DOCE VAQUEIRO

Capítulo 8

Avisa que cheguei!

Para não ficar confuso, já vou avisando que esse capítulo e o próximo é a visão da Any antes de trepar o Josh.

Não acredito que mal cheguei nessa porcaria de cidade e já fui enganada. Estava irritada, mas um lindo peão me ajudou, ele foi tão educado.

Respiro fundo, quando chego a fazenda de meu pai. Sofri muito aqui, e não queria ter voltado. Mas meu pai insistiu pela minha presença, pois minha vó estava morrendo, e exigia que eu estivesse aqui.

Grande bosta, minha Vó é uma nojenta, da mesma laia que o Enrico. Que o diabo a tenha se morrer.

Eu tive que aceitar, afinal sou menor de idade e dependo dele. A melhor coisa que ele fez, foi me mandar estudar em Boston, afinal deixei de sofrer agressões e passei a não ver o Enrico e Emilia.

Entro na casa que me traz péssimas lembranças. Os móveis bregas continuam ali.

Any- Alguém em casa.

Logo uma senhora vem correndo até mim. Ela me olha com lágrimas.

- Any.

Consigo lembrar dela, faz oito anos que não venho aqui, mas o amor e carinho que Priscila me dava, é impossível esquecer.

Any- Priscila

Corro para abraçar ela.

Priscila- Oh Deus, eu não sabia que viria.

Any- Como não, Enrico não deixou avisado?

Priscila- Não, eu nem imaginava que voltaria, achei que nunca mais iria te ver.

Seus olhos ficam com lágrimas.

Any- Eu só voltei porque o Enrico disse que dona Emilia estava morrendo.

Priscila- O que, dona Emilia esta muito bem de saúde.

Any- Não entendo, porque ele me queria aqui então?

Sinto um frio na barriga. Eu não posso passar por tudo novamente.

Enrico- Any que bom que chegou.

Depois de dois anos sem vê-lo, agora estou de frente para o ser mais banana do universo.

Any- Enrico porque me obrigou a voltar. Já fiquei sabendo que a cobra da sua mãe esta bem.

Enrico- Olha a boca garota, respeite sua vó.

Any- Respeito quem me respeita.

Enrico- É o seguinte, eu menti, minha mãe está ótima.

Any- E o que eu faço aqui?

Enrico- Senti saudades, faz dois anos que não vou te visitar.

Any- Conta outra.

Enrico- Logo saberá o motivo, agora despache suas malas no quarto e venha comigo ao escritório.

Vou até o quarto onde ficava e não tinha mais minhas coisas. Agora era um depósito de tranqueiras.

Priscila- O quarto de hóspedes no fundo do corredo esta vago querida.

Any- Porque ele me odeia?

Priscila- Oh querida.

Abraço a Priscila e choro. Meu pai e minha vó me odeiam.

Tomo um banho e tento relaxar, mas me incomoda esta de volta nessa casa.

...

Eu estava passada, tudo que o Enrico me falou, me deixou mal.

Any- Você ta querendo dizer que me trouxe de volta para me casar com um desconhecido?

Enrico- Ele não é desconhecido, é filho de grandes amigos.

Any- Não interessa, eu não o conheço.

Enrico- Por isso que a trouxe, irá conhece- lo.

Any- Você não pode fazer isso comigo, tá praticamente me vendendo.

Enrico- Você me deve isso, eu paguei para você estudar todos esses anos fora, agora chegou a hora de me devolver esse dinheiro.

Any- Você só queria se livrar de mim.

Enrico- Any, o dinheiro que seu avô nos deixou esta acabando, sua avó não vive sem os luxos, e agora chegou sua vez de nos ajudar.

É um absurdo atrás do outro. Essa velha só vive viajando, gastando o dinheiro que meu avô deixou, e agora eu que tenho que bancar os luxos dela.

Any- Eu tenho minha vida em Boston, eu me inscrevi em Harvard.

Enrico- Sua vida será aqui agora.

Any- Não sou mais criança Enrico, você não manda mais em mim.

Saio do escritório revoltada.

Priscila- Querida o que houve?

Any- Me vender Priscila, ele me trouxe de volta para me vender.

Priscila- Jesus.

Entro no quarto e me tranco. Decido ligar para minha amiga.

- Oi meu amor
* Sininho eu quero morrer.
- O que foi?
* Enrico... Acredita que minha vó não ta morrendo, e ele me trouxe de volta para me casar.
- Como é?
*Exatamente amiga, eu to muito ferrada, ele quer me casar a força
- Amiga eu vou ai quebrar a cara do teu velho.
* O que eu faço Sina, eu não quero casar.
* Amiga foge, volta pra ca, eu te escondo, você mora comigo.
- Ai Sina
* Não pense, faça isso logo.

Será? Quer saber eu vou sim. Volto pra Boston, moro um tempo com a Sina, procuro um emprego, e nunca mais vou ver esse povo.