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Carlito 🤯

Já faz umas semanas da morte do Turco, te contar ein, favela ficou de luto daquele jeito. O Turco podia ser o que fosse, mas ele era bom pra comunidade, geral aqui gostava dele.

Claro que sempre tem uns aí que não gostam, mas a maioria já é outra coisa né.

Quando cheguei no postinho de novo a filha da puta tinha fugido, ela soube que o Turco morreu certeza, e fugiu.

Esperei passar os dias e quando ele recebeu alta eu fui lá pegar ele, não fazia ideia do que eu ia fazer com aquela cria.

Minha mãe morreu há uns anos, nem via muito sentido na vida, só tenho minha irmã nesse mundo e o Turco, mas ele já se foi, nem queria cuidar dessa cria, mas ele jogou isso pra mim e eu não ia negar o último pedido dele.

Levei o moleque pra minha casa e quando cheguei coloquei ele na cama e fiquei pensando que porra eu ia fazer. Sei como cuidar de criança não pô.

Sei nem cuidar de mim, quem dirá de um bebê.

Tava fudido real.

Carlito: é moleque, tua mãe é uma grande filha da puta pô, papo reto. Te deixou aqui, teu pai morreu, e agora eu que me lasquei.- ele ficou me olhando com aqueles olhinhos pequenos e fofos.

Carol: cadê o neném?- minha irmã apareceu na porta do quarto toda arrumada.

Carlito: tá aqui pô.- ela entrou e pegou ele dando vários beijos seguidos.

A Carol é minha irmã mais nova, e única. Ela tem 18 anos.

Carol: que coisinha linda, como uma mãe tem coragem de fazer isso?- dei de ombros - ele é a cara do Turco.- assenti.

Carlito: é pô.

Carol: a gente vai ficar com ele? Tipo criar ele?- assenti.

Carlito: foi o último pedido do Turco, pra eu criar ele pô, a mãe ignorou.

Carol: caralho, a gente vai ter que aprender a cuidar de um bebê, porque eu não faço ideia do que fazer.

Carlito: muito menos eu.- ela riu e o menino abriu mó bocão chorando - iih que que ele tem? Tá doente?

Carol: acho que ele tá sujo.- ela foi olhar - não tá não.- ele continuava chorando.

Carlito: ah pronto, bora levar ele no postinho, ele deve tá sentindo alguma dor.

Babi: ou ele só tá com fome.- a loirinha apareceu na porta e eu abri mó sorriso indo abraçar ela.

Carlito: caralho quando tu voltou loirinha?- sorri olhando pra ela que riu também.

Babi: hoje, queria fazer surpresa. Tava lá embaixo, sua irmã abriu pra mim.

Carol: verdade ele deve tá com fome. Mas ele tem que tomar leite materno pô.

Babi: não tem nenhuma mãe por aqui perto não?

𝙴𝚂𝚃𝚁𝙴𝙻𝙻𝙰 [𝙼]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora