Sweet

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Shinobu caminhava rapidamente, mas não o suficiente para fazer com que derrubasse os frascos medicinais que carregava

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Shinobu caminhava rapidamente, mas não o suficiente para fazer com que derrubasse os frascos medicinais que carregava.

Por causa das intensas e devastadoras batalhas que os caçadores enfrentavam, a mansão Borboleta estava mais cheia do que o normal, de uma forma com que suas aprendizes sequer conseguiam dar conta.

Estava recrutando outras pessoas que tivessem conhecimento básico em tratar ferimentos para ajudá-la, que provavelmente chegariam durante a tarde.

Abriu a porta de sua próxima paciente, tomando cuidado para ser o mais delicada possível.

— Mitsuri-san? Como estão seus ferimentos? — Não houve resposta.

Shinobu a observou, compreensiva. Colocou os remédios na cabeceira ao lado e se sentou na cama, trazendo a amiga para um abraço.

— Vai ficar tudo bem, não foi sua culpa. — Tentava consolá-la, fazendo um carinho nos cabelos dela.

Kocho se afastou e deu o melhor sorriso que pôde. Imaginou a melhor forma de animá-la, já que Kanae costumava fazer isso para alegrar os outros. Kanroji nada disse, apenas se deitou, deprimida.

— Já vou indo, descanse bem, Mitsuri-san. Não se esqueça de tomar seus remédios e se alimentar bem. — Se levantou e saiu do quarto, não era a melhor hora para conversar.

A hashira do amor se sentiu ainda pior. Reconhecia os esforços de Shinobu para animá-la, mas não conseguia forçar um sorriso, não depois de presenciar aquela traição.Era triste imaginar que, depois de sofrer graves ferimentos após uma longa batalha contra um oni e perder vários amigos preciosos, ela ainda teve que lidar com Yoshiaki a traindo em sua própria casa. Quando pensou que um noivado finalmente tinha dado certo, percebeu que era apenas mais um morango azedo para sua coleção: parecendo doce por fora, mas ao dar a primeira mordida, surpreendendo-se com o quão enganada estava.

Ouviu o barulho da porta se abrindo, e na esperança de que Kocho havia esquecido algo, aproveitou para se desculpar:

— Shinobu-san, eu sinto muito... — Parou de falar quando levantou os olhos e viu quem era. Não conhecia aquela pessoa, talvez fosse alguma paciente que tinha entrado no quarto errado.

— Com licença, é a Mitsuri-sama? — Um pouco hesitante, Kanroji balançou a cabeça duas vezes, indicando que sim. — Me chamo [Nome], estou ajudando Kocho-sama a cuidar dos ferimentos. Fui designada para cuidar de você. Como se sente? Está bem? — [Nome] sorriu, colocando alguns instrumentos médicos na mesinha do quarto, indo examinar sua mais nova paciente.

— Ah... Estou bem. — Forçou o tom mais amigável que pôde.

— Não parece, aconteceu algo?

— É um pouco pessoal. — Encolheu os ombros.

— Entendo.

[Nome] terminou de examiná-la, mas continuava em pé ao lado dela. Parecia encarar algo, deixando Kanroji desconfortável.

— O que houve?

— Seu cabelo.

— O que tem ele? — Se entristeceu ao perceber que seu cabelo estranho havia sido notado, sentindo-se desamparada.

— É lindo! — Aquilo a surpreendeu. — Posso pentear? Está um pouco bagunçado.

— Por favor. — Baixou a cabeça, envergonhada.

[Nome] se sentou na cama e começou a pentear do rosa até o verde, com os olhos brilhando por causa da rara coloração. A brisa calma do final da tarde invadiu o cômodo, o sol provavelmente iria se pôr em poucos minutos. [Nome] parou por um momento para buscar um pouco de água e o remédio de Mitsuri.

— Ouvi alguns rumores de que você deu o golpe final no demônio que vocês lutaram, é verdade?

— Não foi nada demais, se não fosse pelos outros, eu não iria conseguir.

— Nada demais? Mitsuri-san, você é incrível! Deve ser muito forte para fazer isso!

Kanroji tomou o conteúdo medicinal, sentindo o gosto amargo na boca. Bebeu água para aliviar, mas talvez aquilo não fosse por causa do remédio. A ajudante pegou os copos e os colocou em uma bandeja, pegando o pente e se sentando na cama novamente.

— Ser forte é estranho, eu sou uma mulher... — O provável motivo pelo qual não foi boa o suficiente para manter algum relacionamento. Os homens com quem se conheceu não gostavam de serem "inferiores" a ela.

[Nome] rapidamente prendeu o cabelo rosado em uma trança, soltou a escova e se abaixou na frente de Mitsuri, segurando-a pelos ombros para manter o contato visual.

— Por que diz isso? Não é estranho você ser forte, eu acho isso fascinante. Ver alguém como você me inspira a continuar vivendo tranquilamente, pois sei que fará um ótimo trabalho nos protegendo. Obrigada por salvar todas as vidas que teriam sido perdidas, serei eternamente grata. 

"Não é estranho você ser forte, eu acho isso fascinante", algo tão simples, mas que impactou a hashira profundamente. Estava tudo bem ser forte. Estava tudo bem ser quem ela era, não precisava esconder seu verdadeiro eu. 

Soluços e barulhos de choro inundaram o quarto. [Nome] se aproximou e a abraçou, derrubando também algumas lágrimas no processo, como se compartilhasse da mesma dor. E foi assim até a tarde da noite, tendo apenas a lua e as estrelas como testemunhas da cena.

*****

Dessa vez, Kocho caminhava pelos corredores com mais calma. A mansão borboleta estava se esvaziando aos poucos, para seu alívio.

— Mitsuri-san? Posso entrar? — Não esperou por uma resposta, apenas adentrou o cômodo, se deparando com a cena de duas garotas dormindo desajeitadamente.

Shinobu piscou algumas vezes e sorriu, colocando novos medicamentos na cabeceira da cama.

Lentamente, Mitsuri acordava de seu sono um pouco desorientada, notando a presença de alguém no quarto. Virou seu rosto em direção à hashira dos insetos, abrindo um grande sorriso e tomando uma postura animada 

— Shinobu-chan, bom dia!

— Bom dia, você parece animada. Aconteceu algo?

— Ah, sim! — Quando ia começar a falar, seu olhar foi até a garota que dormia tranquilamente em cima de si. Suas bochechas esquentaram um pouco, não sabendo o que fazer naquela situação.

Kocho riu, decidindo ir checar as outras salas — por mais que quisesse presenciar a engraçada interação que as duas teriam —, deixando uma Kanroji em pânico para trás.

Talvez fosse como [Nome] era calma e atenciosa cuidando de si, talvez fosse como ela a elogiou por ser tão forte ou até mesmo como havia comentado sobre seu cabelo rosa ser bonito. Não sabia, mas sentiu seu coração bater mais rápido só de olhar para ela.

E inconscientemente, teve certeza de que dessa vez não seria outro morango azedo, e sim um doce com uma alta taxa de açúcar.

Sour Strawberry (Imagine Mitsuri Kanroji)Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin