13- A Ilha

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Era uma vez cinco crianças – Pedro, Susana, Edmundo, Lúcia e Annabeth – que se meteram numa aventura extraordinária. Ao abrirem a porta de um guarda-roupa encantado, viram-se num mundo totalmente diferente do nosso, e nesse mundo, um país chamado Nárnia, tornaram-se reis e rainhas.

Durante a permanência deles em Nárnia acharam que tinham reinado anos e anos; mas, ao regressarem pela porta do guarda-roupa à Inglaterra, parecia que a aventura não tinha levado quase tempo algum. Pelo menos ninguém notara a sua ausência, e eles nunca contaram nada a ninguém, a não ser a um adulto muito sábio.

Tudo isso tinha acontecido havia um ano. Os quatro encontravam-se, no momento em que vamos iniciar esta história, sentados numa estação de trem, rodeados por pilhas de malas. Estavam de volta ao colégio. Tinham viajado juntos até aquela estação, que era um entroncamento; dentro de alguns minutos devia chegar o trem.

A primeira parte da viagem fora como se ainda fizesse parte das férias; mas, agora que se aproximavam as despedidas, todos sentiam que as férias tinham acabado e que começavam outra vez as preocupações do ano letivo. Reinava grande melancolia, e ninguém sabia o que dizer. Lúcia ia para um internato, pela primeira vez. Susana e Annabeth iria estudar juntas, assim como Edmundo e Pedro.

Era uma estação rural e vazia: além deles, não havia mais ninguém na plataforma. De repente, Lúcia deu um grito agudo e rápido, como se tivesse sido mordida por um marimbondo.

- Ai! Pare de me beliscar, Ed!

- Mas eu nem te toquei! Ai- reclamou o garoto

- Ei! Pedro pare de me empurrar!- resmungou Annabeth.

- Ai! Pare de me puxar!- gritaram Susana e Pedro ao mesmo tempo

- Isso tem cheiro de magia.- apontou a pequena Lúcia.- Deem as mãos, rápido!

- Eu não vou segurar sua mão!- resmungou Edmundo, que insistia em não segurar a mão de Pedro.

- Segura logo!- disse Pedro pegando a mão do irmão.

Mais um instante, e a bagagem, a estação, tudo havia desaparecido, sem deixar um sinal. As cinco crianças, agarradas umas às outras, ofegantes, viram então que se encontravam num lugar cheio de árvores, tão cheio de árvores que mal havia espaço para se mexerem. Esfregaram os olhos e respiraram fundo. As garotas se entreolharam, rumaram para o mar, tirando o excesso das roupas.

- Onde estamos?- indagou Edmundo assim que saíram da água.

-Onde acha que estamos?- perguntou Pedro brincalhão.

- É que não me lembro de ruínas em Nárnia.- apontou Edmundo olhando para cima.

Todos olharam na mesma direção em que Edmundo olhava. E o que viram, foram ruínas de pedra, do que antes parecia uma enorme construção. Então, como uma onda, Annabeth se lembrou daquele lugar.

- Pedro.- sua voz chamou a atenção do garoto.- Se lembra disso?- perguntou ela apontando para o colar com a pedra azul.

- Sim. Eu te dei quando estávamos na praia em frente a Cair Paravel.- lembrou o garoto.

– Muito melhor do que estar dentro de um trem abafado, de volta ao latim, ao francês e à álgebra! – disse Edmundo. E durante algum tempo só se ouviu o barulho da água.

– De qualquer modo – disse então Susana – , suponho que tenhamos de fazer alguns planos. A fome não deve demorar.

– Temos os sanduíches que a mãe nos deu para a viagem – lembrou Edmundo. – Eu, pelo menos, estou com os meus.

SᑘᘉSᕼᓰᘉᘿ- ᗩS ᑢᖇôᘉᓰᑢᗩS ᕲᘿ ᘉáᖇᘉᓰᗩKde žijí příběhy. Začni objevovat