Cinq.

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No dia seguinte, cheguei ao trabalho como sempre. Só que, dessa vez, eu acordei pensando em uma maneira de conseguir correr rápido usando uma calça jeans agarrada. Acredite, não é nada fácil.

Eu ainda pensava na merda que havia feito na noite anterior. O olhar pesado de Harry sobre mim me perseguiu a madrugada toda, e eu tive pesadelos com esse maldito, de tão preocupado que fiquei.

Como de costume, passei pela porta de vidro e, no mesmo instante em que pisei dentro do meu local de trabalho, Eleanor surgiu das cinzas e me puxou pelo braço.

—Qual o seu proble...

—Calado! — Gritou, fazendo com que eu me sentasse em minha cadeira. Ela me jogou na mesma como se eu fosse um pedaço de carne, mas tudo bem.

—Eu vou explicar, prometo! — Respondi, enquanto Eleanor mantinha os braços cruzados na minha frente.

—Pode começar.

—Bem.... As gêmeas disseram oi, então eu disse oi também. — Eu explicava, a garota que usava um vestido verde escuro tampou o rosto em negação ao que eu dizia — Depois subi as escadas para dar O Livro para elas e...

—Você subiu as escadas? Meu Deus! Por que não deitou no sofá dele e pediu para que ele te contasse uma historinha?

—Tá, tá! Eu cometi um erro, eu sei! — Eu ia me levantando da cadeira, quando Eleanor empurrou meus ombros, me fazendo sentar novamente. Franzi o cenho para ela em resposta.

—Louis, você não entende! Se você for despedido, irá prejudicar a minha ida a Paris! Nossa, se isso acontecer, eu vou até o inferno te procurar!

—O que? Ele vai me demitir? — Arregalei os olhos, quase puxando meus cabelos.

—Eu sei lá, ele não parece nada feliz hoje.

—Merda! Merda! Merd.... — Eu ia reclamando comigo mesmo, enquanto Eleanor bufava na minha frente, até que ouvi o próprio diabo me chamando em sua sala.

—Louis.

Pai nosso que estás no céu, santificado seja o vosso nome....

Vai logo! — Eleanor me apressou, enquanto eu encarava a porta do meu chefe.

Engoli em seco e me levantei. Fui lentamente até sua sala, entrando como se fosse um campo minado. Ele estava sentado, analisando algumas revistas. Quando entrei no ambiente, seus olhos verdes rapidamente se focaram em mim. Ele ergueu uma sobrancelha e se recostou na cadeira, mastigando um chiclete.

—Eu quero o novo livro do Harry Potter para as gêmeas. — Ele pediu.

—Ok, sem problemas. E-Eu vou até a livraria agora mesmo!

—Você caiu e bateu a cabeça na calçada? — Ele me perguntou, sorrindo ironicamente para mim. Eu não havia entendido muito bem aonde ele queria chegar, até que continuou — Elas já têm todas as edições dos livros do Harry Potter. Minhas filhas querem saber o que acontece nos livros seguintes.

—V-Você quer o livro que ainda não foi publicado? Tipo, o manuscrito? — Perguntei, fazendo uma nota mental para me dar um tapa na cara por ter gaguejado.

—Ora, Louis, nós conhecemos todos do mundo editorial. Isso não seria um problema, seria? E, bem, você pode fazer tudo, não é mesmo?

Ele fechou a cara, sério, mastigando aquele maldito chiclete que estava me dando agonia.

Eu engoli em seco, sentindo minhas mãos começarem a suar.

Dei meia volta, pensando em como me suicidar sem morrer, até que ele me chamou novamente.

O Diabo Veste Prada (Larry Stylinson)Where stories live. Discover now