CHEGUEI À REUNIÃO AO MESMO TEMPO QUE NOAH. — EI, VOCÊ NUNCA vai adivinhar o que acabou de acontecer na minha aula de química.
— Você foi convidada para sair.
Meu sorriso se transformou em um beicinho. — Como você soube?
— Dixon me mandou uma mensagem. Disse que alguém ali estava disposto a arriscar o pescoço. Cody, não é?
— Isso mesmo — respondi, com um sorriso enorme. — Será que você pode ficar um pouco mais animado por minha causa, Noah? — Eu o cutuquei no braço em tom de brincadeira. — Vou sair para um encontro! Você não está feliz por mim?
Noah riu. — Estou, Gabrielly! — Ele me deu um abraço, mas talvez só tenha feito isso para me fazer parar de saltitar de um lado para outro pela empolgação. — Cody é um cara legal. Só estou imaginando o que o meu irmão vai dizer quando alguém contar isso a ele.
Eu ri. — Não se preocupe, vai ficar tudo bem.
— Se você diz...
— Então, Noah e Any — disse Tyrone, o presidente do grêmio estudantil, dando início à reunião com um simples bater das suas palmas enormes. Ele estava sentado na cabeceira da mesa, com Gen ao seu lado, papel e caneta a postos para registrar a minuta. Ela desempenhava sua função de secretária do grêmio estudantil com bastante seriedade. Todos olharam para Tyrone e imediatamente fizeram silêncio. — Soube que vocês finalmente tiveram a ideia para sua barraca.
— Sim — dissemos em uníssono.
— Uma barraca do beijo.
— Aham — concordamos em coro.
Ele nos olhou com uma expressão preocupada. — Vocês não acham que isso é... um pouco arriscado?
— O quê? Como assim, arriscado? É só dizer que, se a pessoa estiver gripada, não pode vir à barraca do beijo. Não vai ser um grande problema, Tyrone.
— Não é isso. A questão é... bem, vocês não acham que isso é uma ideia meio vulgar? Soube que algumas pessoas não estão muito felizes com ela.
— Mas nós já começamos a fazer a placa! — argumentou Noah levantando a voz. — Já temos as pessoas que vão trabalhar na barraca! Todo mundo adorou a ideia!
— Tyrone, ninguém está pensando desse jeito — argumentei, calmamente, cutucando Noah com o cotovelo. — Além disso, muitos festivais têm uma barraca do beijo. E sempre podemos estabelecer algumas regras. Como aquelas restrições de acordo com a altura das pessoas nas montanhas-russas.
Podemos estabelecer um limite de idade, se é isso que o preocupa. — Há uns dois professores que não estão muito contentes com isso.
Pessoalmente acho uma ótima ideia. Só não tenho muita certeza se é o melhor a fazer.
— Vai dar tudo certo — prometi a ele, abrindo um grande sorriso.
— Bem, se vocês já estão com tudo planejado, é melhor começarem a trabalhar na barraca. O festival é no sábado que vem. Tudo tem que estar pronto até sexta.
— Sim, nós sabemos. Vai estar tudo pronto até lá — disse Noah.
— Fantástico. Vamos em frente, então. Kaitlin, você tem o telefone da fábrica de algodão-doce?
— Lembre-me de perguntar ao seu irmão se ele vai passar na nossa barraca —sussurrei para Noah. — As meninas estão falando disso o tempo todo, sem parar.
— Você sabe que ele vai dizer não.
— Sim, mas tenho que perguntar assim mesmo.
— O que foi que eu lhe disse, Gabrielly ? — Noah sorriu, dando um peteleco no meu nariz e fazendo com que eu retorcesse o rosto. — Você é gentil demais.
NOAH TEVE QUE CORRER PARA O SUPERMERCADO COMPRAR ALGUMAS coisas para sua mãe. Por isso, ele me deixou diante da sua casa, pois íamos trabalhar na playlist das músicas da barraca do beijo. Eu pensei em começar a procurar algumas músicas românticas enquanto ele não chegava, e entrei na casa. A porta já estava destrancada. Vi o carro de Josh, que ele mesmo havia consertado, diante da garagem.
— Nossa mãe disse que você precisa ir comprar mais leite. Estamos sem nada — eu o ouvi dizer.
— Ele já foi — respondi. — Sou eu.
Entrei na cozinha bem quando Josh estava saindo — e ele trombou comigo, derrubando um copo de água que molhou toda a minha blusa. Para piorar as coisas, a água estava gelada e eu gemi, dando um salto enorme para trás.
— Joshuaaa! — gritei, puxando a blusa. Ela ficou totalmente colada na minha pele, e o fato de eu estar usando um sutiã cor-de-rosa por baixo, já que todos os meus brancos estavam sendo lavados, não melhorou a situação. Suspirei.
Tinha que ser comigo.
Encarei Josh com uma expressão irritada. Vi um músculo estremecer no queixo dele, e suas sobrancelhas se juntaram.
— O que foi? O que significa esse olhar? — perguntei, sentindo meu mau humor entrando em ação. Como Josh não disse nada, passei por ele e entrei na cozinha pisando duro para pegar algo para beber.
— Ei, o que é isso no seu braço?
Não respondi.
— É verdade que você vai sair com um cara da escola?
Coloquei o copo vazio sobre o balcão. — Que droga, Josh! Isso tem importância? Já não basta Noah me dizendo que sou gentil demais. Você não precisa ficar me controlando também!
— Você não respondeu à minha pergunta. — Você também não respondeu à minha. — Perguntei primeiro, Any Gabrielly .
Ah, diabos. Ele usou o meu nome completo. Oh-oh. Dei meia-volta para ficar de frente para ele. — Sim, vou sair com um cara. Com Cody. Ele é um rapaz legal.
— Um rapaz legal? — Josh fechou a cara. — Any, você está falando sério? Por acaso você o conhece? Sério, você o conhece mesmo?
— Bem... não. Não muito. Mas é por isso que vou me encontrar com ele.
Para conhecê-lo melhor. É isso que as pessoas costumam fazer, sabia? Ah, mas espere. Não, desculpe, você não saberia nada sobre isso, senhor Rei dos Joguinhos. Você só leva as garotas para a cama e as dispensa na manhã seguinte. Desde que saiba o nome delas, tudo fica bem.

A Barraca dos Beijos ( Now United ) Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon