A Feiticeira de Bast

Capítulo 28 - O lindo deserto

Depois que a festa acabou, ao nascer do sol, Sahira levantou com o café da manhã à espera ao seu lado.

-- Como está nossa pequena heroína? – Iana chegou quando ela terminava de comer.

-- Muito melhor. Estou pronta para ir para casa.

Um grupo de quatro leoas aguardava para levar Sahira. Sirhan também estava lá para se despedir.

-- Como você vai ficar sem mim por perto para te encorajar? – a gata brincou. O leão lambeu suas costas.

-- Boa viagem, baixinha. Um dia eu irei até Bast, e você me mostrará toda a sua casa.

-- Combinado.

-- Eu sempre serei grata por me ajudar a voltar para casa, Sahi – Iana encostou o focinho na cabeça dela – Espero nos vermos novamente em breve.

-- Eu também. Nunca me esquecerei de nenhum de vocês.

Por toda a viagem, Sahira repetia o tempo inteiro em sua mente que não conseguia acreditar. Finalmente estava indo para casa, ia rever seus pais, os irmãos, Heru, todo mundo de quem sentia saudade.

Quando as leoas enfim chegaram, Sahira correu para o primeiro felino que viu assim que foi posta no chão.

-- Papai!

-- Sahira! – Jahi recebeu a filha com mais alegria que ela jamais vira – Sua mãe e seus irmãos estão esperando. Sef chegou há alguns dias, e contou que você fez coisas fantásticas.

Femi, Caleb, Roxane e Sef cercaram a gata e a encheram de perguntas.

-- Você conheceu mesmo o príncipe leão?

-- Como foi a briga com o ligre?

-- O que você fez antes de voltar para casa?

Bast se recuperava bem. Sem um líder, alguns gatos viajaram para o norte, procurar um irmão de Husani que viajara há tempos para conhecer outras terras. Ele se chamava Boris, acabara de chegar e estava fazendo um bom trabalho.

-- Onde está o Heru? – Sahira perguntou quando passeava com os irmãos. Caleb respondeu:

-- Ele não está. Quando o senhor Boris chegou, Heru perguntou como eram as terras do norte, e ficou tão interessado com o que ouviu que foi junto com um grupo para lá, aprender com os felinos nativos.

-- E ele pediu desculpas por não poder se despedir – Roxane complementou – Mas ele voltará assim que terminar.

-- Quando ele voltar, vamos ver quem tem as melhores histórias – Sahira flexionou as garras, ansiosa.

No fim da tarde, a gata se aconchegou junto da mãe para que ela a lambesse, algo de que sentia muita saudade.

-- Você cresceu, Sahi – Femi comentou – Já não é mais um filhote.

Era verdade mesmo, ela completara quatro meses naquela semana, então não tinha mais a idade de um filhote. Mas com tantos problemas, nem percebera.

-- Pode ser, mas gostaria de ser filhote só mais um pouquinho, para compensar o trabalho dos últimos dias.

-- É claro, querida – a mãe sorriu.

Sahira foi para cima da pedra onde Iana costumava se deitar e contemplou o deserto.

Nas semanas anteriores ela vira muitas paisagens diferentes, algumas bem mais bonitas e agitadas, como a floresta cheia de vida e o cerrado fresco, mas a sua favorita sempre seria a do seu lar, aquele lindo deserto.

FIM