― Gina, eu tive um sonho horrível ― Disse ela, com os olhos arregalados e muito suada.

― Calma, meu amor, deita aqui e se acalma. Foi só um pesadelo e já passou. ― Assim que falei, ela deitou em meu peito novamente e voltei a fazer carinho em seus cabelos.

― Eu estava sozinha, eu acho que eu devia ter uns 9 anos, e estava andando por um corredor com várias portas, eu chamava pela minha mãe e só ouvia risos. Então, as risadas foram ficando mais perto, e eu abri uma das portas, e ... e... ― Fiz carinho nela, lhe incentivando a continuar. ― E... minha mãe estava numa cama se agarrando com 3 homens.

― Oh, meu amor, isso não foi real. ― Continuei fazendo carinho.

― Mas o que me assustou é que ela sabia que eu estava ali, eu comecei a chorar e ela continuava me olhando e se agarrando com os homens, e rindo. Então, ela começou a me chamar, "loirinha! Loirinha, vem com a mamãe", e quando eu cheguei perto, um dos homens pegou a minha mãe pelo cabelo e afastou ela de mim, eu comecei a gritar e ela foi sumindo com eles, cada vez mais longe no corredor.

― Sua mente misturou as coisas. Os sonhos e pesadelos são assim. Você contou a história da sua mãe hoje, e isso fez a sua mente lembrar várias coisas. Mas pelo menos isso não foi real, meu amor.

― É... nunca se sabe o que ela fazia naquele prostíbulo. ― Emma disse e ficou em silencio alguns minutos, eu e continuava fazendo carinho em seu cabelo com ela em meu peito.

― Emma...

― Sim.

-― Você está crescendo no futebol, e logo, logo seu nome estará em todo lugar e jornais, e eu queria saber uma coisa...

― O quê?

― Você não tem medo que a sua mãe apareça? ― Perguntei, e ela levantou a cabeça, me olhando.

― Medo? Minha mãe está morta pra mim, Regina!

― Emma, amorzinho, e se ela não estiver? Você sabe que muitas pessoas quando ficam famosas, começam a aparecer parente de tudo quanto é lugar. Eu só quero que você entenda que talvez, mais pra frente, ela possa aparecer pra você.

― Eu duvido! Ela deve estar lá na Europa na vida rica dela de joias e perfumes, que não vai ligar nunca pra filha que abandonou. ― Ela fez um bico enorme e uma cara de "raiva", e voltou a deitar a cabeça em meu peito, então resolvi não insistir nisso, porque ela vai ia ficar martelando que a mãe está morta, e não aceitar que sim, ela pode aparecer na frente dela algum dia.

xxx

Seattle, 23 de Dezembro.

Chegamos pela manhã, e Violet e a vovó iriam ficar em minha casa pelos próximos dias. Eu tinha combinado com a Zelena que mamãe e papai iriam ficar com ela, e amanhã à noite faríamos a ceia aqui.

Hospedamos elas no quarto de hóspedes, e Violet estava encantada com meu apartamento e com Beckenbauer. Já a vovó ficava olhando tudo e sempre desconfiada, pois ela ainda não sabia que eu e Emma estávamos juntas. Mas iria saber em breve.

― Emma, você dorme onde? Tem outro quarto aqui? ― Perguntou vovó, e eu e Emma nos entreolhamos.

― Eu moro com a Ruby, vovó. Eu tenho meu próprio quarto lá. ― Respondeu Emma, eu a esperava falar logo sobre a gente, mas ela não falou.

― Hum, e por que a gente vai ficar aqui e não na casa da dona Fiona? Você não morava com ela? Eu quero ver a dona Fiona, ela é muito boa com você. ― Assim que vovó falou, eu soltei um pigarro, e Emma olhou para mim com cara de que não sabia o que dizer.

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