1 | Diretamente de chernobyl

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Bárbara Narrando

📍Alphaville, São Paulo

Olhei minha madrasta passar pela porta do meu quarto pelo reflexo do espelho e revirei os olhos.

Provavelmente ela veio surtar pela festa que eu dei ontem à noite.

Continuei secando meu cabelo enquanto ela falava algo que eu não escutava graças ao barulho do secador que eu desliguei em segundos e olhei a mais velha me encarando.

- já acabou? -perguntei deixando o secador encima da penteadeira-

- não Bárbara, eu não acabei

- então fica falando aí sozinha que eu to saindo

- você não vai pra lugar nenhum

- e desde quando você manda em mim?

- é, você tem razão. A conversa agora vai ser com seu pai

- como se ele fosse sair de Florianópolis pra ver o que tá acontecendo aqui

Meu pai é publicitário e nunca tem tempo pra ficar em casa, era raro eu ver a cara dele.

Peguei minha mochila e sai do quarto sendo seguida por ela, parei na sala de jantar e joguei minha mochila na cadeira e observei o Junior, o filho da Marcela, minha madrasta.

Peguei uma maçã na fruteira e mordi olhando meu pai passar pelo corredor.

- só uma tempestade pra fazer você vir em casa né -murmurei-

- o que aconteceu, Marcela? -olhou minha madrasta e fingiu que eu nem estava ali-

- o que aconteceu? você não tá vendo o estado dessa casa?

- foi só uma festinha -murmurei-

- tava cheio de drogado aqui -o Junior comentou-

- cala a boca pirralho -cruzei os braços-

- Junior -meu pai suspirou- vai pra escola que você já tá atrasado. A conversa é com a Bárbara

O mais novo obedeceu, pegou suas coisas e saiu de casa em silêncio.

- você precisa dar um jeito na sua filha -a Marcela falou enquanto passava a mão na cabeça-

- que jeito cara? já foi -soltei os braços e meu pai me encarou-

- você sabia que rolou droga aqui? -ela falou olhando meu pai- até nosso quarto invadiram

- vocês querem o que? -suspirei- me matar de tédio?

- Bárbara, eu to cansado de tapar meus olhos pra suas maluquices -o mais velho falou irritado- acabou

- o que você quer dizer com isso?

Ele tirou os óculos escuros me encarando em seguida e engoli em seco.

- você vai arrumar suas malas agora e vai pra casa do seu irmão

- você só pode tá ficando maluco -ri-

- quem é que não fica maluco com uma filha que nem você?

- eu não vou pro Rio

- você vai, porque eu to mandando e enquanto você for de menor você me obedece -olhou a Janaina que passava no corredor- Janaína

- sim, seu sérgio

- liga pro Filipe e avisa que a Bárbara tá indo pra casa dele por tempo indeterminado

A Janaina assentiu e saiu em direção ao telefone.

- nem ligar pra ele você tem coragem? -levantei a sobrancelha- por que você não liga pra minha mãe?

- quero poupar sua mãe de enlouquecer com você também

Eu nasci no Rio, mais precisamente no Bairro do Catete, mas meus pais acabaram se separando por conta do trabalho do meu pai que fez ele se mudar pra São Paulo e como eu era muito apegada com ele acabei vindo junto deixando minha mãe e meu irmão no Rio.

(...)

📍 Galeão, Rio de Janeiro

Arrastei as malas pelo aeroporto enquanto passava todos os xingamentos possíveis na minha cabeça.

Bati meus olhos na Anna sentada em uma das cadeiras do aeroporto mexendo no celular e me aproximei dela.

- cada dia que passa mais linda -ri e ela levantou a cabeça-

- e você mais irresponsável -riu- quero saber o que você aprontou dessa vez

- mas me recebe assim, Estrella? cadê o abraço? o "saudades cunhadinha"?

- dramática -riu e se levantou me abraçando apertado- tá tudo bem? -me soltou-

- tem como não estar? vim parar na cidade maravilhosa de novo

- você que não trate de dar uma segurada, Filipe te põem no seu lugar rapidinho

O Filipe depois da minha mãe é a única pessoa que eu escuto e tenho todo o respeito.

- depois eu me preocupo com o Filipe, me ajuda com essas malas

- tá bom -pegou uma mala e fomos andando em direção ao estacionamento-

- como tá meu sobrinho?

- tá bem, quando o Filipe comentou que você vinha o bichinho faltou pouco soltar fogos

- jura? -sorri- Théo é o pouco de juízo que ainda me resta -a mulher ao meu lado gargalhou-

Fomos o caminho inteiro até sua casa conversando sobre as algumas coisas que aconteceram.

Apesar de morar longe deles eu sempre estava presente e sempre fazia questão de arrumar tempo pra ver o Theo.

- vou deixar essas malas aqui -falei enquanto saía do carro- o Filipe pega depois -ri-

- tu é muito abusada né

- pouquinho -passei meu braço pelo seu pescoço e entramos em casa- OH DE CASA -a Anna deu um tapa na minha cabeça-

- não grita, pirralha

- aí Estrella

- vou atrás do theo, acha o Filipe aí

Ela foi pra uma direção e eu fui pra outra tentando achar o Filipe e encontrei ele na cozinha.

Diferente da última vez que eu vi seu cabelo não era mais rosa e sim verde florescente.

- que cabelo é esse Filipe? -gargalhei e ele me olhou-

- aulas tá

- diretamente de chernobyl

- tomar no cu, babi

Fui até ele e o abracei apertado recebendo um beijo na testa.

- quando teu pai ligou nem acreditei

- para de fofoca

- 17 anos, Bárbara. toma vergonha nessa cara

- foi só uma festinha -sentei no balcão-

- desce daí -mandou e revirei os olhos descendo do balcão- é festinha, é ele te pegando fazendo menage, com maconha

- quer mesmo entrar nesse assunto? -levantei a sobrancelha e ele riu-

- não pô, mas tu não pode dar mole e deixar ele te pegar

- a vida é curta, filipinho

- filipinho teu cu

- BABI -escutei o gritinho do Théo e sorri me abaixando na sua altura-

- oi príncipe -beijei sua bochecha- cadê o beijo da tia? -ele beijou minha bochecha e sorri- que beijo gostoso

- tava com saudadis

- eu também meu amorzinho, mas agora vamos ter bastante tempo juntos -pisquei e ele sorriu-

Sex with me - L7nnonWhere stories live. Discover now