chapter xii

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— Onde ele está? — Steve entrou esbaforido na delegacia, indo até o policial na porta de entrada como um jato. — Eu exijo que me deixem vê-lo, sou seu advogado!

— Agora não é horário de visitas, senhor. — o policial fez um gesto apaziguador com as mãos, tentando acalmar a figura nervosa do loiro.

Steve meneou a cabeça, contudo, insistindo:

— Eu não quero ter que denunciar vocês por negligência, mas isso é uma violação severa do código civil e...

— Steven. — Bruce Banner ofereceu-lhe um sorriso cordial. Ele voltou-se para o guarda e murmurou, num tom ameno: — Pode deixar que vamos esperar o horário de visitas, agora ele precisa se acalmar. — o agente olhou-o de cima a baixo, desconfiado.

— Mas... — Steve tentou retrucar, sendo impedido novamente por Bruce.

— Sem “mas”, Steve. Confie em mim. — pousou uma mão em seu ombro, numa atitude inesperada devido à sua relação menos que amigável com o mais velho, para dizer o mínimo.

Rogers fitou-o em silêncio e ponderou suas possibilidades. Mesmo com milhões de ameaças à denúncia ninguém iria deixá-lo ver Tony agora, então ele concordou por fim. Pediu desculpas ao guarda pelas palavras ríspidas e saiu no encalço de Bruce. Foram até a sala de espera vazia e se sentaram lado a lado nas cadeiras de plástico. O único som do ambiente era o do ventilador de teto e dos eventuais blups do galão de água sobre o pequeno bebedouro, posicionado no canto. Steve verificou as horas no relógio de pulso e suspirou, constatando que ficariam ali plantados por algum tempo.

Passou a mão pelo rosto ainda um pouco aflito, uma vez que sabia exatamente do que se tratava toda aquela confusão. Tanto que tentou não envolver Tony naquele assunto e agora lá estava ele, preso injustamente. Steve pôs-se já a maquinar em sua mente como se explicaria para o mais novo sem que o mesmo de fato cometesse um crime contra si assim que terminasse de falar, tamanho era o engodo em que estava metido até o pescoço. Esqueceu aquilo por um momento e voltou à realidade, buscando os olhos pacíficos de Bruce mais uma vez. Ele pigarreou para chamar sua atenção e o rapaz virou o rosto para olhá-lo, sua expressão era impassível.

— Há quanto tempo Tony está aqui?

— Talvez uma hora. — respondeu baixo, coçando a nuca inquieto. Bruce então estudou o semblante visivelmente mais calmo de Steve e apontou na sua direção, concluindo: — Essa sua calmaria repentina me diz que você sabe mais sobre esse assunto do que está transparecendo.

— Já pensou em ser detetive, Sherlock? — Steven rebateu ácido, respirando fundo em arrependimento logo em seguida. Chacoalhou a cabeça e fez um gesto com a mão, fitando Bruce agora mais sério. — Desculpe, só estou nervoso.

— Eu entendo.

— Mas respondendo à sua indireta, isso tudo é culpa minha. — começou pesaroso, checando as horas novamente em impaciência. — Tony só caiu de paraquedas nisso tudo porque era o mais óbvio. Ele tem um histórico grotesco de agressão contra Rhodes e foi mais fácil incriminá-lo.

— Você está sendo formal demais pra alguém que tinha um caso com a vítima. — Banner considerou em voz alta. — Sem contar que ele está morto. — Steve suspirou com o ênfase em suas palavras, já farto de todo aquele teatro. James estava realmente morto, afinal. Não havia mais por que esconder nada.

— Rhodes e eu nunca tivemos nada, Banner. — confessou em voz firme, sustentando o olhar confuso de Banner. — Foi tudo uma grande mentira.

Antes que o mais novo pudesse abrir a boca para questioná-lo, eles foram interrompidos por alguém invadindo a delegacia a passos apressados e sem rumo. Maria Stark avistou-os sentados no canto e praticamente correu até os dois, aflição estampada em sua face. Ela indagou chorosa, juntando as mãos em uma súplica silente:

I HATE U, I LOVE U | 𝘀𝘁𝗼𝗻𝘆Onde histórias criam vida. Descubra agora