- Papai vai surtar, não vai? - Sua voz saiu abafada por estar com o rosto esmagado pouco acima de minha barriga. Bufei, imaginando que meu pai fosse realmente fazer um escândalo por causa da casa em que ela caiu.

- Não, não vai. Sabe por que? - Ela levantou o rosto, já seco e menos vermelho, quase com um ponto de interrogação desenhado em sua expressão. - Porque eu vou mandar uma carta amanhã de manhã para ele detalhando toda sua disposição em aprender o melhor que a Grifinória pode oferecer!

- Que é...? - Abrindo um sorriso, parecia me desafiar. Franzi meu cenho, apertando sua orelha.

- O espírito competitivo e a coragem em fazer o que quiser fazer, independente do julgamento dos outros. - A voz da Granger realmente está muito mais gostosa de ouvir, aliás, poderia até arrumar alguns motivos para falar mais com ela, mas nunca admitiria isso em voz alta, para ninguém, pois continua a irritante sabe-tudo.

- Competição e coragem, óbvio. - Ambas riram, fazendo-me sorrir também, e bagunçar ainda mais o cabelo de minha irmã. - Agora eu, bom... vou levar os outros alunos novos da Sonserina para os dormitórios e amanhã, faremos um tour, ok?!

- Tá bem, mas... já que você não vai ser minha monitora, eu posso perguntar algumas coisas para os monitores da Grifinória. - Franzi novamente o cenho, apertando sua bochecha.

- Ah, qual é. Siga ela para o dormitório e fique quieta por lá até amanhã, eu que vou te mostrar tudo desse castelo! Sou sua irmã, me respeita. - Novamente, gargalhou, abraçando minha cintura. Acenou com a cabeça apoiada em meu peito, enquanto eu encarava Granger.

A irritante sabe-tudo, novamente, passa a frente. Eu deveria realmente odiá-la, mas não vejo porque odiar alguém. Prefiro ignorar como se fosse nada, para quem quer que seja, sentir-se um lixo, como parte da escória bruxa. Mas não via mais o porque de fazer isso com a sangue-ruim, afinal, ela pode acabar sendo útil...

- Eu já te expliquei a maioria das regras, as gerais, portanto, qualquer coisa errada que faça, quem irá de tirar pontos será a Granger. E não pense que ela pegará leve apenas por você ser uma Grifinória nova e bonitinha, não. Pode pegar pesado, Granger. - Enquanto a sangue-ruim sorria, acenando positivamente com a cabeça, Cissy fez uma expressão séria. A conhecia muito bem para saber que não aceitaria ordens de ninguém tão fácil assim.

- Aposto que ao contrário da irmã, ela aceitará bem as ordens impostas pela escola. - Sarcasmo. Nós duas só nos falávamos através disso, sarcasmo. E ela era realmente boa nesse dialeto.

- Ah, é. Até porque, eu não tenho irmã mais velha aqui. - Ambas rimos da sua expressão de ofensa, como se realmente estivesse de mal humor. - Mas enfim, eu tenho que ir. Qualquer coisa, mande aquela sua coruja linda pra mim, tá bem? - Ela sorrio, provavelmente lembrando que a coruja que dei de presente, a fazia lembrar de mim, pois era pequena, pomposa e com as penas pretas reluzentes. Acenando com a cabeça, me apertou mais forte, soltando em seguida. Depositei um beijo em sua cabeça, apertando seu queixo.

Granger me encarava, não de um jeito autoritário ou debochando, como costumávamos fazer uma com a outra. Encarava-me nos olhos, como se quisesse ter acesso aos meus pensamentos. Graças a Merlin que ela não pode usar, ainda pelo menos, legilimência. Meu corpo ficava quente apenas de imaginar o que faria com uma Grifinória certinha como ela...

Caminhando, junto aos novatos, fui pensando sobre bissexualidade. Afinal, porque não ter um relacionamento com mulheres? Não há nada de errado, afinal... nós somos feitas para amar. Sabemos exatamente o que fazer, tanto com homens quanto, melhor ainda, com outras mulheres. Eu não fazia ideia de como era sentir o prazer no corpo de outra pessoa como fiz com Melinda. Ela era interessante mas... acho que não fazia muito meu tipo de mulher.

C.A.O.S.: Carnalmente Apaixonada, Operação Sonserina!Where stories live. Discover now