A História de Laura e Rafael

Reencontro e despedida.

Laura e Rafael são convidados por Lorena para irem a casa dela. Diante deles, Lorena disse com calma e precisão de palavras, apesar da sua dificuldade em pronunciar. 

O rosto de Lorena estava cansado e com olheiras, causados por noites mal dormidas devido ao seu amargo erro. Um erro que apenas foi enxergado com a declaração da sua ex empregada.

- Eu... não vou economizar palavras eu sei que nada pode apagar o que aconteceu. Tudo o que você passou minha filha... eu não vi. Não sei se você vai conseguir me perdoar um dia Laura - durante os dias que se sucederam ela ainda não vivia bem consigo mesma, tentando em vão não chorar. - eu não vi... 

Laura deu um passo em direção a mãe:

- Eu sei mãe. Eu não te culpo por isso. Eu sofri muito com todas as memórias abafadas dentro de mim e por muito tempo eu achei sim que você era culpada. Mas a gente jogou tudo fora naquele tribunal, juntas. E ele vai pagar pelo que ele fez. 

- Vai. - Sussurrou Lorena. 

Laura sussurrou um pedido:

- Me dá um abraço? 

Com mesmo tom de voz Lorena responde:

- Posso. 

Laura estende os braços e dá um passo para abraçar Lorena, as duas choram emocionadas por um longo tempo, determinado momento Rafael é convidado por Lorena. 

- Vem aqui Rafael. - Lorena se sentia aliviada e livre de todas as emoções ruins que tiravam a sua paz. Tomando o rosto da sua filha em suas mãos declarou seu amor por ela - eu te amo filha. 

Mãe e filha trocam caricias, afagos e muito amor. 

- Também te amo mãe. 

A campainha toca e quem atende é Rafael. 

- Oi, com licença, tudo bem? 

Rafael sorri pra ele.

- Oi. 

O homem que acabara de chegar é barbudo, usa óculos e possui olhos semelhantes os de Laura. Ele vê as duas de mãos dadas e Lorena como anfitriã trata de fazer a apresentação formal. 

- Filha, te apresento o Aldo, seu pai. 

Laura o encara de boca aberta, desde que era criança Laura perguntava pelo pai e a mãe dizia a mesma que coisa: que ele havia abandonado elas. E agora lá estava ele diante dela, disposto a pedir perdão e se entender com a filha.

- Pai... 

- Eu vi as notícias nos jornais, eu não tive tempo de chegar para o julgamento - Laura o ouvia em silêncio, uma lágrima cai rapidamente por sua face.  Eu teria matado aquele homem. 

Lentamente Aldo se aproximou da filha, que não mexeu um músculo. 

- Você me abandonou. Eu era uma criança. 

- Sei disso e me sinto culpado pelo que aconteceu. Eu abandonei você, sua mãe. Mudei pra São Paulo e nunca mais quis saber. Mas eu reconhecia as fotos no jornal. Lorena, Laura, os nomes. Eu não me conformo com que aquele fez com você filha. 

Rafael se maifesta.

- Desculpa Aldo, é Aldo né? 

- Isso.

Rafael estende a mãe e se apresenta.

- Prazer sou Rafael, marido da Laura. 

Aldo retribui:

- Prazer Rafael. 

- Talvez não seja melhor ficar remoendo o passado, sabe por que? é muito delicado para a Laura. Ela tá muito sensível ainda.