5. Lucien - Creep

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Eu quero que você perceba
Quando eu não estiver por perto
Que você é especial pra caralho
Eu queria ser especial

Ele queria a todo momento ser seu. E tentou se aproximar, tentou se convencer de que não valeria a pena lutar por Elain, que nunca iria o querer, sendo que poderia ser uma pessoa nova ao seu lado.
Esse desejo aumentou ainda mais quando Jurian se aproximou em uma noite comum.

"Você deveria falar com ela." Simplesmente soltou. Dando um daqueles sorrisos cínicos que fazia parte do ser dele. "Dauina tem curiosidade sobre você. E posso sentir seu cheiro animado toda vez que fica perto dela, é nojento e estranho." Dando de ombros, ele se afastou, voltando para a sala de reuniões, onde discutia com alguns comerciantes, procurando melhora para a cidade.

'Ela sente curiosidade por mim...' Pela primeira vez em tantos séculos, um suspiro de alívio vazou pelas narinas de Lucien, um sorriso genuíno em seu rosto surgiu e com ele, pode se dizer que uma lágrima caiu.

Mas eu sou uma aberração
Eu sou um esquisitão
Que diabos estou fazendo aqui?
Eu não pertenço a este lugar

Havia se aproximado, havia alcançado você. E segurou essa oportunidade firmemente, se agarrou a ideia de que seria uma pessoa nova com você. Negou o laço. Assim como Elain negou conversar com ele diversas vezes.

Amou cada segundo ao seu lado. Agora vendo suas risadas de perto. Podendo acariciar seus cabelos que tanto observava de longe algumas vezes, de tarde, em alguns passeios pelos campos. Podia segurar seu rosto agora e admirar os olhos escuros que o deixavam em transe. Começou a gostar de ler por você, para ler por você. Se aproximou de animais também, mesmo com medo de que um atacasse, como um naga.

Ele seria bom, por você. Ele seria puro. Esqueceria tudo e viveria com você.

Ela está fugindo pela porta
Ela está fugindo
Ela corre, corre, corre, corre
Corre

Como dito, ele havia se aproximado. Mas tornou a se afastar quando pensamentos sobre perder você para a mortalidade se chocaram ao ver humanos morrerem ao seu redor naquele local, já eram velhos.
A ideia de virar humano também era incrível, apenas para poder a morrer ao seu lado.

Lucien a deixou porque não poderia fazer isso. Porque seria instável novamente se tivesse que perder aquela que amava novamente. Assim como perdeu Jesminda. A morte tirava tudo dele. Ele já não tinha nada. Perder você seria a morte do Vanserra.
Mas se pode destruir aquilo que basicamente não existe?

Seja lá o que te faz feliz
Seja lá o que você deseje
Você é especial pra caralho
Eu queria ser especial

Foi você quem lutou dessa vez. Você quem foi atrás dele e o agarrou, não só os momentos. Mas você o abraçou por trás e chorou nas costas dele. Pedindo para que não deixasse você para trás. Implorando para que ele não fosse embora. Admitindo que já foi muito abandonada para que ele, seu primeiro amor, fizesse isso agora.
Lucien sentiu seu coração se apertando com a declaração.

"Sim, eu preciso de você agora, posso ser estúpida de vir atrás mas..." Sua voz falhou, seguida por uma tosse em meio a uma risada de desespero. "Porque ultimamente tem sido difícil sem você do meu lado, Lucien..." Um breve grito saindo pelos lábios quando tentou retornar a falar. "Eu sei que só tenho metade de um coração, mas ele é todo seu e foi desde que entrei aqui. Por favor, por favor eu te peço. Não me deixe, não vá, não me abandone.."

Ele descobriu por moradores dos arredores que você era muito jovem ainda quando seus pais a deixaram presa dentro de casa e foram embora. Você morreria se não fosse pelos vizinhos que ouviram seu choro, o choro infantil ecoando pelas paredes.
A fome havia chegado naquela parte do continente. Uma criança custava muito. Então, lhe deixar foi o melhor.

Dauina foi criada por vários moradores ao mesmo tempo. Começando trabalhar quando adolescente. Como Feyre, se aventurou um pouco, aprendendo a caçar para vender, tirando algumas vantagens e fazendo trabalhos sujos para agiotas as vezes, isso dava mais moedas de ouro. Quando os trabalhos e os animais acabaram por um período, se arriscou a roubar descaramente. Sendo pega algumas vezes, reepreendida pelos moradores que a criarão. Alguns desistiram dela no meio. Não podendo ver a mulher que ela se tornou. Trabalhando para Vassa e Jurian agora. Ajudando com estratégias contra as outras rainhas. Utilizando da sua grande inteligência para o bem nesse momento.

Lucien a sentiu apertar mais forte, os soluços ecoando de você quando ele não respondeu. Segurando seus pulsos, o homem se soltou. Quase se viu caindo quando pensara que ele estava a deixando de vez. Mas foi segurada e abraçada nos braços fortes que tanto se sentia em casa.
Desabando de vez, se viu com aquele fogo voltando mais força agora

Mas eu sou uma aberração
Eu sou um esquisitão
Que diabos estou fazendo aqui?
Eu não pertenço a este lugar
Eu não pertenço a este lugar

Segurando seu rosto e afastando você com delicadeza do peitoral dele, secando suas lágrimas e tirando os fios agarrados de sua pele úmida.
"Olhe pra mim, querida..." Ele sussurrou o pedido, com tanto desejo de ver seus olhos.
Quando o que foi pedido se realizou, ele sorriu. Se aproximando mais e tomando pela primeira vez seus lábios para ele.

Um beijo de amor verdadeiro. Paciente, envolto de emoções e um pouco salgado graças as lágrimas. Ter os lábios macios sobre os próprios foi como estar no seu, na concepção dele.
Caso morresse agora e fosse queimar no "Inferno", ele se gabaria cada um falando que provou cada pedaço do outro lado aos poucos, apenas te observando com o tempo e agora, tendo seus lábios.

"Eu não vou lhe deixar, Daiuna. Nunca. Eu pertenço a você desde que te vi pela primeira vez, humana tola." Brincou levemente, beijando-a mais uma vez. "Pensei que era errado pra você, que não poderia pertencer a alguém tão perfeito. Mas estava errado. Me perdoe por ser tão estúpido..."

Você não perdeu tempo em o calar novamente, envolvendo os braços no pescoço dele, ficando na ponta dos pés para tomar os lábios de seu moreno. Não perderia tempo deixando ele se culpar. Sabia que também sofrerá bastante e insegurança era o verdadeiro sobrenome de Lucien.

"Eu te amo, Lucien." Sussurrou no ouvido dele. Apenas para que ele ouvisse. Mais ninguém precisava saber. Ele já era seu tudo.
"Eu também te amo, Daiuna. Você tem todo o meu eu com você. Pra sempre."

E Lucien brilhou. Pela primeira vez. Lucien brilhou de alegria. Assustando a humana que nunca tinha visto isso. Ela riu quando percebeu o que era. Gargalhou genuinamente. Ele brilhou tanto que poderia se dizer que era a luz mais verdadeira de todas. Aquela que afastou todos os abusos e negligências que sofreu. Daiuna o segurou mais em seus braços, rindo e beijando. Dizendo a ele em meio a risos ainda que estava apaixonada por uma tocha humana.

"Iremos nos casar." Soltou ele, uma vez ao vento. Como uma promessa que seria cumprida em alguns dias.

Lucien jurou ao caldeirão que ela seria sua para sempre. Sabia onde ele estava e iria atrás para trazer imortalidade para sua amada também. Se ela quisesse ficar com ele para sempre.
Ele também jurou a Mãe que sua criação errou de modo enorme ao por Elain como sua parceira, sendo que sua verdadeira metade e o seu amor mais genuíno estava a sua frente agora, indignada com o "pedido"

"Quero anéis bem lindos então. Iguais as jóias que você disse que a tal de Amren tem!" Mudou a feição para animada com a ideia de ter ele como seu marido.

Ela iria aceitar a imortalidade por ele. Não tinha o que perder ao lado dele. Nunca teria.

◕݂ࣨ  𝐃𝐄𝐒𝐈𝐑𝐄 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐓𝐀𝐑𝐒.Where stories live. Discover now