OO2. u know why.

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     ASSIM QUE adentramos o local de reencontro, a música clássica e serena se fazia presente no espaço graças às pequenas caixas de som embutidas ao seu redor. Algumas luzes fluorescentes se distribuíam pelo salão extenso, e as paredes em tom bege harmonizavam perfeitamente com as máscaras criativas dos alunos que dançavam ordenadamente no ritmo da música.

Akemi saltitava de alegria pela presença no território, enquanto eu maravilhava os detalhes dourados à medida que andávamos pela área, tentando conter meu frio na barriga que vinha por diversos fatores.

Puxei uma grande quantia de ar pelas narinas, me fazendo fechar os olhos levemente para trazer calmaria ao corpo tenso.

— Ya, é bom que não saia do meu lad... — eu ia dizendo à Akemi, isso se não estivesse vendo a garota já do outro lado do salão, com olhos esbugalhados e brilhantes sobre a mesa de doces — Ótimo! — soltei uma risada sarcástica.

Decidi me direcionar à alguns dos homens com bandeja prateada que ali passavam andando suavemente, e tirar uma das taças de bebida de sobre o prato largo. Seria bem mais fácil aguentar a tensão que me prendia se eu estivesse bêbada.

Com o vaso fino de vidro em mãos, fitei duvidosamente o líquido que ali se encontrava, logo aproximando meu olfato da taça límpida na tentativa de distinguir a bebida alcoólica.

Não pude conter o sorriso satisfeito que cresceu em meu rosto ao identificar o cheiro da bebida que me causou breve deleite. Champanhe de maçã.

Depois de poucos goles moderados, depositei a taça sobre uma mesa qualquer que se encontrava vazia, e fui atrás de um par para entrar em compasso comigo sobre a música melódica e cativante que se fazia presente no salão em alto e bom som.

As pessoas entretidas trocavam de par à cada segundo, foi o que percebi para assim poder entrar no mesmo consenso e dançar a valsa lenta que apreciavam. Não demorou até que a troca ocorresse, e assim me juntei à um rapaz qualquer que retribuiu meus passos.

A sua mão pousou-se calma e delicadamente sobre minhas costas, e minhas mãos fizeram o mesmo, descansando-as pouco ao lado do ombro largo do maior.

Um pra esquerda, pontinha dos pés, para. Um pra direita, pontinha dos pés, para.

Eu mandava comandos à minha mente e os reforçava para que não me perdesse entre ao passos e acabasse pisando sobre o pé de meu parceiro. O mais alto continha uma máscara escura com alguns detalhes brilhosos em seu rosto, que cobria de seu nariz a cima. Um sorriso simples se esboçava em sua face, e podia ver que seus olhos se mantinham fechados para que apreciasse a música calma que ecoava pelo espaço.

— Hmm, parece nervosa — ele comentou casualmente, entre um riso baixo.

— Oh, digamos que nunca havia dançado valsa antes — me expliquei enrubescida — Meu ex-namorado havia me ensinado uma ou duas vezes, mas nunca prestei tanta atenção.

— Ora, você dança bem. Diria até que é nata nisso — o rapaz respondeu em ênfase.

— Hm, certo, mas não confie tanto nisso — eu ri nasaladamente — Logo logo acabarei pisando em um de seus sapatos.

— Oh, vejo que terei de lhe dar meu número para que me pague um novo — ele disse em tom de fingimento — Sou um tanto ciumento com meus sapatos, não aceitarei qualquer risco nele.

— Vejo que terei de aceitar, sinto que não falta muito para que isso aconteça — eu retribui a atuação, logo me deixando levar e soltar a risada que se prendia, fazendo com que o jovem que bailava junto à mim fizesse o mesmo — Saori Yoshida, é um prazer conhecê-lo.

𝓜𝖺𝗌𝗄𝖾𝖽 𝗅𝗈𝗏𝖾, 𝗯𝗮𝗻𝗴 𝗰𝗵𝗮𝗻.Onde histórias criam vida. Descubra agora