| Boo |

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johnny depp •

APÓS A COMPRA no super-mercado ao centro da cidade, que eu e a Nina fizemos em pleno dia de Natal, nós voltamos para nossa casa e nos organizamos com as sacolas das compras pela cozinha. Já era tarde, o sol queria se esconder entre o horizonte. E a hora parecia sempre passar rápido quando eu tinha Nina perto demais.

Mas e o fato de comemorarmos sempre o aniversário dela bem ao dia natalino foi uma ideia óbvia e minha, afinal, eu não sabia quando ela veio de fato nascer. Talvez antes do Natal, com certeza talvez fosse antes, porém, e para mim, os seus aniversários deviam ser comemorados naquela data.

Porque, particularmente, aquela data sempre seria lembrada quando eu à ganhei, quando eu à encontrei dentro daquela cesta, enquanto ainda bebezinha e bem pela porta daquela igrejinha abandona da minha outra cidade. Essa cidade que, ao mesmo ano, eu havia resolvido me mudar às pressas, levando a bebê comigo, tendo ela e à registrando como a minha filha, lhe batizando de Carolina Depp, e quase sempre a chamando carinhosamente de Nina. Eu me transformei num pai por culpa do destino e de querer cuidar dela.

E eu sequer quis vir a saber quem eram então os seus malditos e verdadeiros pais. Nunca que eu iria procurá-los para devolver então aquela minha coisinha que cheirava à baunilha.

Porque eu, a cada ano, fazia o meu melhor para ser mesmo o seu pai, para lhe cuidar, lhe amar e proteger-lhe sempre do mal.

Bem, foi difícil no começo fingir ser e não ter uma presença feminina cheia de extintos para cuidar dela junto à mim.

Nina era um bebê, e por ser, não fora árduo a questão de convencê-la que eu era o seu responsável e o seu “verdadeiro” pai, ela crescera vendo-me como tal. Ela me via assim, que eu sempre seria isso para ela, e não importava nada, porque foi a porra do destino que nós juntara e quisera desta maneira.

Um curando o outro. Um cuidando do outro. Mas eu era quem mentia desde o começo e isso era ruim um pouco.

Então, o difícil disto foi bancar mesmo um tipo de pai de primeira viagem, ainda mais sozinho. No entanto, eu conheci a velha e adorável Margaret, ela morava na nova cidade que havia mudado-me tendo a Nina ainda bebê, e, na época, essa senhora trabalhava como enfermeira, mas por mim, e por um bom pagamento, resolveu me ajudar a lidar com Nina aos primeiros meses, sendo uma babá por tempo integral — até porque eu precisava trabalhar, fazer contatos novos.

Depois de uns anos me estabilizando e recomeçando, o dinheiro nem era mais o motivo de Margaret ser a babá, pois ela realmente amava Nina também, e cuidar da minha filha era satisfatório para tal, como assim era pra mim.

E eu tentei, à princípio, triblar dona Meg sobre o fato de eu ser um pai viúvo e não ser o pai realmente da criança loira. No entanto, tão experiente quanto eu, ela já havia sacado que eu não era realmente o pai da criança. Porém, ela guardou este segredo com ela, e nunca mais se desgrudou de mim e de nossa Nina. Dizia sempre estar do meu lado. Ela sabia que eu amava a menina.

Margaret se transformou então na nossa família conforme o tempo, e ela ajudava sempre a cuidar da casa e de Nina, como se fosse uma quase avó camuflada.

O melhor era quando ela me salvava sempre em questões delicadas, como a primeira vez em que a Nina começou a liberar os seus probleminhas de saúde no coração e o seu problema maldito de asma.

Eu, antes de passar pelo médico, tendo a minha Nina tão pequenina contendo estes tipos de problemas, achei que havia sido por tais motivos que os seus verdadeiros pais tiveram largaram-na como foi. E achei que perderia ela para uma dessas suas doenças. Fiquei com um medo do caralho de perder outra vez alguém que começava a me dar propósitos bons.

ProfanoWhere stories live. Discover now