E cá estamos, sete anos passados desde a fatídica madrugada. Ainda que a derrota tivesse marcado aquela data, misteriosamente nada mais aconteceu, e o silêncio do inimigo se instaurava sobre os corações que desejavam renegar a apreensividade que os deveriam acobertar.

Será este o maior erro desta nação? Se faz certo aceitar o silêncio do inimigo?

- Este silêncio... este olhar... Já entendi o motivo deste brilho em seus olhos, o que você está querendo? - Indagava a mulher de cabelo vermelho.

Ainda que sabendo com total certeza do que se tratava, a mulher costumeiramente gostava de dar o devido espaço aos pedidos que viera a ser feito.

- Como posso lhe pedir... É.... Posso encontrar meus amigos? - Indagava o pequeno garoto com seus olhos brilhantes e um explícito semblante melancólico.

- Não! - Respondia já interrompendo o pequenino.

Apesar de que em alguns raros momentos, seus anseios ultrapassava o limite do senso.

- Como não? - Implorava. - Só vamos até os campos de trigo logo após o grande portão. - Dobrava seus joelhos enquanto levantava suas duas mãos simbolizando sua total entrega ao pedido de seu anseio.

- Ainda pergunta meu pequenino? - Sorria sutilmente. - Olhe para si, não tem idade nem para entrar na academia, não posso deixar com que você atravesse estes muros, mesmo que seja por alguns passos amais. - Justificava enquanto levava uma de suas mãos até o liso cabelo do garotinho.

O ajoelhado não contente com a situação, retirava seu olhar da mulher e levava para os lados, quando de repente os mesmos encontravam uma garota.

- E se ela vier comigo? - Indagava sorrateiramente apontado o seu indicador em direção a garota de cabelos vermelhos.

- Definitivamente não! - Rude, a garota respondeu levando seus finos dedos em direção aos seus cabelos.

- Eu me pergunto, como pode existir alguém tão desanimada como você? Desde o dia em que ganhei senso do espaço, nunca a vi contente com algo ou por algo. - Criticou.

A ruiva virou-se, dando dois passos para se lançar afora dali ela suspirou antes de falar.

- Eu não irei discutir com um pestinha! - Retrucou ao suspirar um quente afago.

"É só uma caminhada, não é nada demais, puna a garotinha de língua quente e deixe os olhos do desbravador se arquearem ao avante desconhecido, jamais impeça o brio de um pequeno lampejo na pouca idade"

- VOLTE AQUI! - Ordenou! - Vá com o seu irmão, é só uma caminhada... - repetindo as mesmas palavras que ela jurava ter escutado adentro de sua mente.

A garotinha ganhava uma expressão de surpresa enquanto seu irmão explicitava o maior e mais largo dos sorrisos possíveis.

- Mas...

- Não fale mais nada! - interrompeu. - Só me obedeça!

A garotinha seguiu afora do pequeno e humilde lar que a abrigava, sua boca semiaberta acompanhada um olhar arregalado buscava alguma explicação para o ocorrido, alguma forma para descrever de forma racional.

O pequenino por sua vez quase que ousava gargalhar ao rosto da garota, juntando um pouco de água em suas mãos, o mesmo jogava em seu rosto enquanto o pouco que restava entre seus finos dedos eram arremessados em direção a ela, na tentativa imatura de a provocar.

- Você diz que sou desanimada, eu pergunto, onde há motivos para se ter ânimo quando é você que eu tenho como irmão mais novo? - A garota irritada dizia pausadamente, dando ênfase total em cada sílaba que se lançava afora de sua boca.

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⏰ Last updated: Dec 08, 2023 ⏰

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O Legado De OrfeuWhere stories live. Discover now