia.

Não tinha como não ser feliz. Estava cercada da minha família. Sim, minha família. Voltei pra plenitude sozinha, de luto, triste. E hoje tenho meus amigos que são como uma família pra mim e meu esposo e filhos que são meu maior tesouro. A vida me levou para um caminho diferente, mas não deixou de me trazer alegrias. Aprendi a deixar ela me guiar e me levar, e colhi os frutos de todas as escolhas.

E em meio a toda agitação da minha tia e do genro, Ivete Sangalo começou a cantar de novo. André com um sorriso no rosto, me chamou pra dançar. E estávamos na pista de dança como nos velhos tempos. Voltamos 20 anos no tempo, onde tudo começou. Naquela boate, naquela cidade, com aquele homem que amei á primeira vista.

Quando a chuva passar
Quando o tempo abrir
Abra a janela e veja
Eu sou o sol
Eu sou céu e mar
Eu sou céu e fim
E o meu amor é imensidão
Quando a chuva passar
Quando o tempo abrir
Abra a janela e veja
Eu sou, eu sou o sol
Eu sou céu e mar
Céu e fim
E o meu amor é imensidão oh oh oh oh

Te amo tequila! - falou no meu ouvido.
Depois de tantos anos ainda não consegui te dar um apelido. - falei com um sorriso. - também te amo!

Fim.