Eclipse

Running with the wolves pt. 2

- Rosé, minha querida, poderia deixar-me a sós com meu filho? Aproveite e vá arrumar-se, você também comparecer, afinal é da família também. - minha mãe sorri para a ômega que retribui da mesma forma. Rosé é o tipo de pessoa que amaria estar em meu lugar, e eu a entendo. Minha amiga sempre teve uma alma romântica.

- Sim, minha majestade - a ômega fez outra reverência, mas antes de sair sussurrou para mim. - Você está encrencado. Boa sorte, mochi.

- Vou precisar... - sussurrei de volta. O ar brando da rainha é apenas fachada, por dentro ela está segurando seu lobo para não me dar uma lição.

Minha mãe estava linda. Vestia um vestido longo e solto, bem diferente dos quais ela usa geralmente, na cor roxa. Não havia nenhuma pedraria em suas vestes, o que estava mais chamativo em seu visual era seu cabelo que estava trançado e com inúmeras flores espalhadas por ele. Sem coroa ou saltos altos, estava no aspecto mais simples possível.

- Vou contar-lhe uma história - a mais velha sentou-se em minha cama e sinalizou para que eu fizesse o mesmo. - Mas antes, saiba que hoje você era para estar se casando com o regente do reino Midnight.

De repente, a idéia de ser casar com outro que não seja Jungkook me parece loucura. Só de imaginar, meu lobo já se agitou reprovando totalmente a ideia, fazendo meu cheiro se intensificar em resposta.

- O príncipe Jaebum na época me parecia ser a pessoa certa para você... Até que Yerin teve um sonho.

- Espera. Um sonho? Que sonho? - eu estava curioso e indignado. Como nunca me contaram isso antes?

- Se você não me interromper eu irei contar - dito isso, me calei e dirigi meu olhar à minha penteadeira. Essa não me parecia uma história na qual o contato visual poderia ser mantido. - Foi um dia antes de você nascer. Yerin contou que no sonho, um enorme lobo negro vinha em sua direção e quando pensou que fosse atacá-la, o lobo parou e começou a cheirar sua barriga, onde você, meu filho, estava. Sua mãe sabia que aquele era um lobo dos Jeon, mas eu não acreditei, pensei ser só mais um sonho qualquer...

Pequenas lágrimas se formavam no canto dos olhos da alfa. As lembranças de Yerin a deixava emotiva, a saudade que sentia da ômega era palpável. Em reflexo, abracei minha mãe e intensifiquei meu cheiro, pois certa vez a mais velha mencionara que ele sempre lembrava ela, assim como minha aparência. Consegui sentir que ela se acalmara um pouco e a soltei para que prosseguisse.

- Bem, na manhã seguinte convoquei os monarcas Jeon, pois um sonho como esse significava uma união de almas, algo que era tão raro acontecer. Jungkook tinha quatro anos na época, tinha os mesmos olhinhos de jabuticaba que tem hoje, mas ainda mais cheios de curiosidade e brilho - sorri ao imaginar um mini Jungkook, um que não parava quieto e com bochechas fofinhas. Fofo. - Você tinha quatro dias de nascido, era a coisinha mais preciosa do mundo. Quando os Jeon's chegaram, Yerin estava sentada com você no colo, eu estava indo recepcionar os monarcas, mas o jovem Jungkook não estava muito disposto a ouvir cumprimentos repletos de formalidades. Assim que pisou os pés no salão, foi correndo em sua direção. Era como se o lobo dele ansiasse para te conhecer, Jimin. Sua mãe disse que assim que vocês dois colocaram os olhos um no outro, seus lobos reagiram... Seus olhos brilharam no mais intenso azul, e os de Jungkook num vermelho carmesim.

- O sonho estava certo...

- Sim, estava. Depois disso era quase impossível separar vocês dois - minha mãe sorria agora com as recordações. Era o mesmo sorriso quadrado de Taehyung. - Jungkook se recusa sair de perto de você, e tu não ficavas para trás, assim que o cheiro do alphinha sumia, tu abrias um berreiro de deixar um alfa surdo.

- Oras, e como conseguiram nos separar?

- Isso foi com Jungkook, depois de Yerin explicar todo o acordo para ele de forma mais clara e simplificada possível, ele falou com você. Não me recordo muito bem, mas foi algo como "Espere por mim, meu pequeno ômega. Eu irei voltar para você.". Muito fofinho, até os pais dele ficaram boquiabertos. Era uma promessa tão pura e carregada de uma seriedade notória para uma criança de quatro anos fazer, e você parece que entendera, logo depois se calou e caiu no sono.