E se...?

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E se a lenda da deusa Amaterasu e o Rei Demônio não existisse?

E se a aquela fatídica noite nunca tivesse acontecido?

E se...?

Eu soltava um longo suspiro de alívio após o final da aula de história

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Eu soltava um longo suspiro de alívio após o final da aula de história. Por mais tenha tentado, não consigo gostar dessa matéria porque acredito ser um grande desperdício de tempo estudar sobre o passado, quando o presente é mais importante.

Depois de guardar o meu material, dou o primeiro passo para fora da sala mas sou surpreendida por lábios macios em minha bochecha. Então, desvio a minha atenção para um garoto loiro de belos olhos azuis como a imensidão do mar. O meu namorado, Yatori Misu, tinha o sorriso mais belo que eu já conheci. Ao vê-lo me olhar com tanto afeto, acabo sorrindo de forma involuntária e seguro a sua mão. Ele sempre me esperava na saída da sala, apesar de estudarmos juntos, para seguirmos para a minha casa.

Quando estamos andando pelos corredores, uma certa pessoa passa entre nós dois o que nos obriga a soltar as nossas mãos. Eu fuzilo a baixinha de curtos cabelos castanhos e olhos verdes por trás de óculos vermelhos.

— Miku!

Ela ria travessa.

— Desculpa, eu não resisti.

Por longos segundos tentei manter a postura séria, mas logo estava abraçando a minha melhor amiga.

— Como vai, Miku?

Miku sorria sem jeito diante da minha preocupação. Recentemente, os pais dela se divorciaram e a sua mãe decidiu morar na Europa. É claro que quis levar sua filha, mas ela se viu incapaz de deixar o pai sozinho e, principalmente, toda a vida que construiu no Japão.

— Eu vou bem. Pelo visto, você e o Yatori estão cada vez mais próximos. — comenta com um sorriso de canto. — Eu quero ser a madrinha do casamento de vocês!

Eu e o Yatori começamos a namorar oito meses atrás, graças a um pequeno empurrão da minha amiga. Mesmo receosa, eu decidi dizer os meus sentimentos e acabei me surpreendendo quando eles foram retribuídos pelo o garoto mais popular do colégio.

— Claro que será!

O sorriso em seus lábios aumenta e nós três seguimos para fora do colégio enquanto conversávamos. Miku tinha um jeito extrovertido e único, sempre guiando os diálogos. Yatori gostava de conversar também, mas preferia ouvir e apenas concordar. Eu me mantinha um pouco absorta com a conversa até sentir um agradável cheiro de camélia que chamou a minha atenção. Mesmo não sendo uma grande apreciadora de flores, conhecia muito bem algumas porque, às vezes, Yatori me levava para uma das melhores floriculturas da cidade quando queria me presentear com um buquê.

Quando olhei para trás, não encontrei nada além de um grupo de alunos pelo corredor. Eu já havia sentido esse cheiro no colégio algumas vezes, mas nunca consegui identificar de quem pertencia.

Contos da AlmaWhere stories live. Discover now