O amor externo

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Só, sob os focos de uma noite de insônia, descobri:

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Só, sob os focos de uma noite de insônia, descobri:

Muito além de eterno, o amor é externo.

Está em teus olhos que me olham, no mar de suas ondas.

Entra no corpo como a música e outros ritos,

instala-se como verdade única, egoísta de si,

envolve as emoções com sua luz opaca,

no abismo que é, uma estrela pulsa.


Rajada de dor, fogo negro que arde no peito,

é a ausência plena de um eu e a ausente presença do outro.

Rezo ao deus que está em ti, um pouco de clemência.

Arrasta-se meu desejo, fere, e já é seu o desejo meu.

A fantasia, a poesia, as lágrimas têm pouca serventia.

Olhe-me nos olhos: realmente importa o que eu diga?

Realmente quer a solidão de minha companhia?

Até quando os passos vão inaugurar um novo caminho?

Ou serão as pegadas de nosso destino um desencontro sem fim?

Todo meu amor está em ti, desde o momento em que te conheci,

é externo sim, e se estende eterno, por todo o universo.


(Ilustração: Marcelo Agrafojo)

ParadoxoWhere stories live. Discover now