Meu Eterno Shelby

29.Familia

— Tenho planos, só volto mais tarde. - Me sento.

— Aonde você vai? - Meu pai diz.

— Vou ir ver o meu tio. - Falo dividindo meu olhar entre os dois.

— Você o que?! Vai deixar de ir a casa da família Miles, pra ir a casa do James? - Meu pai diz inconformado.

— Sim. - Respondi com ironia.

— Você não precisa ir, somos sua família agora, você é uma Cooper. Isso vai lhe trazer lembranças indesejáveis da sua antiga vida. - Meu avô diz.

— Minha antiga vida...Você tem razão, talvez minha vida já não seja a mesma. Mas ele vai continuar presente em qualquer momento da minha vida, ele é a minha família! - Respondi com autoridade e me levantei.

— Hana volte aqui!!! - Meu avô gritou.

— Eu não sou sua nova peça de tabuleiro, sobre mim você não tem controle! - Gritei enquanto caminhava até a porta.

— Ela ainda continua presa a aquela vida. - Ouvi meu pai dizer.

Já nervosa fui para a entrada de casa acompanhada de Emma, o carro já estava em frente a casa me esperando.

— Tem certeza que não quer ir? - Perguntei.

— Sim Hana, tenho coisas a fazer. - Emma disse sorrindo e abrindo a porta.

Sorri de volta para ela e entrei no carro, assim que fechei a porta o motorista começou a dirigir, coloquei a cabeça na janela e acenei para ela.

[...]

Finalmente tinha chegado em frente a casa de meu tio, assim que sai do carro observei cada detalhe da fachada da casa, que agora era nova. Animada fui até a porta e toquei a campainha, não demorou muito para a porta ser aberta por meu tio, que assim que me viu abriu um enorme sorriso.

— Hana! - abriu os braços.

— Senti saudade. - Lhe dei um forte abraço.

— Entra querida, vem. - Diz animado.

— Olha só, que casa bonita. - Falei animada olhando ao redor.

— Eu não queria, mas Tommy e Polly a escolheram e insistiram para que eu aceitasse.

— Essa casa lembra mesmo o gosto da Polly, você merece tio. - Me virei para ele.

Assim que me virei, o mesmo começou a me encarar com aquele sorriso paterno no rosto, ele não dizia nada, apenas passava seu olhar por mim.

— O que foi? - Perguntei.

— Olha só você, esta tão bonita, nem parece aquela garotinha que voltava pra casa toda suja depois de passar o dia no estábulo. - Diz me admirando.

— Continuo sendo aquela garota tio, minhas roupas não significam nada. - Me aproximei do mesmo e peguei em sua mão.

— Aquela garotinha agora atrai olhares por onde passa, agora sai na primeira capa do jornal e está seguindo o sonho que um dia foi de sua mãe. Ela ficaria orgulhosa de ver como você está evoluindo. - Diz enquanto acaricia minhas mãos.

— Eu prometo não decepcionar ela, e nem você. - Afirmei com os olhos cheios de lágrimas.

Assim então meu tio me arrastou pela casa toda, ele me mostrava cada canto da casa animado e contava as coisas que a família Shelby já havia aprontado ali, inclusive Finn que era o que mais aparecia por lá. Assim que o tour terminou, me sentei na mesa e o mesmo me trouxe minhas comidas favoritas, literalmente todas, enquanto eu comia um pouco de tudo, o telefone tocou e o mesmo foi atender.

— Alo? - Atendeu. - Amanhã mesmo eu separo os homens, Tommy. - Continou a dizer. - Estou em casa, Hana esta aqui também. - Se encostou no móvel. - Ok, vou dizer a ela. - Desliga.

Ele então desligou e deixou o telefone em seu lugar, com rapidez o mesmo voltou para a mesa e se sentou ao meu lado.

— O que ele disse. - Perguntei enquanto tomava meu suco.

— Disse para você aparecer por lá, ou ele vai vender a celeste. - Disse rindo.

— Ela não seria louco, ele ama aquela égua tanto quanto eu. - Ri.

— Você deveria ir, todos sentem a sua falta. - Disse me olhando com ternura.

— Eu também sinto falta de todos, mas não estou afim de cruzar com o recém casado, e isso seria um pouco inevitável na casa do Tommy. - Falei agora séria.

— Hana...

— Por favor tio, não quero falar disso.

— Tudo bem. - Levanta os braços.

— Vou dá uma volta, tem um lugar perto daqui que eu quero matar a saudade. - Me levanto.

— O balanço, não é? Agora ele fica bem pertinho daqui. - Sorri.

— Ele mesmo! - Respondo sorrindo e caminho até a porta.

(P.O.V JOHN)

— Hana esta na casa do James. - Tommy diz deixando o telefone sobre a mesa.

— Ela esta... - Falei baixo.

— Falei para ele dá o recado ela, para ela aparecer o mais rápido possível. - Continua.

— Aquela garota, não posso negar que faz falta. - Polly ri enquanto bebe.

Arthur então entrou pela porta.

— O Finn não estava com você? - Ada pergunta.

— Estava, até ouvir o Tommy dizer que a Hana estava na casa do James, ele deu a volta rapidamente e correu pra lá. - Arthur contou rindo.

— Aquele garoto, sempre foi grudado com ela desde pequeno. - Polly diz.

[...]

Alguns minutos se passaram e enquanto todos conversavam no escritório, eu permanecia calado e inquieto sentado na poltrona. Me levantei rapidamente e deixei meu copo sobre a mesa.

— Aonde vai John? - Tommy pergunta.

— Resolver umas coisas nos pub's e dá uma volta. - Falei acendendo um charuto.

— John... - Polly segura em meu braço com delicadeza.

— Parem de pensar coisas, eu não vou ir ver ela ok? Eu não me importo se ela esta perto ou não. - Me soltei e sai de casa.

Era mais forte que eu, sai de casa totalmente sem destino, eu só queria ir a qualquer lugar para me distrair e continuar resistindo a imensa vontade de ir correndo até ela.

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