Bônus | papo sincero

953 106 79
                                    

Tony estava completamente sozinho naquela enorme mansão pela terceira vez na semana. Sua mãe prometeu que iria ficar com ele por no mínimo uma semana e ajudar com os preparativos do aniversário dele que estava se aproximando rapidamente, mas precisou viajar novamente para longe junto com o pai para alguma viagem de negócios idiota.

Tudo o que o jovem Stark conseguia escutar era o relógio velho que fica no corredor contando as horas em um eterno tic tac. Nem mesmo Jarvis estava em casa, saiu para fazer compras ou curtir a vida, quem sabe?

Tony se sentiu sozinho. A casa parecia mais fria do que nunca, e não estava assim tão animado para a festa de aniversário. Deveria convidar apenas os seis amigos, pedir pizza e assistir filmes ruins.

Se sentou no chão do quarto afastado do sol poente agarrado com uma garrafa de uísque velho que o pai ganhou de algum cliente ou amigo. Se bem que era impossível imaginar que Howard Stark tem amigos.

Bebeu um gole, torceu o nariz, engoliu na marra e então começou a tossir. Não estava acostumado a beber, na verdade eram raras as vezes que bebia, mas sentiu essa necessidade de ficar bebado para esquecer os sentimentos. Bebeu mais um gole, e outro e outro, até que quase vomitou de ânsia, mas se obrigou a engolir a bebida, e no processo algumas lágrimas escaparam. Repousou a garrafa ao lado do corpo e encostou a cabeça na parede já sentindo tudo girar e o fogo dentro de si.

— Tony?

O garoto virou a cabeça muito rápido, e viu as coisas ficarem turvas, mas sabia que era Steve.

— Steve! — a língua pesou um pouco mas conseguiu falar.

   Engoliu mais três goles de uísque sob o olhar do amigo. Steve se sentou ao lado dele, e Tony ofereceu a garrafa recebendo um balançar de cabeça como resposta.

— Soube que os seus pais viajaram, ai eu decidi passar aqui. — Steve se explicou ainda olhando para Tony.

   E foi uma ótima ideia ele ter vindo, já que encontrou o amigo naquele estado. Sabia que era difícil para Tony ficar sozinho em casa.

   O jovem Stark concordou com a cabeça e fez uma leve careta, ainda agarrado na garrafa.

   Depois de ficarem um tempo em silêncio, Tony vira a cabeça olhando para Steve atentamente. O loiro estava crescendo fisicamente, começando a criar músculos nos braços e barba. Já havia perdido a gordura infantil e já estava se parecendo mais velho. Tony se questionou se o corpo também estava mudando daquela forma.

   Steve se vira também e encara Tony com as bochechas coradas de vergonha por estar sendo observado.

— O que foi? — o loiro pergunta sorrindo.

   E então Tony sentiu um comichão na barriga apenas de ver os olhos azuis de Steve sorrir também. Fechou a cara e bebeu mais apenas para afogar as malditas borboletas que insistiam em sobreviver.

   Não era a primeira vez que sentia isso por Steve. Se odiava pela reação do corpo toda vez que olhava ou escutava a voz de Rogers. Se odiava por deixar esses sentimentos continuar a existir.

— Opa, vai devagar! — Steve tirou a  garrafa do amigo, que foi para cima dele com raiva por tirar a única coisa que mantinha a sanidade dele.

   Mas não deu muito certo, já que como ele não estava acostumado com bebidas alcoólicas já estava bêbado, e por conta disso caiu em cima de Steve por não ter mais controle sobre o corpo.

   Ainda em cima de Steve que segura a garrafa de uísque para longe do garoto, Tony tenta pegar debilmente já que não tem mais nenhum equilíbrio ou noção dos movimentos. Por fim cansou. Estava bêbado demais. E de estômago vazio ainda por cima.

   E então fez o erro de olhar para o rosto de Steve. Pela pequena "luta" corporal — para Tony foi luta mas para Steve foi apenas uma dança estranha — ambos os adolescentes estão deitados no chão, e com Tony por cima, uma mão no peito de Steve e as pernas entrelaçadas desajeitadamente.

   Steve está com a cabeça deitada no chão onde o sol pega, e deixa os cabelos dele mais claros quase branco, e os olhos brilhantes. Tony olha para os lábios vermelhos do amigo. Steve parece um anjo. Steve é um anjo.

   Tony apertou a blusa de Steve, deitou a testa no peito do amigo e chorou silenciosamente. Sentiu as mãos de Steve nas costas que chacoalham, fazendo desenhos aleatórios com a ponta dos dedos.

   Soluçou alto, o que fez Steve apertar o amigo contra o próprio corpo. Chorou mais sentindo mil sentimentos dentro de si e a embriaguez deixando tudo mais confuso.

— Steve... — Tony murmurou abafado contra o peito do amigo, e soluçou novamente.

   Rogers apertou mais Tony, e voltou a fazer desenhos invisíveis nas costas do moreno.

— Eu to aqui.

Demorei demais para vir com uma att, mas cá estou eu. Não sei se ficou bem claro mas esse cap se passou quando eles eram mais novos, anos antes de quando essa fic realmente acontece. (não sei se fez sentido essa frase, espero que sim.)

A cada dia que passa está cada vez difícil para eu escrever, pois tenho TDAH além de outros mental illness, e muitas vezes as palavras não fazem sentido nenhum para mim. Quero dizer, já não faziam mas está piorando aos poucos. Muitas vezes escrevo ou falo coisas que na minha cabeça faz sentido e na realidade não significa nada, são apenas um bando de palavras juntas. Fico com medo e vergonha de postar algo e estar totalmente sem sentido.

Mas se vocês verem algum erro por favor me avisem que eu mudo na hora. Isso me ajuda também. E desculpa pelo longo monólogo, senti que vcs precisavam saber disso, n sei.

Voltando para história

O que acharam dessa interação stony??? eu particularmente achei fofo, e meio melancólico. O que vocês esperam ver nos próximos caps????

Muito obrigada a todos que estão lendo, votando e comentando. Acho doido como as pessoas ainda não desistiram dessa fic quando eu mesma já desisti.

Obrigada e até a próxima!!!! :D <3

Let me love you | Stony Where stories live. Discover now