Brigadeiro e Mojito

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– Não nego – falei rindo.


– E talvez, só talvez – ele disse bem próximo de mim – seu mojito seja um dos diversos motivos que eu tenho para amar você.


– Você me ama? – engoli em seco.


– Eu amo você, Cami.


Finalmente aquelas quatro palavras que eu tanto quis que ele repetisse. Meu coração parecia dar cambalhotas e eu abri o maior sorriso que meus lábios alcançaram, mesmo que eu quisesse não conseguiria disfarçar o quanto ouvir aquilo me deixava feliz. Bernardo era com toda a certeza o homem que eu amava, eu estava pronta para dizer isso a ele, mas ouvimos a porta da sala se abrindo e meus pais anunciando que haviam voltado.


Desci do balcão pegando o balde de pipoca ao tempo que Bernardo se afastava e gritava para meu pais que estávamos na cozinha, meu pai apareceu no nosso campo de visão dizendo que sentiu o cheiro de brigadeiro e que após tomar banho viria comer com a gente. Eu e Bernardo voltamos para a sala deixando o doce na geladeira para esfriar, minha mãe também sentou para assistir ao filme e logo meu pai se juntou a nós.


Começamos o quinto filme da saga – meu favorito – e eu mal consegui prestar atenção por ficar pensando que eu perdi o momento perfeito de falar para Bernardo que eu o amo. E se agora ele achar que não falei porque não o amo? E se ele estiver pensado que não é correspondido por mim? E se ele duvidar do que eu sinto por ele? Só que eu simplesmente não achava uma brecha para falar sobre isso novamente.


Quando o filme acabou Bernardo disse que ia embora para que eu pudesse estudar para minhas provas, ele se despediu dos meus pais e eu o acompanhei até o portão, ainda atolada em minhas paranoias me despedi dele com um beijo ridiculamente xoxo. Com um meio sorriso ele me desejou boa sorte nas avaliações e entrou no carro me deixando com a culpa.

A semana passou de forma atropelada, ou melhor, eu fui atropelada por ela, testes todos os dias quando não mais de um

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A semana passou de forma atropelada, ou melhor, eu fui atropelada por ela, testes todos os dias quando não mais de um. Passava as manhãs na emissora trabalhando, as tardes fazendo resumos e revisando anotações para que anoite pudesse fazer as provas e voltar para casa para estudar mais antes de dormir. Me peguei pensando o que eu fiz durante todo o semestre para ter acumulado matéria daquele jeito, me lembrei das idas ao bar, dos finais de semana curtindo ou acampando ou vendo filmes com meu namorado... e mentalmente passei pano para mim mesma alegando que a gente não pode deixar de viver para estudar.


No sábado eu precisava terminar um projeto que entregaria na segunda-feira, ele estava quase pronto e faltavam só alguns ajustes ou acabamentos em uma costura ou outra, mas meu perfeccionismo exigia que eu continuasse presa àquilo cobrando algo inatingível. Eu queria apresentar algo fantástico, algo que faria parte da minha grife quando lançada, então não poderia me contentar com menos do que o melhor.

Um Lugar para Nós DoisWhere stories live. Discover now