Pleno de Ausência

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Nada nela me interessa.

O interesse é o espelho do desejo próprio,

e onde há interesse, não há amor.

O Amor não se curva aos ventos de interesse algum.


Não sinto nada por ela.

Sentir supõe algo mais que amar,

porque amar é a perpétua luz do grande meio-dia,

e sentir cobre de sombras a debilidade desse amor.


Não espero nada dela.

Como a estrela que ignora a aurora que chega,

amar é a ausência absoluta de espera,

é chegar ao destino sonhado minuto a minuto a par dela.


Não sei nada a respeito dela.

Se nem sei de mim, o que sei eu de saber, de amar?

Saber é a onipotência do ego.

E amar é estar repleto de um vazio saber.


Pleno de ausência, ou ausente de plenitude?

O paradoxo de amar é como o paradoxo deste poema:

Um fim sem final...

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