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Aquela noite foi desconfortável para ambos, os dois ficaram afastados no abrigo e depois de discutirem o plano que ainda não era viável ela ausentou-se para dormir... ou tentar. Ele não se aproximou como sempre e eles não falaram dos seus sentimentos recentemente partilhados. Parecia tão pessoal para ela, mas ao mesmo tempo não sabia se era real ou apenas algo que a sua mente inventou por estar isolada do mundo. Estar perto dele trazia-lhe borboletas ao estômago e um certo calor que nem na sua adolescência surgiu. Era como estar sob o efeito de hormonas novamente... ela não gostava disso, ela queria controlo.

Acordou mais cedo, o sol já trazia claridade suficiente para ver. Ele estava pacifico no seu canto o seu rosto completamente relaxado. Ela deixou-se pensar em como alguém que lhe mostrava todo esse lado vulnerável poderia ser mau. Não podia. Ele é bom que se lixe a opinião dos outros!

Ela saiu do abrigo, esticou os músculos e estalou algumas articulações. Um mergulho na lagoa ia fazer-lhe bem. Ela caminhou pela floresta até ao lugar, retirou a roupa, dobrou-a sobre uma rocha e entrou na água estremecendo com a sua temperatura um pouco fria de mais. Ela habituou-se, nadou um pouco e mergulhou. Era o mais limpo que ela iria conseguir, mas não faltava muito para ela conseguir um banho quente na sua banheira com todos os sais e produtos que ela conseguisse usar... ela merecia depois de toda aquela aventura.

Ela aproximou-se da borda. Havia apenas um pequeno problema, ela tinha de conseguir comunicar com ele. Teria de treinar e quanto mais depressa melhor. Ela mal podia esperar pela normalidade, o controlo, a sua filha e o seu trabalho. Ela queria saber se era real tudo parecia um sonho aqui. Ela tinha de ter a certeza. Mas a certeza do quê? Ela sabia que gostava dele muito antes de tudo. Ela tinha medo de admitir.

Ela aproximou-se mais da borda, colocou os cotovelos sobre a rocha e fechou os olhos. Respirou algumas vezes para se concentrar e quando sentiu o seu estado sereno e relaxado disse apenas uma palavra na sua mente, Samael, ela abriu os olhos novamente a floresta estava pacifica e nada se moveu. O ar mudou de repente, o som das asas dele entrando na clareira e a aterragem suave. "Chloe! Tu..." As asas dele brilhavam ela não se lembra daquela pequena aura brilhante à sua volta.

Ela concordou. "Eu tentei. Resultou?"

"Foi como um sussurro na minha mente, mas eu sabia que eras tu." Ele parecia pacifico e particularmente feliz. "Já há algum tempo que ninguém o faz." Ele diz. As asas dele esticaram atrás dele. "E estes apêndices desagradáveis não se controlam." Ele diz num tom moderado de irritação e suavidade.

"É por isso que elas brilham?"

Ele olha por cima do ombro. "Elas brilhavam muito mais... o tempo todo... mas imagino que sim. O teu chamamento deixou-as assim." Ele diz, não querendo admitir que também se sentia diferente por dentro. Era como se o dia não pudesse ser mais brilhante, como se a felicidade estivesse em todo o lado... ele mal se podia conter.

"Então, tenho de treinar um pouco mais... talvez tentar por mais tempo." Ela fechou os olhos e tentou novamente, entrando no mesmo estado de relaxamento anterior, Samael consegues me ouvir?.

As asas dele agitaram-se assim que ele ouviu o mesmo sussurro na sua mente. O arrepio desceu pela coluna, o coração bateu mais forte e ele mal se podia conter. Ele queria abraçá-la dizer que tudo ficaria bem. Talvez um pouco de poder angelical para a acalmar? Ele parou de pensar nisso, ele não podia... ele não tinha mais esse tipo de poder... mas curou-a, será que...? Não, ele não podia... isso afeta os humanos a sentir algo que não querem e ele não a queria influenciar. "Eu consigo Chloe, mas é apenas um sussurro. Pode não chegar ao Inferno." Ela suspira. "Ficará melhor, eu prometo. Talvez possas tentar de outras maneiras."

A IlhaWhere stories live. Discover now