mentoring

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S/n

Estou sentada aqui, nervosa e inquieta, esperando por Camila. A ideia de ser a mentora dela me parece tão surreal, de onde raios tirei coragem para isso?! Como vou conquistar alguém que me odeia tanto? Camila sempre me viu como uma rival, sempre tão fria e distante. Mas lá no fundo, sinto que há mais entre nós do que essa animosidade aparente.

Enquanto espero, meu coração bate acelerado, pensando em estratégias. Talvez, se eu mostrar a ela que me importo genuinamente com seu sucesso e bem-estar, possa suavizar essas barreiras que ela construiu. Preciso ser paciente, compreensiva e, acima de tudo, sincera. Não posso forçar nada; tudo tem que acontecer naturalmente.

Hoje, no nosso primeiro dia de mentoria, quero começar a construir uma ponte entre nós. Vou ouvir mais do que falar, entender seus desafios e aspirações. Talvez, compartilhando minhas próprias inseguranças e falhas, possa criar uma conexão mais humana, mostrando que não sou a inimiga que ela pensa que sou.

Mas, no fundo, sinto um frio na barriga. E se tudo der errado? E se ela me rejeitar completamente? Balanço a cabeça, tentando afastar esses pensamentos negativos. Não, preciso focar no positivo, na possibilidade de transformar ódio em algo mais, algo bonito. É um risco, sim, mas um que estou disposta a correr. Afinal, às vezes, os sentimentos mais fortes nascem dos lugares mais inesperados.

A campainha soa alta pela casa, rapidamente eu vou até a porta de entrada. Eu respiro fundo antes de abrir a porta. Camila não quis que eu fosse buscá-la, e eu respeitei sua vontade.

-- entra -- falo, mas percebo que soou um pouco mais rude do que pareceu que seria em minha mente...

-- Ally esta?-- pergunta curiosa

-- foi pra casa do namorado... Só... Só tem nós duas aqui -- falo um pouco insegura com o que ela pode pensar disso -- s-se não se sentir confortável, podemos marcar outro dia

-- tudo bem... Vamos precisar fazer isso de qualquer forma -- da de ombros

-- okay... Deixa eu te ajudar com isso -- eu pego sua mochila, que esta mais pesada do que achei que estaria -- você carrega um cadáver aqui?!

-- sim -- responde e eu lhe encaro um pouco assustada com a possibilidade -- o cadáver da minha dignidade -- suspiro aliviada com a conclusão de sua resposta

Nós fomos até o sofá, Camila se senta no móvel e eu coloco sua mochila a sua frente, no chão.

-- certo, onde esta tendo mais dificuldade na materia?-- pergunto me sentando ao seu lado

(...)

-- não é tão difícil, viu só?-- pergunto e vejo ela fazer careta

-- meu cérebro está derretendo -- ela diz deitando sua cabeça sob seus braços na mesa de centro

-- não é pra tanto gatinha... Vamos fazer uma pausa, vem -- eu me levanto indo em direção a cozinha. Eu comecei a procurar alguns doces e salgadinhos para comermos -- V-Voce fez dezessete né?

-- sabe que sim -- ela diz se sentando no banquinho do balcão -- e eu sei que você também sonhou... Entendi o que foi aquilo, só... Não acho que esteja certo

-- você está... Bem com isso?-- pergunto abrindo um saco de doritos para ela, e colocando-o à sua frente, em seguida abrindo um para mim também -- tipo... Você me odeia com todas as suas forças, e gosta de enfatizar isso... Mas agora acabamos de descobrir que conseguimos passar duas horas, cinco minutos e vinte e nove, trinta, trinta e um...

-- está contando até os segundos?!-- pergunta indignada e eu concordo

-- cada milésimo conta em um recorde -- ela ri fraco, mastigando o salgadinho. Eu paro a sua frente, apoiando meu braço no balcão, estamos próximas, mas uma proximidade segura

-- hm... Nós não damos certo S/n, aos oito anos de idade eu quebrei seu braço te jogando do escorregador do parquinho, e você me jogou no laguinho dos patos... Não acho que almas gêmeas possam agir dessa forma uma com a outra... Entende o que quero dizer?-- pontua calmamente e eu concordo

-- então acredita fielmente que foi um erro do destino, e que em algum momento vai sonhar com seu príncipe encantado?-- pergunto e ela dá de ombros -- você é mais otimista do que pensei... Alguém sabe disso? Do sonho?

-- só Ally... Contou para alguém?-- pergunta e eu nego

-- não converso sobre esse tipo de coisa com ninguém... Só com Ally, então contamos para a mesma pessoa... -- respondo e ela concorda

-- acho melhor deixar como está então -- concordo com a cabeça, mordendo a parte interna de minha bochecha, tentando conter a frustração -- por que nao fala sobre esse tipo de coisa com ninguém?

-- não tenho amigos, só Ally -- dou de ombros

-- e o pessoal do time?-- dou risada me afastando para pegar o refrigerante na geladeira. Eu pego duas latinhas de coca, voltando para o mesmo lugar que eu estava antes

-- existe algo que chama-se amizade por interesse... Nenhum deles é realmente meu amigo, são apenas pessoas esperando eu dar um pequeno deslize para pegar meu lugar como capitã, ou para fazer algo pior que Kendal fez... E sim, já houve vezes de tentarem tirar foto ou coisa do tipo para espalhar pela escola -- dou de ombros -- não existem amigos para mim... Sempre tive apenas a Ally e a melhor amiga irritante dela -- adimito calmamente

-- você não está pronta, Camila?! Temos meia hora para estar no clube -- Ally entra na cozinha apressada

-- eu esqueci, droga!-- Camila diz em alerta, eu pego o pacote de salgadinho e minha lata de refri me afastando. Indo em direção a sala para juntar o material de Camila. Minha irmã passa correndo, indo para o segundo andar, Camila para no primeiro degrau da escada e me encara -- por que está sentada ai? Vai se arrumar, está convidada para a festa de aniversário da amiga irritante de sua irmã

Dream With You (Camila Cabello/You Gp!)Where stories live. Discover now