Desejava desesperadamente

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— Para que serve isto?

— Para uma série de coisas. — Lexa  pousou a mala que carregava sobre uma área plana e apertou a palma da mão sobre uma tela de identificação. Surgiu um brilho suave por baixo dela, enquanto suas impressões eram lidas e aceitas, e então as luzes e mostradores do painel se acenderam. — Mantenho um grande suprimento de munição aqui. — Ela apertou uma série de botões. Uma bandeja na base do console foi ejetada. — Tome, você vai precisar disso. — De uma segunda bandeja,  pegou protetores de ouvido e óculos de segurança.

— O que é tudo isso, uma espécie de hobbyt — perguntou Clarke , enquanto ajustava os óculos. As lentes pequenas e claras envolveram suas órbitas e os plugues para proteção de ouvido se adaptaram confortavelmente à sua anatomia.

— Sim, é como um hobby.

Sua voz parecia um eco distante, e chegava através dos plugues do ouvido, ligando-os e isolando todos os outros sons. Lexa  escolheu um revólver de calibre 38 e o carregou.

— Isto aqui era o equipamento padrão da polícia em meados do Século XX. A partir do novo milênio, as armas de nove milímetros passaram a ser usadas.

-  As RS-50 foram as armas preferidas durante a Revolução Urbana — acrescentou Clarke . — E também durante toda a década de 30 Século XXI.

— Você estudou a lição. — Lexa levantou a sobrancelha, satisfeita.

— Pode crer que sim. — A policial olhou para a arma na mão dela.

— Aprendi, entrando na mente de um assassino.

— Então você deve estar sabendo que o laser manual que está dentro do seu coldre não tinha muito apelo popular até uns vinte e cinco anos atrás.

— O laser NS, com modificações, tem sido a arma padrão da polícia desde 2023. — Ela olhou para a arma, franzindo os olhos quando Lexa fechou o cilindro. — Não vi nenhuma arma a laser em sua coleção.

— São brinquedos para tiras, tenente. — Seu olhar se encontrou com o dela, e havia um traço de riso. — São armas ilegais, mesmo para colecionadores. — Apertou um botão. Na parede ao fundo apareceu um holograma, tão surpreendentemente real que Clarke  piscou e tremeu ligeiramente, mas logo a seguir se refez.

— Excelente qualidade de imagem — murmurou ela, observando o homem imenso, com ombros largos como os de um touro, que segurava uma arma que ela não conseguiu identificar.

— Ele é uma réplica perfeita de um daqueles criminosos brutamontes, típicos do Século XX. Está com uma AK-47 nas mãos.

— Certo. — Ela apertou os olhos para ver melhor. Era mais dramático do que as fotos e os vídeos nos quais ela estudara. Uma arma muito popular entre as gangues urbanas e os traficantes de droga da época.

— Uma arma de ataque — murmurou Lexa . — Feita para matar. Depois que eu o ativar, se ele conseguir atingir o alvo, você vai sentir um ligeiro tremor. Choque elétrico de baixa intensidade, bem melhor do que a agressão mais dramática de uma bala de verdade. Quer experimentar?

— Vá você primeiro.

— Tudo bem. — Lexa  ativou a tela. O holograma ganhou vida e veio vindo, balançando a arma. Os efeitos sonoros entraram em ação, de imediato.

A onda repentina de sons ambientais foi tão inesperado que fez Clarke  recuar um passo. Depois, ouviu obscenidades sendo gritadas, barulhos de rua e a explosão rápida e muito forte do disparo.

Clarke  observou, de queixo caído, enquanto a imagem esguichou algo que se parecia demais com sangue. O peito amplo do homem parecia explodir com o impacto, enquanto seu corpo era lançado para trás. A arma voou em espiral para o ar, e então tudo sumiu.

In DeathWhere stories live. Discover now