Capítulo 04

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Acordei com o despertador tocando.
Não sei em que momento peguei no sono, mas dormir tão bem, como há muito tempo não havia dormido.
Logo após tomar banho, e tomar café da manhã, sai para ir a universidade.
O dia estava lindo. Durante toda manhã não consegui me concentrar nas aulas, óbvio, não parava de pensar no Kai e no que aconteceu na noite anterior. Nunca me senti tão, viva, feliz, o fato é que desde ontem não o sinto mais, digo, não sonhei com ele, tão pouco o escutei.
"Kai, se você puder me ouvir, fala comigo..." Pensei, custa nada tentar, vai que dá certo.
Quando sai da universidade, fui direto para o trabalho. Como de costume, ouvindo música e mergulhada em pensamentos acabei passando do meu terminal e desci dois terminais após meu trabalho.
Por sorte estou adiantada, mas será uma caminhada e tanto. O sol já se escondeu atrás das nuvens nubladas, o sol não é muito fã dessa cidade ele não dá seu ar da graça por muito tempo.
Com as mãos por dentro do casaco segui meu caminho.
Adiante havia um homem encostado na parede, acredito ser um morador de rua.
— Boa tarde! Ele falou ao se afastar da parede.
— Boa tarde Senhor! Falei e tentei seguir meu caminho, mas fui impedida pela mão do mesmo que segurava meu braço com certa força. — Desculpe senhor, mas não possuo nenhum valor no momento, com licença.
Falei Tentando não demonstra medo ao tentar soltar meu braço de suas mãos.
— Fique quieta e me acompanhe, sem fazer escândalo. Falou o homem que exalava um cheiro forte de álcool. Por baixo de seu sobretudo velho e esfarrapado havia uma faca, acho que era um canivete. Meu sangue gelou.
— Senhor, leve meu celular. Tudo que possuo de valor no momento. Falei tentando diminuir os passos à medida que ele me forçava a caminhar.
— Cale a boca. Não quero essa porcaria, vou me divertir com você.
— Não! Me solte! Falei me afastando mais um pouco e meu cabelo foi puxado.
— O que está acontecendo aqui?
Uma voz surgiu atrás de nós.
— Não é nada! Minha filha está um pouco nervosa. Disse o ser desprezível que me coagia com uma faca.
Com os olhos transbordando em lágrimas olhei melhor o homem a minha frente vestido com um conjunto de moletom cinza, fones de ouvido e boné preto. Era o Dylan.
— É mesmo senhor? Falou se aproximando de nós.
— Fique longe. Disse o homem.
— Porque senhor? Me permita me apresentar, sou amigo de sua filha. Dylan deu mais um passo tentando se aproximar.
E o homem apertou mais minha cintura me aproximando de seu corpo e senti o metal pressionar a minha pele.
— Dylan. — Falei tentando chamar sua atenção. — Lembra do meu machucado ontem quando cai com o café? Ele afirmou com a cabeça. Graças a Deus ele entendeu meu sinal. — Então, tá doendo.
— Viu rapazinho, agora me deixe levar minha filha. Dylan estava de pé em frente ao homem. Então ele começou se abaixar lentamente para amarrar o sapato. "É sério isso? Ele vai amarrar os sapatos agora? Acho que ele não entendeu o que tá acontecendo aqui"
— Claro senhor. Desculpe entrar em seu caminho, mas agora o caminho tá livre. Jess, olhe pra mim. Abaixei a cabeça para olha-lo, segundos depois ouvi um disparo e o homem caiu aos meus pés. Cobri os olhos com as mãos trêmulas dando vasão ao choro.
— Shiuuu... Eu estou aqui, agora está tudo bem. Dylan falou enquanto me abraçava. — Venha comigo. Tirei as mãos do rosto e vi o homem caído ao chão com uma poça de sangue e três homens estavam próximos a nós, todos com roupas de corrida e adiante mais dois vinham correndo a nosso encontro.
— O senhor está bem? Um dos homens lhe perguntou.
— Estou! E você Jess, está bem? Está machucada? Dylan perguntou enquanto me avaliava.
— Sim, acho que estou. Falei levantando meu casaco. Na blusa havia uma pequena mancha de sangue, levantei a blusa e onde a segundo atrás havia uma faca, tinha um pequeno corte, não muito fundo.
— Jess, você está ferida!

DYLAN DENNER

Sair para correr com vários seguranças não era algo agradável, é difícil ter um momento só meu, mas ou é isso ou nada. Exceto quando estou em meu apartamento, assim posso ter momentos só meus, solitários, mas ainda sim são meus. Tenho que ser cuidadoso com minha segurança, faz parte da minha função ter muitos inimigos, rebeldes que não são de acordo com nossa política. Digamos que passar a presidência de pai para filho é algo ultrapassado, no ponto de vista deles, se bem que não sou um monarca.
Como moro algumas quadras do meu local de trabalho, aproveitei para acordar mais cedo e ir correr, na volta presenciei uma cena intrigante. Jess estava muito próxima a um homem do qual estava visivelmente embriagado.
Tudo se passou tão rápido, desde o momento que os abordei até o sinal que dei a equipe de segurança através dos fones. Fui treinado desde cedo para identificar situações como esta. Jess apesar do medo foi muito esperta, essa garota não para de me surpreender. Ela contou uma história diferente da realidade, para que eu entendesse que ela estava em perigo. Por um instante quase me deixei levar pela raiva, eu mesmo deveria cuidar da situação, mas provavelmente colocaria a vida da Jess em perigo. Seus olhos chorosos suplicavam por socorro oque me fez retomar a consciência e manter o controle.
— O senhor está bem? Um dos meus homens me perguntou.
— Estou! E você Jess, está bem? Está machucada? Perguntei enquanto lhe avaliava com cautela.
— Sim, acho que estou. Ela falou enquanto levantava a jaqueta. Na blusa havia uma mancha de sangue. Ela levanta a blusa, tinha um corte pequeno e aparentemente não muito fundo.
— Jess, você está ferida! Constatei o óbvio com certo espanto.
— Aí! Ela exclamou ao tocar o ferimento.
— Sid! Traga o carro, avise ao Dr. ° Watson para nos encontrar em meu apartamento, rápido!
Dei as ordens e não esperei pela confirmação do meu melhor homem. — Doe muito? Perguntei ao lhe avaliar novamente.
— Não muito. Estou bem, não se preocupe. Não sei o que teria acontecido se você não estivesse por perto. Lágrimas correm de seus olhos em seguida sou tomado por seu abraço. — Obrigada Dylan! Muito obrigada!
— Shiiiu... Tudo bem, agora está tudo bem, se acalma, eu estou aqui. Falei sem querer sair de seu aperto. O carro parou ao nosso lado e eu lhe a forcei caminha ainda em meus braços até o carro.
— Para onde vamos? Tenho que trabalhar. Ela disse enquanto tentava enxugar as lágrimas.
— Não precisa não. Vou pedir que envie alguém hoje para lhe substituir.
— Mas como? Você não pode fazer...
— Posso sim, senhorita Maynaro. Conclui antes de deixá-la completar sua frase.
Peguei meu telefone, enviei umas instruções a minha assistente e seguimos para meu apartamento. Durante o pequeno trajeto minha cabeça montava várias possibilidades, todas envolvia a Jess. Eu não sei o que me atrai nela, mas eu não consigo mais ficar longe dela.
Hoje eu poderia tê-la perdido para um destino trágico, e pensar nisso fez meu sangue ferver. Eu precisava manter ela protegida, o local que ela morava também não era dos melhores. Naquele dia que a levei em sua casa, assim que cheguei no meu apartamento já havia um dossiê sobre sua vida. É natural, minha segurança faz isso com todos que se aproximam de mim. E ver em detalhes como a vida da Jess foi difícil, desde sua infância fez algo em mim querer ajudá-la. Apesar de haver algumas informações incompletas, desde seu país de origem, ou de como conseguiram aquela casa, as informações sobre a mudança dela para este país ainda são vagas. Mas ela tem notas excelentes na universidade, muito inteligente e dedicada. Mas isso não é suficiente para ela crescer, sem ser ajudada, não neste país. E eu posso lhe ajudar.
— Senhor, chegamos!

JESS MAYNARO

Assim que descemos do carro entramos em um prédio tão alto que só de olhar pra cima me causou vertigem.
— Você está bem? Dylan me apoiou.
— Sim, foi só uma vertigem. Você mora aqui? Pensei que morasse com seu pai.
— Prefiro morar aqui. Nossa relação é difícil, já vivi uma vida sem ele, não me faz falta não ter sua presença. Ele respondeu de forma seca.
— Desculpe tocar nesse assunto. Tentei me desculpar assim que entramos no elevador.
— Tudo bem. Eu não quis parecer ser grosso com você. Me perdoe. Ele se justificou.
— Não. Você não foi grosso, eu fui invasiva. Você é muito gentil comigo, a maioria das pessoas não são assim.
— Azar o deles, pois perdem sua linda companhia.
Sorri sem graça. Assim que chegamos à cobertura as portas do apartamento foram abertas, na sala nos aguardava um homem vestido de branco.
— Senhor Denner, prazer em atendê-lo! O Dylan estendeu a mão e o cumprimentou.
— Não será a mim desta vez. Essa é a senhorita Maynaro. Preciso que cuide dela.
O homem se dirigiu a mim.
— Olá senhorita, sou o Doutor Watson, como posso lhe ajudar?
Dylan não me deixou falar e explicou o ocorrido ao homem, em seguida seguimos para um quarto. O cômodo era todo decorado em tons de branco, cinza e preto. Ele não queria me deixar a sós com o médico, mas o médico informou que talvez eu quisesse privacidade já que precisaria me examinar.
Após Dylan sair, retirei a blusa e deitei sobre a cama. O médico examinou o ferimento, aplicou uma analgesia local e deu alguns pontos. Após finalizar com um curativo me deu uns comprimidos e receitou mais alguns, que provavelmente eu não poderia comprar no momento, não falaria a meus pais, para não preocupar eles com o ocorrido.
Logo o doutor saiu e disse que amanhã retornaria para ver o curativo, tentei dizer que não era necessário, mas ele não quis ouvir minhas desculpas. Quando ele saiu fiquei uns minutos só e pensando que talvez o Kai realmente não existisse, ele não me ajudou dessa vez. Senti um arrepio só de imaginar o que poderia ter acontecido comigo.
Ele não existe, se existisse onde estaria que não sentiu meu medo, ele disse que sempre estaria comigo. Senti uma lágrima rolar quando bateram à porta. Rapidamente puxei o edredom e me cobri, pois estava só de sutiã.
— Jess? Posso entrar?
— Sim!
— Oi! Como se sente? Dylan perguntou após entra e fecha a porta. Ele estava agora com uma camisa branca e uma calça de moletom, cabelo molhado, parecia mais jovem que realmente é.
— Me sinto melhor. Doe um pouco, mas obrigada por tudo. Me passa me blusa, por favor. Falei indicando a mesma que estava dobrada sobre a cadeira.
Dylan me entregou em silêncio e ficou de costas enquanto eu me vestia.
— Pode se virar. Falei assim que terminei de vestir. Então ele se aproximou e veio até mim. — Obrigada, eu realmente não sei oque...
— Não precisa agradecer. Era uma das minhas condições lembra: Sermos amigos. Ele sorriu. Ao tocar em minhas mãos enquanto sentava ao meu lado na cama.
— Verdade. Eu te julguei mal, briguei com você, mas você me salvou, e ainda chamou médico. Preciso agradecer, nada que eu faça ou diga será suficiente.
— Não precisa me agradecer. Sua presença já é o suficiente para mim. Ele falou ao pôr uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. Esse gesto me deixou tensa.
— Desculpe, não quis ser ousado. É que não resisto, olhar pra você e não querer cuidar de você. Eu não expressei nenhuma reação. Não conseguia entender se ele estava sendo gentil ou algo mais.
— Desculpe Jess. Não quero assusta-la, você deve tá me achando um pervertido, longe de mim te assustar depois do que aconteceu hoje, me perdoe. Quer que eu chame alguém? Eu posso ligar para seus pais, seu namorado, alguma amiga? Ele parecia sem graça e tentou levantar.
— Dylan. Tudo bem. É que estranhei seu cuidado. De onde eu venho ninguém oferece ajuda sem algo em troca. Sei que está apenas sendo gentil. E não precisa avisar a ninguém, não quero que meus pais saibam, não quero preocupa-los, como te disse não tenho namorado, minha única amiga é a Ana e agora ela está trabalhando.
O Dylan parece ser uma boa pessoa, apesar do meu julgamento precipitado, acredito que ele não faz o tipo que ajuda para depois querer algo em troca. Eu estava feliz por essa nova amizade.

*************************
Já se passaram um mês desde que aconteceu o incidente.
Dylan se tornou um grande amigo, nos vemos sempre que possível, ele é uma pessoa solitária, assim como eu.
Diante de outras pessoas e dos funcionários ele é muito sério, não usa muitas palavras, sempre direto.
Já quando estamos juntos é um bobão, me faz rir atoa. Desde aquela noite em meu quarto nunca mais vi, ouvi ou sonhei com o Kai. As vezes sinto um aperto no peito ao lembra daquele momento, tão real, se eu fechar os olhos ainda posso sentir, cada detalhe. Mas evito pensar, não quero voltar a parecer louca, agora que estou muito bem. Estou no último semestre da universidade, Dylan conseguiu um estágio para mim. Começo está manhã, o salário apesar de estagiária é melhor que o da cafeteria. Não sei bem ainda o que farei, mas estou muito feliz em ter está oportunidade.
Estava na cafeteria ajudando minha amiga a abrir, não precisava ela agora tem duas assistentes, mas eu usava de desculpa para vê-la.
Meu celular tocou, olhei no visor o nome do Dylan.

Jess- Oi!
Dylan- Bom dia! Já chegou?
Jess- Sim! Estou na cafeteria.
Dylan- Ok! Estou a caminho. Até já!
Jess- Até. Beijo
Dylan- Outro

Desliguei o telefone sobre o olhar atento de Ana.
— O que está rolando entre você e o Senhor Denner?
— Nada. Porque?
— Nada, sei, me engana.
— Qual é? Somos amigos.
— Ele sabe disso?
— Para Ana! Não começa com essa história.
— Que história? Uma voz surgiu atrás de mim.
— Bom dia senhor Denner!
— Bom dia senhorita Ana! Como vai?
— Bem obrigada! Agora preciso ir na dispensa, logo isso aqui fica cheio. Minha amiga se despediu e saiu.
— Bom dia senhor Denner! Falei ao entender a mão.
— Qual é Jess. Aqui não tem ninguém vendo, não precisa da formalidade. Ele falou sorrindo.
— Melhor não arriscar. Não quero ser taxada de conseguir um emprego por ser sua amiga.
— Como quiser. Mas você conseguiu o emprego porque é muito competente, e suas notas são as melhores. Revirei os olhos.
— Vem! Vou te mostra em que vamos trabalhar. Falou ao pegar minha mão.
— Como assim? Eu vou trabalhar com você? Falei enquanto soltava sua mão ia até o balcão e montava dois copos de café.
— Sim! Mas não vamos conversar aqui. Vamos para minha sala. Peguei os copos e segui ele até o elevador.
— Hummm... Só você sabe preparar o meu café. Ele disse enquanto dava um gole ao entra em sua sala.
Em seguida entrei, ele sentou e me fez sentar ao seu lado no sofá que havia na sala. Então me explicou que a pessoa que cuida de sua comunicação é a mesma que cuida da comunicação de seu pai, com isso ele acredita que a pessoa realiza algo de forma muito impessoal, transmitindo uma imagem dele como se fosse o seu pai numa versão mais jovem. E que ele precisava de alguém com minha sensibilidade, e que lhe conhecesse de perto e a única pessoa que lhe conhece, sou eu. Fiquei pensando se ele estava fazendo isso apenas para me ajudar, mas analisando o que ele disse fazia sentido, a imagem dele não era muito boa, com isso cada vez mais haviam movimentos contra sua futura posse. Seja qual for a realidade, eu vou aproveitar essa oportunidade, afinal foi sempre o que sonhei, e finalmente se tornou minha realidade.

*************************
Após três meses no novo emprego tudo está fluindo maravilhosamente bem.
Tirando a parte que o Pai do Dylan odiou ele me colocar nesta posição, ele preferia a imagem passada, onde o Dylan era um tirano, como ele.
Consegui mudar de bairro, moro um pouco mais próximo do trabalho. Hoje é sexta à noite, depois de um longo dia de trabalho, estou em meu quarto pensando nos últimos meses.
Pela primeira vez as coisa em minha vida estão fluindo bem, não sonho, nem vejo ou escuto mais o Kai. As vezes ainda tenho os sonhos estranhos, sendo perseguida, mas fora isso, está tudo bem. Adoro meu trabalho, falta pouco para terminar o semestre.
Olho no relógio e passa das sete da noite, peguei um livro para ler um pouco.
Eu estava deitada quando o Kai apareceu.
— Não! Por favor.
— Jess, precisava te ver.
— Você não está aqui! Falei tentando não olhar em sua direção. Finalmente quando tudo está indo bem ele aparece, não posso ceder a essa alucinação. Acorda, acorda Jess, não é real. Pensei.
— Eu estou aqui, mas não estou. Você está sonhando. Falou ao se aproximar.
— Então não chega perto. Não quero acordar antes de você se explicar. Falei me afastando.
— Apesar de ser sonho dessa vez você não acordará, eu estou em uma câmera de carga.
— Câmera de quê? Porque?
— No dia que você foi atacada eu tentei te encontrar, mas fui bloqueado e desde então estou na câmera de carga. Não posso dizer muito, mas me impediram de te ver para não pôr em risco uma missão maior. Acredite, eu lutei para tentar te salvar naquele dia. Hoje só estou conseguindo ter acesso a minha consciência com ajuda de um amigo. Não sei por quanto tempo, mas eu precisava te ver. Só agora esse amigo achou seguro me ajudar. Falou ao me abraçar. Sentir seu toque era maravilhoso. E lá vou eu novamente. Pensei.
— Onde você está? Que lugar é esse? Ele perguntou olhando o quarto.
— Muita coisa aconteceu desde aquele dia. Mas você disse não ter tempo, foram muitas coisas. Mas resumindo: Consegui um novo emprego, mudei de casa.
— Fico feliz por você! Vejo que está bem.
Ele falou ao passar a mão em meu rosto e fechei os olhos ao encontra em sua palma.
Estava confusa não sabia se acreditava, ou se era só um sonho e aproveitava a sensação de ser real. — Seja lá o que pense Jess, apenas me deixa aproveitar esse momento com você. Não sei o que vai acontecer comigo, não sei por quanto tempo ficarei aqui. Então assenti. Me entregando novamente ao seu beijo, mas esse era tão bom quanto o primeiro, pois tinha gosto de saudades.
Nos beijamos ardentemente, suas mãos me tocavam com tamanha necessidade. Caímos sobre a cama tomados pela excitação.
Seus beijos desciam pelo meu pescoço, queimando minha pele.
— Como senti sua falta! Ele falava em sussurro, quase em suplica. Voltando a me beijar.
— Eu também! Falei sobre seus lábios.
— Jess? Falava ofegante entre beijos.
— Oi! Respondi enquanto minha pele roçava a dele.
— Não sei se é possível, mas acho que te amo. Sua declaração me fez para o beijo para olha-lo.
— Kai, eu não sei o que dizer. Tentei formalizar um pensamento, mas não conseguia diante daquela declaração.
— Tudo bem, não precisa me dizer nada, sei que não acredita em amor, eu também não acreditava, até te conhecer e ser obrigado a ficar longe de você. Não consigo achar outra palavra para traduzir o que sinto por você. É tão intenso que me leva ao descontrole do meu sistema, não consigo formalizar um pensamento quando o assunto é você. Então me deixa acreditar que isso é possível. Eu Te Amo Jess Maynaro.
Com essa declaração ele voltou a me beijar de forma suave. Retribuí seu beijo com ternura. Uma de suas mãos estava em meu pescoço enquanto a outra percorria meu à lateral do corpo, o seu polegar roçou sutilmente meu seio me causando arrepio, com um gemido abafado por seus beijos. — Você quer que eu pare? Ele perguntou olhando em meus olhos. Eu não sabia mais se era verdade ou apenas um sonho, eu só sabia que aquela aproximação estava me deixando louca.
— Não para! Seja sonho ou realidade, eu quero.
Foi o suficiente para ele continuar com suas carícias. Ele se desfazia de suas roupas enquanto me beijava. Ele estava em sua aparência completamente humana, exceto pelos olhos que estavam num tom de verde fluorescente.
— Seus olhos. Falei enquanto lhe observava em sua perfeição. Kai era lindo, perfeito, naturalmente musculoso.
— Tudo bem! Não vou te machucar não precisa ter medo.
— Eu não estou com medo. Eu realmente não estava com medo só estava curiosa porque não é a primeira vez que isso ocorre.
— Isso acontece quando estou diante de alguma situação, vocês humanos tem outras formas de expressar, dor, raiva, alegria, excitação... Nós expressamos assim. Falou enquanto deitava sobre meu corpo. Eu ainda estava vestida com uma camiseta e calcinha. — Você quer desistir? Ele perguntou enquanto fazia carinho em minha bochecha.
— Não! Como você disse não sabemos quanto tempo você ainda tem. Segurei em seu pescoço lhe puxando para um beijo. Suas mãos firmes em minha cintura e com um impulso ele agora está por baixo e eu por cima.
— Posso? Ele perguntou segurando a barra da minha camiseta. Assenti e ele retirou enquanto me olhava. — Você é linda! Voltou me abraçar e me beijar com mais entusiasmo. Seus lábios desceram até meus seios me arrancando gemidos. — Seu gosto é maravilhoso. Seus lábios macios sugaram meu seio esquerdo enquanto sua mão direita estava em minha nuca, segurando levemente meu cabelo, com a mão esquerda ele apertava meu quadril. O que me fez involuntariamente rebolar em seu colo sentindo sua ereção.
Com um movimento rápido ele me pôs deitada na cama e se ajoelhou diante de mim.
Sem tirar seus olhos luminosos de mim, ele retirou minha calcinha vagarosamente.
Em seguida deitou sobre mim, aliviando seu peso sobre o antebraço, ele me beijava com tanta voracidade. Em seguida seus beijos foram descendo, passando pelos meus seios, depois pela minha barriga, até chegar em minha intimidade. Fechei as pernas de forma automática.
— Relaxa amor, confia em mim. Disse enquanto depositava um beijo em minha virilha.
Com suavidade ele depositou beijos molhado em minha intimidade que me fizeram arfar. Foram deliciosos minutos entre beijos, chupadas e passadas de língua que me fizeram gozar de forma intensa.
— Não possuo palavras para descrever quão bom é seu gosto, meu amor. Ele voltou a se posicionar sobre mim. — Me deixa te amar? Ele perguntou, quando finalmente consegui abrir os olhos. A visão de seu rosto lindo, seu cabelo bagunçado me fez sorrir.
— Sim! sim! Me ame Kai.
Ele posicionou seu membro em minha entrada, e me penetrou com lentidão. Estranhei não sentir dor, como pensei que seria, exceto um incomodo inicial. Talvez porque seja um sonho. Conclui.
À medida que suas investidas aumentaram seu corpo ia ficando tenso, diferente de mim. Será que ele não está gostando. Ele sorriu.
— É a coisa mais extraordinária que fiz em minha existência. Estou apenas me controlando. Ele se justificou, esqueci que ele sabia o que eu pensava. — Você é maravilhosa, poderia passar o resto de minha existência com você nessa cama. Ele falou entre dentes enquanto me penetrava e segurava na cabeceira da cama.
— Kai, olha pra mim. Falei segurando seu rosto.
— Não quero te assustar!
— Olha pra mim, não vai me assustar. Aos poucos ele abriu os olhos. Eles estavam tão claros, era quase cortante como um laser. — Não precisa se segurar, quero você em sua realidade, sei que não vai me machucar, não é?
— Nunca! Você é o ser mais importante em minha existência. Se eu for muito intenso me avisa, eu paro.
— Tudo bem! Só me ame. Dito isso Kai se libertou e foi muito mais perfeito que eu poderia imaginar. Ele me amou com tamanha sede, que não demorou muito para eu sentir se formar em mim a excitação que antecedia o orgasmo.
Tão logo gozei, ele gozou em seguida.
— Seja o que for isso que aconteceu entre nós, eu quero, melhor, eu preciso que seja eterno. Eu te quero além do agora. Ele disse enquanto eu recuperava o fôlego. Após alguns minutos deitada em seus braços ouvi uma música tocar ao longe. — Jess, não esquece, pode demorar, mas eu vou voltar.
À medida que o som ia aumentando, Kai ia se distanciando, sua imagem e sua voz.
— Kai, espera! Kai!
Acordei sobressaltada, meu telefone estava tocando. Eu estava deitada em minha cama, vestida, mas sentia minha intimidade úmida.
Peguei o telefone e havia uma ligação do Dylan.
Não atendi. Fui tomar outro banho, dessa vez para esfriar a cabeça.
Meu Deus, isso nunca vai acabar, até quando vou ficar nessa? Será que é verdade? Será que é mentira? Aaah ... Vontade de gritar.
Tomei um banho, voltei ao quarto e o telefone ainda estava tocando.
— Oi Dylan!
— Jess, tudo bem?
— Tudo! Estava tirando um cochilo. E você? Algum problema?
— Sim! Meu pai faleceu está noite.
— Nossa Dylan, sinto muito, como você está?
— Surtando. Tem noção que agora é fato, não tenho pra onde fugir, serei o presidente.
— Imagino. Eu vou me trocar e vou te encontrar, onde você está?
— Em casa, criando coragem para ir até a casa dele.
— Me espera, estou saindo e vou com você.
— Obrigada Jess! Não sei o que faria sem você.
— Não precisa agradecer. Amigos, lembra? Te encontro em minutos, beijo.

[CONCLUÍDA] Além do agora - Sonhos podem ser reais Onde as histórias ganham vida. Descobre agora