O Children

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Bem vindos e boa leitura!

1 — O Children

A terceira lei de Newton, 'Ação e reação', afirma que qualquer ação feita a um corpo, cria uma força de reação em outro corpo. São forças com a mesma intensidade, que seguem para a mesma direção, mas em sentidos opostos.

Harry POV

Almas gêmeas.

Ao longo dos anos, muitas lendas e contos surgiram ao redor desse termo, que passou a ter significado fortíssimo para milhões de pessoas pelo mundo.

Alguns acreditavam piamente que, para cada pessoa, existia uma outra que a completava, correspondia e libertava de toda a dor.

Que você encontraria alguém que era tão perfeito para você, que até mesmo suas imperfeições seriam aquelas que você amaria.

Era um conceito que atravessava o tempo, o espaço, as décadas e culturas.

Eu nunca parei para pensar sobre o assunto, então não poderia afirmar com certeza se acreditava nisso.

Que havia uma pessoa para mim em algum lugar, e que... era a certa.

Eu nasci, cresci e vivi em meio a dor.

Ao sofrimento.

Na desestrutura de uma família morta, na desestrutura de uma família que me odiava.

Eu cresci habituado a ideia das pessoas não me querendo ao seu redor, e de certa forma, havia me acostumado com o fato de que não existia lugar no mundo para mim.

Eu me senti um pouco menos desajustado quando descobri ser um bruxo. Porque isso significava que ao menos 50% das confusões da minha vida se resolviam, porque eu era de uma outra espécie.

Os outros 50% eram questões profundas de abandono, maus tratos, morte, decadência e diversas outras coisas que eu jamais tive tempo para pensar, lidar ou resolver.

Quando conheci os Weasleys, eu imediatamente me senti muito estranho. Eram pessoas, pessoas reais, que não me odiavam, não me maltratavam, e além de serem totalmente amorosas, ainda me queriam por perto.

Pessoas. Que me queriam por perto.

Ronald.

Conhecer Ronald provavelmente foi um dos momentos mais significativos da minha vida, e obviamente eu só consegui perceber nesse instante.

O momento em que o garoto ruivo se aproximou, que entrou na minha vida. Aquilo significava muitas coisas sobre mim. Havia moldado quem eu era, quem eu fui, quem eu sou.

E, é claro, jamais poderia esquecer de Hermione.

Eles haviam sido minha família nos últimos anos.

A que eu nunca tive, a que nunca achei que tinha direito de possuir.

Ainda que houvessem outras pessoas ao meu redor a serem consideradas. Dumbledore, Hagrid, os outros Weasleys, Remus, Sirius... Todos eles tinham um espaço no meu coração.

Ainda que a maior parte dessa grande família estivesse morta, em seu curto tempo ao meu lado, haviam feito com que eu me sentisse... digno.

E por breves espaços de tempo, havia um lugar no mundo para mim.

Foi o que me fez sentir pertencente.

Eu não tinha uma casa com meus pais, estes estavam mortos.

Nem com meu padrinho, também morto.

Não havia um lar com os Dursleys.

Eu adorava a casa dos Weasleys, mas não era o meu lugar. A minha casa.

E então, eu simplesmente percebi que era fadado a ser um garoto pouco sortudo, com alguma família postiça, mas definitivamente sem casa.

Eu nunca esperei encontrar um lar nos braços de Draco Malfoy.

Nunca esperei que uma única pessoa viesse a preencher todas as lacunas existentes em minha vida.

Quando eu olhava para as esferas cinzentas, era como se tudo se tornasse fumaça, e deixasse de importar.

Uma guerra parecia pacífica dentro do olhar dele, dentro da intensidade de sua personalidade.

Ele era a alma gêmea que nunca acreditei existir. Mas também era o inimigo mortal que eu acreditei ter.

Ele era o caos da minha vida, e também a paz.

Era a dor, e também o alivio.

Era a casa, e também a rua.

Draco Malfoy havia se tornado o centro de todo o meu mundo, de uma forma tão natural, que eu não conseguia pensar em apenas um momento para dizer quando aquilo começou.

Poderia ter sido em nosso primeiro beijo.

Ou na primeira vez que sorrimos um para o outro.

No primeiro insulto.

Na primeira noite de amor.

Indo mais longe, talvez até mesmo no dia em que o conheci na Madame Malkin, fazendo o que sabia fazer de melhor: ser um arrogante, pretensioso e detestável.

A questão é que quando você está ali, diante da morte, sabendo que seu próximo passo te levará para o desconhecido...

A única coisa que se passa por sua mente, é uma vontade desesperadora e avassaladora de...

Ir para casa.

E tudo o que eu conseguia pensar, é que se pudesse fugir, se pudesse correr...

Eu voaria direto para ele.

Para o meu lar.

O único lugar no mundo, que era inteira e profundamente meu.

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FANFIC NOVA NA ÁREA!

Essa vem para ocupar o espaço que Eroda vai deixar, pois finalizo ela no próximo mês.

Eu espero que gostem dessa história!

Os nomes de capítulo levarão trechos da marcante música 'O Children' (Sim, eu gosto de pegar onde mais dói) porque aqui a jogada drarry também é invencível!

Ela é algo bem tranquilo, soft e delicioso.

Esse prólogo é pequeno e cheio de mistério, mas em breve vou trazer um pouco mais de Efeito borboleta.

Ela é dedicada para uma pessoa muito importante para mim! @Yoonieris ! Obrigada por TUDO Rafa!

Até o próximo!

Efeito Borboleta || DRARRYOnde as histórias ganham vida. Descobre agora