Memories That Are Lost At Sea

第十章: Eu Quero Estar A Onde Você Estiver.

14 de Abril de 1912. 13 horas e 40 minutos antes do começo do naufrágio.

— O que esta fazendo? — Wang perguntou ao acordar, era cedo mais ou menos dez horas do dia.

Seu corpo se ajeitou devagar, sentando na cama olhando fixamente seu gege. Zhan estava sentado em uma cadeira a sua frente, com uma folha e algo feito de madeira para apoiala, seus olhos não se desviaram um minuto do papel enquanto seu dedo rabiscava de forma angelical como sempre. Se pôs a esperar, estava cansado da noite passada, afinal quando voltou do serviço aconteceu uma segunda rodada de suas brincadeiras envolvendo ambos os corpos, e aquilo durou por horas. Estava até surpreso de ver Xiao tão bem mais disposto do que si.

— Amor... — tentou arriscar o apelido, ja teria o chamado enquanto se amavam, mas aquilo foi no calor do momento e se agora que estavam sóbrios sobre qualquer tipo de líquido ou prazer, ele não gostasse?

— Sim? — o sorrio largo do bartender tomou conta de seu rosto, levantou indo para trás do mesmo, seus braços envolveram-se por trás de seu pescoço e sua cabeça ficou descansando em cima da sua.

Arregalou os olhos ao ver o que Xiao fazia, era um desenho, muito bonito por sinal, não se dava para notar quem era, apenas que era um homem, não tinha rosto ainda apenas a base feita, seu corpo estava sendo esculpido pelas mãos de anjo do empresário, usava calças sóciais e sapatos também, pelo delineado a camisa tinha um tecido fino. Sorrio.

O pior era que Xiao estava tão concentrado que não notou sua presença por todo esse tempo, o ouviu bem quando foi chamado de amor, sobretudo sua atenção era enorme no que desenhava e por conta disso so foi perceber a presença suspeira quase enrolada em seu corpo, quando um beijo foi-lhe dado obrigando suas mãos a soltar o lápis que rolou indo de encontro ao chão, e a folha cair de forma delicada sobre suas coxas.

— Não sabia que desenhava, está me desenhando? — deixou escapar ao finalizar o beijo.

Apresso-se para pegar as coisas e escondelas na gaveta do criado-mudo, olhou Wang ainda atrás da cadeira e andou até si, puxando-o para o banheiro e o largando la dentro.

— Imaginação sua, agora tome banho e vista algo meu, vou ir logo a sala de refeições e pedir algo pra comermos — seu modo de mudar de assunto era tão na cara que chegava a ser engraçado.

— Vamos comer la? — achou melhor não continuar perguntando.

— Algum problema?

— Prefiro comer la em cima, olhar o céu e respirar ar puro é bom sabia? Você passa o dia infurnado aqui dentro trabalhando, e quando não esta aqui está no salão fazendo o mesmo gege.

— ... — olhou o chão suspirando, ele estava totalmente certo, pelo visto Yibo se tornaria sua escapatória — Ok, apenas va.

Sentiu a brisa fria do mar tocar seus fios de cabelo surtindo um pequeno arrepio sobre a pele, seu olhar presso no horizonte o deixava deveras feliz. Passaram quatro dias abordo portanto não faltava muito para chegar. Ouviu o som dos pássaros voando no céu azul claro, as ondas que se chocavam contra o casco traziam um barulho tão agradável, quase como se estivessem em uma orquestra natural, sua bochecha foi tocada de forma meiga pelo dedo indicador da pessoa que lhe fazia compania.

— Me deixe saber o que pensa.

— Penso na loucura de querer te amar.

— Engraçado, eu penso na loucura que é ja te amar!

Voltou ao horizonte rindo de forma serena, como poderia ter uma conversa normal com o Wang se ele simplesmente retrucava tudo o que ele dizia, sempre com palavras mais bobas do que as suas?. Se sentou mais perto, podendo acariciar sua mão.