'BÔNUS': She's Got Eyes Of The Bluest Skies

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"Where do we go now Sweet child... 

Sweet child o' mine"



Steve ainda sentia as costas queimarem em meio as tosses. Tinha sido um dia cansativo, apesar de bom e ele só queria se aquecer enrolado em suas cobertas. O que estava difícil com a dor e o chiado no peito.

Em algum momento do que parecia ser de madrugada para ele, as cobertas pesaram e seu corpo estava quente demais. Steve se recusou a abrir os olhos, ficando entorpecido entre acordar em dormir. Em algum lugar no fundo de sua mente a voz de Nancy o advertira sobre algo, mas ele não lembrava exatamente o que. Apenas manteve os olhos fechados até relaxar novamente e se entregar ao sono.

Não pareciam ter se passado nem mesmo 5 minutos quando a claridade do dia invadiu o quarto. Steve resmungou cobrindo o rosto, apenas se recusando. E que diabos! Ele tinha certeza de ter fechado as cortinas antes de se deitar. Estar em Hawkins para comemorar o ano novo depois de tanto tempo já não era mais estranho, o sol nem devia estar batendo em sua janela daquela forma. Era inverno, por favor! Foi quando em algum lugar dali ele ouviu a risada.

— Serio?— era sua voz, Steve abaixou a coberta apenas o suficiente para espiar de onde aquilo vinha — vai se esconder por quanto tempo mais?

Seus ossos não tremeram e seu corpo não gelou, mas seu coração parecia bater a milhas e milhas. Ele sentia algo na respiração e seus olhos cheios demais para não transbordar.

 Billy? — ele murmurou estranhando a própria voz. "Talvez eu esteja sonhando" Steve pensou, mas ele estava ali, deitado ao seu lado.

Billy estava ali, sorrindo para ele. Olhos azuis brilhantes, cabelos claros de cachos crescidos caindo sobre os ombros. Steve olhou para ele, seu rosto, seus olhos, seus lábios e então seus olhos novamente.

 Billy? — ele disse novamente, confuso e perdido. A ideia de que fosse um sonho ou uma alucinação sendo deixada para trás.

— Sim? — Billy respondeu, um sorriso suave e complacente em seu rosto.

Ele era real. Steve tinha certeza, seus sonhos ou alucinações nunca foram capazes de reproduzi-lo tão perfeitamente. Ele estendeu a mão para tocar seu rosto, agora ele podia ver o quão afetado estava, suas mãos tremiam. A sensação não passou ao sentir a pele de Billy contra seus dedos.

"deus!", ele ainda não tinha palavras, mas ele sentia Billy vivo em seu toque. Parecendo adivinhar seus pensamentos, ele colocou a mão sobre a de Steve em seu rosto. Calor, era tudo o que se passava na cabeça dele. Billy era quente, como seus dias na Califórnia e era assim porque ele estava vivo, ali! Ele sentiu isso a sua volta, seu quarto frio no inverno daquela cidade parecia diferente. Estava iluminado, ele sabia que algo estava acontecendo ali, mas não poderia se importar menos.

 Vem  Billy disse, levantando-se, provando a Steve que ele estava ali por inteiro — está um lindo dia lá fora.

Steve segurou a mão que Billy estendia para ele, saindo da cama. Ele sentiu a madeira sobre o pé e olhou para fora, para onde Billy o guiava. Um lindo tapete de areia se estendia diante de seus olhos, e em algum ponto se misturava ao horizonte azul de céu e mar. Hawkins e toda sua vida antes daquela visão era ali uma lembrança adormecida para nunca mais.

 Eu senti sua falta  ele sussurrou vendo Billy se virar. O menor sorriu e o abraçou, e seu corpo era o conforto que Steve esperou e esperou.

 Eu sempre estive aqui — Billy disse.

 Eu sei  Steve concordou, afastando-se para beijá-lo. Ele podia sentir tanto tempo distantes apenas esquecidos, suas almas agitaram-se, estavam de volta ao lugar que pertenciam.

Ali sobre o calor do sol e toda sua luz, o som do mar e o céu azul, o vento tocando seus cabelos. Uma 'visão' que não machucaria nunca mais.

Billy segurou sua mão, para sempre e sempre.

Oh Mother!Donde viven las historias. Descúbrelo ahora