18- NUOVA CASA (Casa nova)

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Meu maridinho não deteve meu movimento, ele deixou que me afastasse, ao passo que o mesmo ficou sem jeito. E logo colocou uma garfada generosa de panquecas na boca.

- Acho melhor eu subi e terminar de arrumar minhas coisas. -Disse para quebrar o clima desagradável que se instaurou.

- Quer que lhe ajude, dona Lucrézia?

- Não precisa se preocupar comigo, Sandra, deve ter muitos afazeres.

Ela assentiu, Piero terminava de mastigar e eu dei de ombros, pronta para subir as escadas até escutar a voz dele novamente.

- Lucrézia.

- O que?

- Quando terminar quero falar com você. Determinar algumas coisas que faltam.

Ele se calou dando outra garfada nas panquecas, que pareciam deliciosas. E fui para o quarto apreensiva com o que ele quis dizer.

[...]

Já fazem horas desde de o café da manhã desengonçado. Terminei de arrumar meus pertences, algumas roupas, sapatos, não fiz questão de trazer tanta coisa, acho que minha vaidade se perdeu em anos de abuso. Estou jogada na cama a fitar o teto, não tem nada nele além de uma lâmpada, é branco e sem graça, nem sei por que estou a tanto tempo o encarando como se as respostas pros meus problemas fossem cair do céu.

Matteo tá na puta que pariu, me deixando sozinha com Piero. E minha irmã, que espero ainda estar sob os cuidados de Lucera, Dio mio! Desde que a Graziela nasceu nunca passei tanto tempo assim longe dela, quase um dia inteiro. Só queria a guardar em um potinho e a proteger do mundo cruel que vivemos.

Toc toc. Batidas na porta me fizeram voltar para terra, considerando que eu estava navegando em meio aos meus pensamentos.

- Pode entrar.

- Senhora, seu marido está lhe chamando lá embaixo. - Disse o segurança, que só colocou a cabeça pela porta e em seguida se retirou.

A curiosidade falava mais alto do que a vontade de ficar na cama. O que Piero tanto queria acertar? Santo cielo, achei que tudo já tinha sido resolvido. Após descer as longas escadas já me deparei com Pierrinho bem esparramado no sofá.

- Então?

- Cazzo, finalmente.

- O que quis dizer mais cedo? Com acertar as coisas?

- Você é minha mulher agora. E sob hipótese nenhuma vou admitir que me traia ou me desrespeite, hai capito? - Fixou seu olhar em mim e por incrível que pareça não era o costumeiro olhar de desejo.

- Isso é uma ameaça?

- Claro que não, amore mio! O que mais quero é que esse bendito casamento dê certo. Não tem motivo para vivermos em pé de guerra o tempo todo.

- Hum e é só isso? - É claro que temos motivos, mais do que o suficiente, na verdade.

- Não. Para nossa convivência ser harmoniosa, terão algumas regrinhas.

- Era certo que sim. - Zombei.

- A propriedade é grande, tem a piscina, a academia, os jardins e enfim. Pode andar por onde quiser dentro desses muros, mas sempre que se afastar muito da casa principal deve estar acompanhada, para sua própria segurança, acredite em mim.

- Quer dizer que sou uma prisioneira com direito a banho de sol no jardim? - Ri sarcástica.

- Deixe de ser dramática, Lucrézia. Você não é uma prisioneira nesta casa. Pode ir e vir quando quiser, pode sair por aí, ir ao shopping ou sei lá o que as mulheres na sua idade fazem, desde que seja sempre com um segurança da minha confiança a tiracolo. Eles não vão te incomodar. Prometo que nem vai dar fé deles.

Vendetta di Lucrézia (Vingança de Lucrézia)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora