Capítulo 6

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—Mamãe e papai brigaram hoje... E é tudo culpa minha! — A voz delicada e chorosa fala — Papai disse que a mamãe quase não me vê, e que fica a maior parte do tempo aqui. Ele disse que ela nem da oportunidade de ele poder ficar com você... A mamãe sempre foi uma mulher linda e encantadora. Sempre gentil e acolhedora... Agora?... — O choro sai de uma vez, e me sinto ser apertada — Maya, por favor...

A voz fica cada vez mas distante, até chegar ao ponto que só ouço uma curta respiração.

...

-O que está fazendo? - Pietra pergunta enquanto me encara do batente da porta.

Paro de fazer algumas anotações dos livros que estava lendo na biblioteca sobre criaturas sobrenaturais, e encaro a mulher ruiva à minha frente. Deixo o lapís de lado, assim como os cadernos.

Pietra estava segurando uma bandeja, com alguns sanduiches em um prato, e em uma tijelinha tinha algumas frutas. Havia um copo também, e suspeito ser vitamina de morango pela cor. Sinto minha boca salivar na hora. Hoje eu ainda não saí do quarto. Não depois de saber que se eu esbarrar com Akita quando ele voltar, eu terei de escutar suas regras.

-Estava fazendo algumas lições da escola. - Respondo a sua pergunta, e a vejo suspirar.

-Sabe que não prescisa mais disso, não sabe? Você não vai ma...

-Não vou mais frequentar à escola por enquanto, Pietra. É, eu sei! - Falo um pouco irritada por saber que meu pai tomou tal decisão sozinho - Mas assim que meu pai retornar, eu vou voltar para à escola. E mesmo que eu realmente não ligue tanto para o que eles ensinam, não vou deixar acomular, e depois ser cobrada! Na verdade eu nem me importo com isso, mas eu entrei naquela escola com um objetivo. Eu sei que em breve vamos ter algumas pistas. - Pietra acaba rindo e eu a encaro como se ela fosse doida.

-Quando seu pai me disse que era um tanto extressada, eu achei que ele estava apenas brincando. Agora sim que eu não saio de casa. Se você e Akita ficam sozinhos aqui, aposto que quando eu voltar, os dois terão se matado! - Ela fala ainda rindo, e eu bufo. Mas deixo um sorriso de lado me escapar - Bom, te trouxe um lanchinho. Você ainda não comeu nada... Isso pode te prejudicar muito, sabia? Ainda mais por já estar um pouco doente - Ela me pergunta enquanto coloca a bandeja em cima da mesa.

-Blá... - Faço uma som e Pietra sorri me olhando - Besteira. Eu faço isso desde de sempre, não vai ser agora que vou passar mal... - Assim que termino de falar, mordo um pedaço do sanduíche.

-Maya, agora você está mais sensível. E eu sei que está, nem adianta protestar! - Ela me repreende com um olhar, e eu dou de ombros enquanto bebo um pouco da vitamina - Eu sei que agora que seu pai foi, você deve estar com medo, e eu compreendo. Mas, não deve se prejudicar... - Pietra fala demosntrando sua preocupação.

-Relaxa, não vou adoecer. - Dou uma piscadinha para ela que sorri.

-Você não tem jeito mesmo, Maya! - Ela gargalha - Bom, vou ver ir ajudar as mulheres dos outros dois soldados que partiram para o território dos ursos. Qualquer coisa, chame a Carla. Ela é nossa funcionária, a que mais temos confiança. Se prescisar de algo, incluindo falar comigo ou com meu irmão - Faço uma careta quando ela cita Akita. Pietra percebe e da risada - Se prescisar de mim, ela vai saber te responder. Agora deixe-me ir, antes que eu me atrase. Até mais tarde, Maya - Ela vai saindo do quarto, mas algo à impede - E vê se fica acordada para o jantar, não quero que fique sem comer e durma de barriga vazia.

A Loba MayaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora