Primum faciem Superno

4º Capitulo

Tomamos banho juntos, mas foi bem rápido. Nos arrumamos e fomos para a escola (atrasados).

Quando entramos no portão principal vimos policiais e um casal... eram os pais de Keity segundo Asher, eles pareciam estar recolhendo depoimentos dos alunos sobre o sumiço da jovem, que sim, já havia sido espalhada a notícia de seu sumiço.

Eu gelei quando uma garota de longe que falava com um policial apontou para mim, eu apertava a mão de Asher enquanto o agente andava em minha direção. O policial pediu para conversarmos a sós, e como não podia recusar, fomos para uma sala e ele logo disse

      - As amigas de Keity disseram que você foi a última a estar com ela. É verdade?

      - Não sei, acho que sim. Nós nos conhecemos ontem pois sou nova na escola, ela quis ser legal comigo e me chamou para ir ao shopping com ela ontem de manhã, de tarde quando saímos da escola fui para casa me trocar e ela passou lá para me encontrar, quase de noite Keity me levou em casa e... ela foi embora, não a vi ou entrei em contato com ela desde então. Porque? Aconteceu alguma coisa?? É grave??? Alguém a machucou???? O que aconteceu????? - aprendi com os anos que a melhor mentira era a verdade, eu contei ao policial aquilo que realmente aconteceu, e demonstrei verdadeira preocupação por seu paradeiro, mas não pelos motivos que o detetive acha, então se ele investigar só vai achar verdade naquilo que falei, mas omiti uma parte, aquela que ele não pode descobrir e nem irá pois não há como. Para mostrar preocupação fiz pergunta atrás de pergunta, algumas para as quais eu realmente queria a resposta, então novamente não menti, e ele não acharia resquicios de mentira em mim.

Os pais dela me olhavam pelo vidro da sala em que entramos para conversar, talvez eles não soubessem que Keity era um jaguar. Assim que saí da sala em que estava Asher veio me perguntar o que havia acontecido, e eu expliquei que não havia dito nada para que desconfiassem... bom, nada sobre o lado sobrenatural. Ao passarmos perto dos pais dela eu parei.

      - Ela foi legal comigo, mesmo eu sendo nova aqui, não sei o que aconteceu a ela, mas sinto muito. - e não menti quando disse aquilo, ela realmente foi legal comigo, só que queria saber onde ela estava e o que aconteceu a ela para poder me afastar mais, e não para correr atrás dela ou salva-la.

      - Obrigada - foi a única coisa que eles disseram, me retirei dali com Asher ao meu lado, me olhando... tentando me decifrar eu acho... porque ele não viu mentira em mim, mas sabia que não era exatamente aquilo que eu sentia.

Fomos para a aula e depois eu fui para casa.

"Querido diário... hoje na escola os policiais vieram me fazer perguntas sobre onde Keity estava, na verdade eu também queria saber. Asher me chamou para ir a algum lugar com ele pois disse que vai me treinar. Então estou indo, vou de calça, tênis e regata, acho que é o apropriado, tenho que ir, tchau..."

Sai de casa e fui, rumo ao endereço que me foi passado por ele.

Finalmente cheguei no lugar, e me espantei quando entrei, havia armas, facas, espadas, bastões... todo tipo de arma, aliás, havia uma parede só de armas. Eu logo me virei para ele, entendendo um pouco o porque de ser aquele lugar.

      - Então... por isso você precisava de um lugar abandonado? para quê tudo isso, Deus... Vai matar alguém?? Eu vou morrer? – digo em um leve surto após ver tanta arma - Não, não... eu vou morrer!!! – falo com total certeza. Ele apenas acha graça do meu surto.

⏳_-_-_-⌛_-_-_-⏳

"Et loupinnotum pectinem esse gratiae eat agnoscitur. Viventem per noctem, insidiares animae quae videts Populi aliud transfiguari potest recipere posint licaontropia si loup morsus, eat aquam non bibens vestigium.

Sunt loup immortalem, non enim habet argentum infirmitatem. Forma humana non habet, sed, conversus em die plenae lunae reversurus. Una ex primis visis consisti bestia Galliam provinciam erat... Geuvadam.

Bestia igitur multurum hominium occidit ut retractos, notum est quod Lá Bete du Geuvadam. Modo unus homo poterat capere eum, a peritus venandi, qui tantum afuit una hasta cum patruis aconita plated lumine lunae plenae sunt."

"Querido diário, quando cheguei no lugar abandonado e vi tanta arma eu pensei que íamos lutar, ledo engano, ele me deu um livro antigo gigante e mandou eu me virar para ler, agora cá estou eu, ainda quebrando a cabeça para ler (ou tentar ler) esse treco. Após tanta leitura eu voltei para casa, eu não tinha entendido muita coisa, mais veja o que eu compreendi com certa ajudinha de Asher:
Lobo... o lobo é um ser sobrenatural muito conhecido... pode transformar sua aparência... o lobo transmite a licantropia com uma mordida... o homem se transforma na... converte sua aparência... Uma das primeiras visitas da besta foi em Galliam (França) em uma província chamada Geuvadam... a besta matou... e ficou conhecida como A Besta de Geuvadam... um caçador... uma lança... acônito"

Ahhhh é muito para minha cabeça, vou pedir para o Asher traduzir tudo para mim na escola amanhã porque eu já cansei.

Asher

Isabell chegou igual uma maluca na escola, ela não tinha entendido nada sobre o bestiário, bem, era de se esperar já que estava em latim e por mais que tenha dado a ela uma folha com a tradução de algumas palavras não seria o suficiente. Após a aula eu fui traduzir tudo para aquela garota impaciente:

      - Ok ok vamos lá. 'O lobisomem é um ser sobrenatural muito conhecido, são criaturas da noite que caçam tudo o que vê. Eles convertem a sua aparência para a de um lobo, e pode transmitir a licantropia através da mordida e caso bebam água de sua pegada. Os lobos não são imortais, ficam enfraquecidos com prata e acônito (mata-lobos) Eles se transformam a cada lua cheia, um dos primeiros casos da fera foi em uma província da França chamada Geuvadam. A besta matou muitos homens e por isso foi caçada e ficou conhecida como "La bete du Geuvadam" ou "A Besta de Geuvadam". Mas apenas um caçador muito incrédulo conseguiu matar a besta, o caçador portava uma lança com acônito banhado a luz da lua cheia.'

Terminei de ler e olhei para ela meio incrédulo, pois essa era uma parte muito fácil do bestiário, então depois de ler (já traduzido) para ela, a olhei e disse.

      - Essa é a tradução Isabell... mas você realmente não conseguiu ler?

      - E eu deveria conseguir ler?

Era estranho, afinal ouvira dizer que... bom... não importava, talvez Isabell não fosse quem eu pensava que ela era, mais ainda tenho essa sensação estranha dentro de mim de que ela é mais do que imagina ser, e que vai se revelar algo ainda maior. Mas quando olho para ela, com esse jeito dela de ser, ver e reagir as coisas novas a qual está aprendendo, penso e duvido da minha capacidade de sentir e deduzir as coisas.

BryceLindcey🖤