Capítulo IV - "Amor e ódio" ou "ódio e amor"?

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- Preciso que compreenda que a minha chefe não quer expor o relacionamento dela - disse Calvin para o representante de um progama de tv - eu entendo que esse tipo de história aumenta a audiência de vocês, mas a minha chefe quer apenas fazer a propaganda da marca sem expor sua vida pessoal.

Eles estavam em um corredor. De um lado era uma parede de vidro com a vista de uma das ruas de fundo da Paulista, e, do outro, uma parede branca com várias portas. Eles estavam se dirigindo ao escritório de Isabelle.

- Então você está dizendo que o relacionamento deles é falso? - questionou o representante - apenas uma fachada para rejuvenescer a imagem da sua chefe?

- Eu nunca disse isso - defendeu-se Colin apressadamente.

- Mas era o que parecia - retrucou o representante, enquanto Colin batia na porta.

- Que estranho! - ele exclamou - nenhuma resposta. A Tatty tinha dito que ela já havia chegado da reunião com os japoneses.

- Será se podemos esperar aí dentro, então? - questionou o representante, desesperado por algum lugar onde pudesse acomodar seus 250 quilos de gordura.

- Acho que não terá nenhum problema - disse Colin enquanto abria a porta.

A cena que viram os deixaram de boca aberta. Isabelle estava sentada sobre Patrick, que segurava em partes do corpo feminino que Colin nunca havia tocado em qualquer mulher.

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6 horas antes...

A Lua havia desistido de fazer o seu show naquela noite. Haviam alguns postes fracos de luz amarela a cada 100 metros, mas não eram suficientes para substituírem o astro celeste noturno. Um vento frio jorrava sem trégua.

Dois seres encolhidos andavam pela rua. Estavam mal vestidos, como se tivessem saído de casa às pressas, o que, na verdade, acontecera.

Um ser mais alto ia à frente. Tinha cabelos castanhos claros, que se bagunçavam com o vento, enquanto o ser de trás era menor, uma criança ainda. Uma menininha com os cabelos loiros. A garotinha era pequena, tinha apenas 3 anos. Contudo, a mãe, como estava muito machucada, não conseguia carregá-la.

- Mamãe! Mamãe! - a menina sussurrou - Pra donde vamos??

- Um lugar seguro. Um lugar seguro. - a mãe repetia como um mantra.

- Mamãe! Mamãe! Mamãe! - a mesma voz a chamava longe.

Isabelle teve a impressão de ter a sua alma sugada pelo aspirador de fantasmas dos Caçadores de fantasmas. Estava sendo levada para longe de seu sonho.

Abriu os olhos subitamente, dando de cara com o rosto mais fofo que já havia visto em toda a sua vida. Os olhos eram verdes esmeralda, mas não um esmeralda profundo como os de Isabelle, eram de uma tonalidade alegre. As bochechas eram gordinhas. Os lábios carnudos e vermelhos formavam um sorriso encantador. Os cabelos eram castanhos claros, não loiros, como costumavam ser quando a menina era bebê.

- Oi, anjinho - respondeu Isabelle numa voz sonolenta -a mamãe acordou.

- O Sol também já acordou - disse a criança - é hora de ir para a escola.

- Acho que você está certa - concordou Isabelle enquanto se levantava.

Olhou no relógio do criado mudo. Eram 5 horas e 30 minutos. Droga de verão, Isabelle pensou, preciso comprar persianas para o quarto de Sophia, anotou mentalmente.

- O que o anjinho da mamãe quer comer hoje? - ela perguntou com um sorriso enorme, enquanto dava um beijo na filha.

- Eu quero - Sophia parou para pensar com a cabeça deitada para a direita - SORVETE! - gritou por fim.

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