Sabendo como deveria agir, a garota segurou delicadamente a cabeça do felino para que ele não batesse no chão e, com lágrimas nos olhos, assistiu toda a crise até passar.

Onde ele havia conseguido doces? Se questionou até lembrar de ter derrubado os biscoitos no chão. Talvez ela tenha deixado algum passar. Quando o gato parou ela o pegou no colo e desceu as escadas correndo, sem se importar que estava de pijamas, descalça e com seu cabelo parecendo um ninho de passarinho.
Procurava por seu pai, mas quando chegou na sala de estar só encontrou Damon, que a encarou levantando as sobrancelhas.

— Damon. O que faz aqui?

— Pensão Salvatore, Damon Salvatore. — Respondeu gesticulando com os dedos da casa para si mesmo.

Apertando um pouco mais seu gato contra o peito, Briana decidiu que tinha algo mais importante para dar atenção do quê o sarcasmo de Damon.

— Cadê o meu pai?

— Isso eu já não sei. Mas provavelmente com a nova pessoa mais importante pra ele.

Andando arrogantemente com aquela maldita expressão de eu te avisei no rosto, o vampiro se aproximou da garota entortando o nariz para o animal nos braços dela.

Ana engoliu todo seu orgulho inspirando fundo antes de continuar.

— Preciso da sua ajuda. — Damon a encarou surpreso com um sorriso querendo despontar no canto de seus lábios. — Não me olhe assim. Meu gato está mal, mas não conseguiria dirigir até o veterinário. Por favor, me leva?

O Salvatore perdeu o sorriso debochado rapidamente.

— Eu não vou a veterinário nenhum. Nem adianta tentar, olha pra minha cara. Acha mesmo que vou em um veterinário por causa dessa coisa aí? Nunca, daqui a pouco o Stefan vai jantar ele mesmo.

Não havia se passado nem vinte minutos quando Briana entrou na clínica desesperada com Blue em seus braços e o vampiro vindo atrás como se carregasse o mundo em suas costas.

Quando finalmente o veterinário pegou o gato para socorrê-lo a loira sentou em uma das cadeiras na sala de espera e deixou todo seu medo sair em forma de lágrimas. Seus ombros descobertos se balançavam com os soluços e o Salvatore encarou aquilo sem saber o que fazer. Chegou até a pensar em ir embora e deixar ela ali, mas sabia que não conseguiria. Ela chorava como se tivesse perdido um ente querido.

Se aproximando com cautela ele retirou sua jaqueta e pendurou nos ombros pálidos para em seguida se abaixar na frente dela. Suspirou antes de segurar seus pulsos e abaixar as mãos que tampavam o rosto vermelho e molhado de lágrimas.

— Você está uma bagunça. — Pela primeira vez em dias seu tom era livre de qualquer emoção forçada.

— E-eu achei que ele fosse morrer. — Soluçou antes de se inclinar para frente e escorar sua testa no ombro do moreno.

Em um primeiro momento, Damon se tencionou com a surpresa do ato, mas quando a menina voltou a soluçar com abandono seus braços rodearam o corpo feminino desajeitadamente na tentativa de acalmá-la. Se alguém tivesse dito pra ele naquela manhã que mais tarde se encontraria abraçando uma garota chorona no meio de uma clínica veterinária, apenas o chamaria de louco antes de quebrar seu pescoço.

White - D. Salvatore 1 (✔)Kde žijí příběhy. Začni objevovat