◇Prólogo◇

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Osten Cavendish

Osten Cavendish

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Degusto com prazer o último gole do meu Whisky Jubileu de Diamante, uma garrafa única do meu enorme estoque, enquanto encontro-me mais uma vez de pé em frente a grande parede de vidro da minha cobertura. O lugar, tirando o meu escritório, que passo mais tempo ultimamente no meio da madrugada. Confesso que prefiro minha mansão afastada de tudo e todos, apelidado como "meu lugar secreto" pelos seguranças, lugar que ninguém, além deles, tem conhecimento.

Mas em dias cansativos de muito trabalho como hoje, não valeria a pena ir para tão longe, tendo que retornar o dia seguinte, por isso mantive essa cobertura, para o dia a dia e aos finais de semana, ir para o meu refúgio.

— Respiro fundo — Observando a escuridão da madrugada, a grande Manhattan praticamente toda dormindo, poucos carros circulando pelas ruas, sem me importar para a corrente de vento fria, abro a porta de correr dando acesso a varanda e deixo o ar frio bater em minha pele como centenas de estilhaços de vidro por estar somente com a calça de moletom, mas pra mim pouco importa, já sofri coisa pior e continuo vivendo.

Dizer que sempre vivi essa vida luxuosa desde pequeno, essa pessoa realmente não me conhece. Nunca fui rico, nunca até meus sete anos tive uma cama, dormia num colchonete mofado no chão da sala onde morava com meus pais.

Para ter o que comer no dia seguinte, tinha que trabalhar. Meu emprego?!, era vender bala no sinal, ou entregar rosas nos restaurantes luxuosos, isso quando me deixavam entrar. Se eu quisesse um brinquedo, eu mesmo tinha que fazer, com restos de madeira, papelão e jornal que encontrava na rua ou em latas de lixo.

Tudo mudou quando o Senhor Anthony apareceu na minha vida, ele foi o meu anjo da guarda. O conheci quando o ajudei depois de seu fatídico tombo da sua cadeira de rodas ao tentar descer da calçada.

Ele nunca mais me deixou ir, nunca mais se afastou, ficamos conversando muito naquele dia e todos os seguintes ele fazia questão de ir até o sinal onde eu vendia as balas e trazia um sanduíche com suco para que eu pudesse comer. Só que sem ele perceber eu nunca comia tudo, sempre guardava metade para dividir com a minha mãe, porque eu também sabia que ela sentia fome.

Então num dia aleatório, acho que ele percebeu, porque ele me pediu para leva-lo onde eu morava juntamente com minha mãe, foi onde dele descobriu que morávamos debaixo da ponte. Minha mãe aos prantos contou para ele tudo o que meu pai nos fez. De imediato ele quis nos ajudar, nos deu moradia e me deu estudos, lembro que aquele dia foi o mais feliz da minha vida, era um misto de sentimentos ao saber que teria um lugar coberto para dormir, não iria mais ficar com frio, só que também meu coração ficou apertado vendo minha mãe chorar tanto, mais sabia que era de felicidade, enfim não sentiríamos mais fome, nem frio de noite.

O senhor Anthony sempre me tratou como um filho, já que ele nunca teve os seus e sua linda esposa já havia falecido e ele não tiveram a oportunidade de gerar um vida devido o problema de infertilidade dela, nunca me discriminou pela minha cor de pele, pois sabemos bem como a sociedade nos trata, e eu já passava por isso, de pessoas protegeram suas bolsas ou outros bens somente por eu passar em seu lado.

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