OO8. take it easy, hm?

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     QUAL ERA o melhor jeito de se responder uma pergunta dessas? Oras, eu não sei, e afinal, por que saberia? A japonesa havera sido minha única namorada, e consequentemente, a única ex. Por isso, simplesmente não sabia o que fazer.

— Ya, Christopher — a garota me tirou dos pensamentos — Perguntei o que faremos, será que pode parar de encarar meus lábios?

— Sim.

— Sim o quê?

— Quero beijá-los, Yoshi — respondi, por vez, fitando seus olhos com ternura — De novo, de volta, ou quaisquer sejam as baboseiras que nos juntem. Sinto falta daquilo tudo. Realmente já me cansei de deixar espaço na cama esperando que volte pela noite. Cansei desse maldito orgulho que me impede de ter por perto, Yoshi, eu cansei.

   Enquanto eu proferia palavras em tom desesperado sem perca de tempo, a garota à minha frente esboçava um sorriso tranquilo e abobado em lábios, parecendo em uma galáxia distante da que estávamos.

    Seu olhar atencioso me causou instantâneo calafrio, que desceu desde meus braços até a curva de minha espinha, fazendo com que eu me perdesse por breves instantes em suas grandes e brilhosas orbes.

    Em um ato sutil e silencioso, Saori deu um passo em direção à mim, quebrando o pouco de distância que ali prevalecia. Sua mão direita pousou em minha nuca, e seu dedão fez uma carícia leve e soturna na região, que óbvia e novamente, me arrepiara. Seus olhos permaneciam   serenamente grudados nos meus, enquanto sua cabeça se encontrava um tanto tombada para o lado esquerdo.

— E-e então? — engoli em seco, soprando as palavras em um tom rouco.

— Sim.

   Logo, fora minha vez de tombar a cabeça para o lado esquerdo, e fitá-la com dúvida.

— Sim o quê?

— Também quero beijá-los, Chris — ela soprou, abrindo um sorriso ladino.

   Senti minhas pernas fraquejarem e mãos tremerem assim que senti a mão pousada em minha nuca me puxar para mais perto, em um ato delicado. Mesmo que próximos, nossos lábios ainda não se encontravam. A morena, por sua vez, fechou os olhos e soltou sua respiração pesada e falha sobre meu rosto.

   Ela me deixava fraco.

    Devido à proximidade de nossos corpos, eu sentia claramente seu calor, seguido da essência forte e cativante do perfume que alguns poucos minutos atrás molhara sua pele fina e pálida, fazendo com que o cheiro de morango doce tomasse conta do ar que respirava.

    Eu juntei nossas testas, e junto à ela, fechei meus olhos, aproveitando a pequena interação de nossos corpos depois de tanto tempo. Tive de soltar um suspiro reconfortante. Era realmente apreciável estar em casa de novo.

     Nossos narizes dançaram entre si, fazendo rápidas carícias e toques delicados por entre eles, como se aproveitássemos os segundos restantes para que nossos lábios os tomassem por seus.

    E enfim, não demorou para que isso houvesse. Os lábios de Saori, mesmo que serenamente, tocaram os meus; roçaram calmamente por eles, fazendo uma espécie de carinho breve nos tais.

𝓜𝖺𝗌𝗄𝖾𝖽 𝗅𝗈𝗏𝖾, 𝗯𝗮𝗻𝗴 𝗰𝗵𝗮𝗻.Onde histórias criam vida. Descubra agora