[ S1] Chapter XIII - Carnificina Psicológica

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Antes de ler este capítulo, tenha certeza de estar bem emocionalmente, para alguns as palavras deste, serão fortes e podem ser compreendidas de forma errônea, leia por sua conta em risco!

Sim, dois capítulos em um dia, continuação do último, risos...

Continuando...

Peguei as roupas de Christian, resolvi umas coisas na cidade, anda tão importante, apenas umas pendências pessoais, incrivelmente eu ainda tinha uma vida, além de servir a eles, voltei até a mansão, bem a tempo, eram quase 19h, fui recepcionado por uns sons... uma briga, algo que eu não pude evitar de ouvir, seria o Senhor Hansen ou alguém sendo atacado? Subi as escadas o mais rápido possível, passei pelos quartos dos filhos e cheguei no da Madame Hansen... mãe de Christian e Helena... ela estava sentada na cama.

– Christian, eu não vou deixar você fazer o que bem entende com esta empresa, seu pai a confiou a mim e sua irmã por este motivo! Você não tem capacidade de ter empatia por ninguém! – Ela gritava com o mesmo, que estava com uma cara, não tão amistosa.

– Esperei dias... semanas... meses para poder ter essa conversa com você mãe... eu não entendo o motivo, meu pai, um homem tão grande e almejado por todos, conquistou você, viveram felizes anos, tiveram a mim e Helena...

– VOCÊ SABE QUE EU ESTOU SOFRENDO POR ELA NÃO ESTAR AQUI, NÃ OCITE O SEU NOME EM VÃO AGORA!

– ELA MORREU! ACEITE! – Christian se alterou, assim como sua mãe.

Pela brecha da porta, era mais do que suficiente para ver a cena inteira, ela se levantando da cama para gritar com o filho e ele revidando... conturbações atrás de discórdias, mas também, antes de adultos, essas crianças nunca aprenderam a receber um não.

– Como? Você tem coragem de falar algo assim, da sua irmã... ela ainda está viva, eu creio que está, mesmo com todos os esforços eu não consegui encontrar nem mesmo o cadáver dela... eu precisando de você mais do que tudo e você me vem falar de questões DE POLÍTICA? – Ela desabou no choro, não suportou.

– Nunca... – Ele disse após algum tempo, fazendo-a olhar em seus olhos que não saiam de seu rosto pálido e cansado de tantas lágrimas. – ... imaginei de ter tanto desgosto de minha família, eu não mereço vocês...

– Filho, o que você quer dizer com isso?

– Todo esse tempo... eu não quis apenas uma parte de algo para mim, talvez eu esteja sendo motivado por algo incompreensível aos seus olhos minha mãe. – Ele pegou em seu rosto, passando seu polegar em suas bochechas.

– Filho... você está me assustando...

– Não se assuste, eu ainda sou aquela criança que você segurou no colo, mesmo que poucas vezes, afinal tinha negócios e mais negócios a resolver, aquelas vadias das babás que você contratava era o que eu tinha... como mãe, mães pobres... mães que não sabiam o meu potencial... – Sua mão percorreu um caminho até sua nuca.

– Eu nunca...

– Você nunca o que? – Puxou seus cabelos castanhos, a jogou na cama novamente, seu vestido longo e de cor rosa claro amassou e arrochava suas pernas naturalmente. – Me diga... você também nunca foi apenas de meu pai né, eu já peguei você com alguém, um homem... você o chamava de Vincent? Não é? Sua vadia...

– Eu sou a sua mãe... – Ela estava a mercê dele, eu não tive coragem de impedir...

– Uma mãe tão boa que nunca aprendeu a ser uma mãe... nem uma esposa, você é a mesma coisa que nada aqui dentro... – Ele apontava com a outra mão, para seu próprio peito. – Não tem, Senhor Hansen aqui... nem Vincent, nem ninguém para lhe ajudar agora, Madame Hansen.

– Christian por favor, não faça nada de que se arrependa depois... eu te mão meu filho, criei você... – Ela não pôde concluir.

– Não ouse me chamar de filho, nunca fui devidamente criado para ser um filho seu, em seus braços era uma amamentação apenas, a serviço de outros homens você estava, nunca obedeceu a meu pai. – Ele a soltou aos poucos, deixando-a livre, e trazendo aos poucos uma esperança aos olhos de sua mãe.

– Filho?

– Compreendo suas ações, mãe... – Ele se virou, colocou uma das mãos no bolso da calça social, se dirigiu até uma bancada banhada a ouro, em frente ao espelho enorme do quarto, pegou uma taça de vinho, e levou até sua mãe. – Beba, na bíblia, dizem que o vinho é o sangue de Jesus, não é?

O clima voltou a ser de tensão novamente, sua mãe estava ainda pálida, ele com um sorriso... psicopata, sem nenhuma dimensão de pudor.

– Meu filho, seu pai... sua irmã, eles importam para você?

– Não. – Ele parou, e antes de entregar o vinho, fez um rápido movimento, quebrando a taça com uma mão só, em apenas um aperto. – Nada importa mais, apenas o meu poder que será consagrado, maior do que o do próprio Jesus... este é o meu sangue...

Ele pegou um caco que sobrou em sua mão, já cheia de seu próprio sangue, e por fim, concluiu a frase...

... o sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por vós e por todos, para remissão dos pecados.

Ele cravou o caco no olho de sua mãe, imóvel... aos poucos se rendendo, caindo no chão, fiquei em choque, parado observando aquilo na brecha da porta, sem ter nenhum tipo de reação...

– Os pecados que irei purificar com o meu poder... – Ele apenas jogou o resto no chão, já vendo sua mãe... morta... em seus pés... sacudiu as mãos e para minha surpresa, me referenciou, percebendo que presenciei o acontecido. – Limpe isto, Javier, oculte-o, meu leal servo, ou melhor... meu leal amigo, estarás comigo no recomeço desta cidade, e do mundo também! – Ele se retirou, direto para o banheiro, e provavelmente em seguida, iria descer aquelas escadas naturalmente.

Meu chão... caiu com o que havia acabado de acontecer...

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